quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

ASA/PE e UNIVERSIDADES DISCUTEM PARCERIAS

Texto e Fotos Daniel Ferreira
“Essa relação do saber popular e saber acadêmico firma como uma proposta de sociedade”

Saber popular e academia podem andar lado a lado ou até mesmo estarem juntos. É nessa perspectiva que aconteceu uma reunião com a secretária executiva da Cáritas Diocesana de Pesqueira e Coordenadora Executiva da Articulação no Seminário Brasileiro (ASA) pelo Estado de Pernambuco, Neilda Pereira, e representantes das universidades públicas do Estado. Na ocasião, os participantes debateram sobre oportunidades de parcerias com pesquisas e estudos voltados para a convivência com o Semiárido. O encontro aconteceu nesta quarta-feira (18) em Recife.
Estiveram presentes na reunião os professores Édila Soares (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação - Undime/Pernambuco), Gilvânia Oliveira (Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE), Juliana Couto (Universidade Federal de Pernambuco-UFPE) e Audísio Costa (Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco – Adufepe). A Universidade do Vale do São Francisco (Univasf) e Universidade de Pernambuco (UPE) estão também fazendo parte desse grupo de debate.

Para Édila Soares, a intenção é aproximar a academia e com o saber popular e as práticas pelas famílias agricultoras acompanhadas pela ASA Pernambuco. “Assim como água e educação são direitos universais, queremos também que a convivência com o Semiárido seja também. A partir da educação possamos construir diretrizes e políticas integradas, com diversas secretarias e entes do executivo (município, Estado e União) pensando a partir da Lei Estadual de Convivência com o Semiárido”, explicou a educadora.
“A aproximação com a academia vai contribuir em pesquisas e estudos para fortalecer nossas ações enquanto ASA e junto às famílias agricultoras do Semiárido pernambucano. Essa relação do saber popular e saber acadêmico aponta como uma proposta de sociedade alcançável, mostrando que não há saber superior ou inferior, mas saberes que se somam”, enfatizou Neilda Pereira.
A ideia que esse grupo de professores das universidades possa contribuir no planejamento dos planos municipais de convivência com o Semiárido e  na formação de gestores e docentes com a ampliação do Programa Cisternas nas Escolas. O próximo passo é firmar formalmente essa parceria com todos os reitores das universidades do Estado e criar um calendário para 2014.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

NOTA DE ESCLARECIMENTO CÁRITAS BRASILEIRA - por ocasião de notícia publicada na Folha de São Paulo



A Cáritas Brasileira vem a público reafirmar que a Campanha Mundial Uma família humana, pão e justiça para todas as pessoas, lançada em Brasília (DF) no último dia 10 de dezembro, não tem o objetivo de “estimular discussões e propostas para uma saída do Bolsa Família”, conforme informado em notícia publicada ontem, dia 17 de dezembro de 2013, no jornal Folha de São Paulo (versão impressa e on-line).
 A campanha, que, no Brasil, vai até 2015, pretende sensibilizar e mobilizar a sociedade sobre a realidade da fome, da miséria e das desigualdades no país. A alimentação adequada e de qualidade é um direito humano e por isso deve ser garantido a todos os cidadãos e cidadãs de forma igualitária.
A Cáritas Brasileira reconhece a importante ação realizada pelo Governo Federal nos últimos 12 anos no enfrentamento a pobreza, bem como as ações realizadas pela Igreja e pela sociedade civil, porém acredita que muito ainda tem de ser feito.
Cordialmente,
Dom Flávio Giovenale, bispo de Santarém (PA) e presidente da Cáritas Brasileira

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

ASA/PE participa de mesa de debate na Conferencia Estadual de Convivência com o Semiárido


 
Foto: João Tavares
Por Daniel Ferreira

No segundo dia da Conferência Estadual de Convivência com o Semiárido, a secretária executiva da Cáritas Diocesana de Pesqueira e coordenadora executiva da ASA pelo Estado de Pernambuco, Neilda Pereira, participou da mesa temática “Análise das Conferências Regionais: processo e propostas” na manhã dessa terça-feira (10) no auditório da Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire). Para um público de mais de 300 pessoas, Neilda apresentou as principais contribuições e demandas para a agricultura familiar agroecológica na perspectiva da convivência com o Semiárido e ainda resgatou a participação da sociedade civil nos debates. Além dela, estiveram na mesa o secretário estadual de Agricultura e Reforma Agrária, Aldo Santos, secretário executivo da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado, Maurício Cruz, e o representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), César de Oliveira.
Antes da conferência estadual, foram realizadas cinco conferências regionais no Estado (Sertão Central, do São Francisco, Araripe, Itaparica, Moxotó, Pajeú e Agreste Meridional Central e Setentrional), reunindo mais de mil pessoas. Nesses encontros os participantes formularam propostas de ações que contribuirão para o primeiro Plano Estadual de Convivência com o Semiárido em Pernambuco. Em sua fala, o secretário Aldo Santos ressaltou a importância do Plano Estadual de Convivência com o Semiárido. “A ideia é que nas próximas secas a população atravesse a estiagem com menos dificuldades. Quem sabe se no futuro não tenhamos um fundo específico para as ações de convivência. Não estamos querendo fazer ações de governo, mas sim ações de Estado - uma política de convivência com ações estruturantes”, reforçou.
“Antes as políticas eram pensadas dentro dos gabinetes, sem a participação da população. Esse plano estadual teve o envolvimento e a mobilização de diversos atores, principalmente a contribuição da sociedade civil.  Precisamos investir no controle social, para que de fato as ações aconteçam e contribua para que as pessoas vivam com dignidade no semiárido pernambucano.”, destacou Neilda Pereira.
                               Foto: João Tavares
Segundo Neilda, apenas 14 municípios (de 122 cidades do Semiárido) elaboraram seus planos municipais de convivência. “É muito importante que cada município tenha seu plano, pois é dentro do município que tudo acontece. É necessário que as pessoas se vejam e se sintam parte desse processo”, enfatizou.
Após a explanação da mesa, abriu para o debate e intervenções do público. Esse momento serviu para os delegados intervirem na discussão com perguntas e proposições.
O secretário municipal de agricultura do município de Oricuri, Paulo Pedro, chamou à atenção que o debate da convivência não é novo, mas ressaltou o pioneirismo do Estado em construir o plano estadual. “Pela primeira vez Pernambuco realiza uma conferência de convivência com o Semiárido, é um momento histórico não só para o Estado, mas também para o Brasil”, disse.
Ainda dentro da pauta, os delegados debateram as estratégias para implementação, sistematização e finalização do plano estadual e a sistematização e finalização do plano. A programação da conferência foi encerrada ainda no final da manhã.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

ASA/PE PARTICIPA DA ABERTURA DA CONFERÊNCIA ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO

 Por Daniel Ferreira

Pela primeira vez na história, Pernambuco terá um Plano de Convivência com o Semiárido. Esse momento leva o Estado a ser o único no Brasil a ter um mecanismo estruturado e planejado de políticas para a região semiárida. A iniciativa pioneira deve-se a participação, mobilização e construção coletiva entre o Estado e a Articulação no Semiárido Pernambuco (ASA/PE), juntamente com as famílias agricultoras.
 
                               Foto: João Tavares
Nesse sentido, desde essa segunda-feira (09), Recife está sediando a Conferência Estadual de Convivência com o Semiárido. Na abertura Centro de Convenções, participaram o governador do Estado, Eduardo, Campos, secretário estadual de Agricultura e Reforma Agrária, Aldo Santos, coordenadora executiva da ASA/PE, Neilda Pereira, presidente da Fetape, Doriel Barros, presidente da Fetraf, João Santos, secretários estaduais, prefeitos e deputados estaduais. No evento, também representantes da sociedade civil, associações e sindicatos rurais, famílias agricultoras, gestores municipais, quilombolas e indígenas.
Para o governador, a conferência estadual marca uma nova forma de olhar o Semiárido. “É um desafio pensar estrategicamente essa região. A conferência permite ouvir todos e colocar no papel o caminho que vamos seguir. Passar pelo período de estiagem desafia todos os governos. Precisamos colocar a convivência na pauta nacional. Não podemos deixar que o debate da convivência se encerre com a primeira chuva. Precisamos manter acesso a estruturação do Semiárido”, enfatizou Eduardo Campos.
“Pernambuco deve levar esse debate da convivência o cenário nacional, que está além da Lei estadual de convivência e as conferências. As conferências apontam também para a regionalização e a especificidade de cada região. A ideia é que no futuro tenhamos um sistema de políticas de convivência com o Semiárido, assim como temos o SUS e o Sistema de Assistência Social”, reforçou o secretário estadual Aldo Santos.


A coordenadora executiva da ASA/PE falou da importância de um outro olhar para a região. “É muito importante essa mudança de concepção de combate à seca para a convivência com o Semiárido. Viver no Semiárido, não é viver de emergências, mas é viver com ações estruturadoras. Assim, estaremos construindo um semiárido diferente, mais digno, para homens e mulheres viverem com qualidade”, disse Neilda Pereira.
A conferência estadual culminou após a realização de cinco conferências regionais no Estado (Sertão Central, do São Francisco, Araripe, Itaparica, Moxotó, Pajeú e Agreste Meridional Central e Setentrional), reunindo mais de mil pessoas. O resultado dos debates dos grupos de trabalho nesses encontros resultará no Plano Estadual de Convivência com o Semiárido.
Semiárido pernambucano – Reúne 122 municípios localizados em cinco regiões do Estado. Nele, vivem 3,5 milhões de pessoas (41% da população de Pernambucano).

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Cáritas Nordeste 2 promove momento ecumênico de oração por um mundo sem fome e sem pobreza

 Por Kilma Ferreira 
 Assessora de Comunicação Cáritas NE2

Nesta terça-feira, dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, as 164 organizações membro da Caritas Internationalis estarão unidas em oração no dia do lançamento oficial da campanha mundial “Uma família humana, alimentos para todos”, que no Brasil foi adaptada para “Uma família humana, pão e justiça para todas as pessoas”.
No estado de Pernambuco, sede da Cáritas Brasileira Regional NE2 acontecerá um momento ecumênico de oração por um mundo sem fome e sem pobreza. Na ocasião, a equipe Cáritas NE2 junto a organizações parceiras irão refletir sobre questões relacionadas à fome. O momento contará com a participação de agentes Cáritas, representações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Regional NE2), Setor Pastoral Social, da organização não-governamental Habitat para a Humanidade Brasil e igrejas evangélicas. 
A programação está prevista para começar às 10h: 30 e irá apresentar a campanha mundial, a partir de dados sobre a fome e a pobreza, com foco na realidade da região Nordeste, especialmente nos quatro estados onde a Cáritas Regional NE 2 atua: Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Vale ressaltar que o Nordeste do Brasil ainda concentra o maior contingente de pessoas na extrema pobreza.
Ainda na programação haverá um momento dedicado a leitura e reflexão do Evangelho. Em seguida, terá a apresentação de um projeto desenvolvido com mães de uma comunidade carente chamada “Dancing Days”, localizada no bairro do Ipsep, na Região Metropolitana do Recife. Aproximadamente 98 famílias vivem em situação de extrema pobreza nessa comunidade. 
Ao meio-dia, todos e todas se unem a onda de oração da campanha mundial, com um propósito único, orar por um mundo sem fome e sem pobreza.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

OS PIPAS E AS CISTERNAS

ASA – Articulação do Semiárido (1)
CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviços (2)
RESAB –Rede de Educadores do Semiárido Brasileiro (3)
Cáritas Brasileira (4)

Chamou a atenção a matéria sobre o abastecimento das cisternas por carros pipas contaminados, ou água contaminada dos pipas, veiculada pelo Fantástico da Rede Globo, edição de 01/12/2013. Entretanto, cabem algumas observações sobre a referida matéria.
Em primeiro, o conteúdo da matéria não pode se generalizar para todo o Semiárido. Na maioria dos lugares o abastecimento está sendo decente e com água tratada, em que pese tantos casos de fraudes, má fé e falta de ética por falta dos pipeiros e políticos. Também no que se refere à epidemia em Alagoas, trate-se de um caso localizado, acontecido há meses atrás, só agora vindo ao ar no referido programa.
Em segundo, está evidente que ainda estamos longe de resolver os problemas da água potável da região do Semiárido, particularmente em épocas de grandes estiagens, como essa que estamos passando. Uma grande parcela da população local ainda bebe água contaminada, não só porque vem pelos pipas, mas porque suas fontes de abastecimento ainda são os barreiros e açudes, cujas águas insalubres servem para o abastecimento humano e dos animais.

Terceiro, é preciso realçar que, com todos os limites apontados pela referida matéria, já não temos nessa região, nem mesmo em períodos de longas estiagens, a intensa mortalidade infantil, tantas doenças veiculadas por água contaminada, já não precisamos das famigeradas “frentes de emergência”, já não temos intensas migrações e nem os horrores dos saques feitos por sedentos e famélicos. Nós, das entidades que atuam nessa região, construindo a convivência como Semiárido, fazemos questão de realçar as conquistas desse povo.
Por último, se não quisermos que essas cenas do presente se repitam no futuro, é só o governo implementar massivamente as tecnologias de convivência com o Semiárido: cisternas de captação de água de chuva para beber, cisternas para produção, caxios, barreiros, barragens subterrâneas, etc, e implementar adutoras para abastecimento das aglomerações rurais e centros urbanos. Onde esses serviços já chegaram, apesar das dificuldades, os problemas trágicos já não se repetem. Infelizmente, essa situação atinge todo povo brasileiro. Recentemente, o IBGE divulgou a síntese dos Indicadores sociais 2013 – SIS, onde constata que 29,7% dos domicílios urbanos não têm acesso simultâneo aos serviços básicos de saneamento e iluminação, como abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e iluminação elétrica. Do total de domicílios analisados, 93,5% acusaram ausência de esgotamento sanitário (IBGE/2013). 
Terceiro, é preciso realçar que, com todos os limites apontados pela referida matéria, já não temos nessa região, nem mesmo em períodos de longas estiagens, a intensa mortalidade infantil, tantas doenças veiculadas por água contaminada, já não precisamos das famigeradas “frentes de emergência”, já não temos intensas migrações e nem os horrores dos saques feitos por sedentos e famélicos. Nós, das entidades que atuam nessa região, construindo a convivência como Semiárido, fazemos questão de realçar as conquistas desse povo.
Por último, se não quisermos que essas cenas do presente se repitam no futuro, é só o governo implementar massivamente as tecnologias de convivência com o Semiárido: cisternas de captação de água de chuva para beber, cisternas para produção, caxios, barreiros, barragens subterrâneas, etc, e implementar adutoras para abastecimento das aglomerações rurais e centros urbanos. Onde esses serviços já chegaram, apesar das dificuldades, os problemas trágicos já não se repetem. Infelizmente, essa situação atinge todo povo brasileiro. Recentemente, o IBGE divulgou a síntese dos Indicadores sociais 2013 – SIS, onde constata que 29,7% dos domicílios urbanos não têm acesso simultâneo aos serviços básicos de saneamento e iluminação, como abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e iluminação elétrica. Do total de domicílios analisados, 93,5% acusaram ausência de esgotamento sanitário (IBGE/2013).
Talvez ainda precisemos dos pipas, principalmente onde os serviços de água não chegaram, ou simplesmente porque nessas longas estiagens há locais tão distantes que vão continuar precisando deles. Aí então é uma questão da vigilância sanitária e dos responsáveis pelos programas de abastecimento dos pipas, assim como dos gestores públicos federal, estadual e municipal, assumirem suas responsabilidades. 

(1) Rede formada por mil organizações da sociedade civil que atuam na gestão e no desenvolvimento de políticas de convivência com a região semiárida. (www.asabrasil.org.br)
(2) Entidade ecumênica de promoção e garantia a defesa de direitos, justiça e paz, defesa e fortalecimento das as lutas dos movimentos sociais por transformações que assegurem uma sociedade justa e democrática. (www.cese.org.br)
(3) Espaço de articulação política regional da sociedade organizada, que congrega educadores e educadoras e instituições governamentais e não governamentais, que atuam na área de educação contextualizada no Semiárido Brasileiro. http://resabnacional.blogspot.com.br
(4) Entidade vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, presente em 164 países, com atuação em todo o território nacional, desenvolve o programa de convivência com o seminário. (www.caritas.org.br)