Por Núcleo de Comunicação Cáritas Diocesana de Pesqueira
Na última sexta(31), representantes da Fundação Avina de alguns países da América Latina ,como Argentina, Equador, Paraguai, Costa Rica, Bolívia, Panamá, Córdoba, conheceram tecnologias de acesso à água e produção agroecológica dos municípios de Belo Jardim e São Bento do Una.
O intercâmbio promovido pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA-PE) e Cáritas Diocesana de Pesqueira , permitiu que os representantes aprendessem sobre convivência com semiárido, tecnologias sociais e produção agroecológica.
Pela manhã o grupo se reuniu na propriedade de Dona Salete , no Sítio Itacaeté, em Belo Jardim, onde conheceram tecnologias sociais como cisterna calçadão e sua produção agroecológica. Dona Salete recebeu o grupo e fez questão de contar como a cisterna transformou não apenas a sua vida, mas das oito famílias que vivem na localidade. “ Aqui plantamos de tudo, cenoura, batata, macaxeira, feijão, milho, pimenta de cheiro , hortaliças e frutíferas e ainda criamos animais. O sistema de gotejamento que implantamos garante água para a nossa produção , mesmo durante período de seca . Aqui não usamos nenhum tipo de fertilizantes em nossa produção só compostagem natural”, conta orgulhosa Dona Salete.
O grupo ficou impressionado com a diversidade da produção ,o armazenamento e utilização da água. Florencia Iacopetti , coordenadora de programas da Avina em Buenos Aires , fala da experiência do intercâmbio. “ Já conhecia as experiências através da Avina apenas na teoria. A expectativa em ver tudo de perto era enorme. Na Argentina algumas experiências já foram iniciadas, e com alguns resultados, mesmo assim ainda há muito que aprender com vocês. Principalmente o trabalho em rede , como integrar organizações e pessoas é o que mais em interessa em aprender hoje aqui”,afirma Florencia.
A tarde a visita foi na propriedade de Seu Francisco Nogueira e Dona Nair , no Assentamento Açude Novo, município de São Bento do Una. Morador há mais de 30 anos da localidade, ao receber os intercambistas fez questão de contar como era a vida no assentamento antes e depois das implementações .“ Aqui no início não havia nada. Após a parceira Cáritas e ASA, tudo na comunidade mudou. Hoje temos água para beber, plantar, produzir e comercializar. Gosto de receber pessoas na minha propriedade , em intercâmbios ou em simples visitas, é uma experiência maravilhosa, é troca de cá para lá , e de lá para cá, o aprendizado vem de todos os lados. E isso é que é bom ”, declarou seu Francisco.
Intercâmbios internacionais – As experiências de convivência com o Semiárido da ASA já foram apresentadas em países como a África, Bolívia, Argentina, Colômbia e na região do Mediterrâneo. Em 2010, a ASA participou do Encontro Mundial do Chaco, em Assunção, no Paraguai. Em 2014,a cidade de Pesqueira recebeu o ministro da Emergência Nacional do Paraguai para conhecer as tecnologias de convivência com semiárido.
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