sexta-feira, 31 de maio de 2013

Diocese de Pesqueira recebe pesquisadores da UFPE para experiência na área de recursos hídricos


Dia 29 de maio, estiveram reunidos no Seminário São José, em Pesqueira, pesquisadores da UFPE, ProRural e equipe da Diocese de Pesqueira para participar de uma atividade sobre a potabilidade da água das cisternas de placa.

Pesquisadores observando uma cisterna de placa
com capacidade  para 16 mil litros
Os participantes do evento visitaram o Sítio na Comunidade Lagoa do Campo, situada no distrito de Mimoso, Pesqueira/PE.  O objetivo da visita foi conhecer um sistema de captação de água que está sendo desenvolvido por pesquisadores da UFPE. Esse sistema visa captar água das chuvas, separando a primeira água das chuvas que geralmente vem suja em consequência da sujeira acumulada no telhado sem ter que desperdiçá-la. A água suja é armazenada em um recipiente, e como é imprópria para o consumo, a mesma pode ser utilizada para os animais ou as plantas, tornando-a reaproveitável de certa forma e contribuindo assim para a sustentabilidade ambiental.

 O sistema elaborado é importante por que acaba com o medo do desperdício. Segundo Júlio pesquisador da UFPE, há certa resistência por parte dos agricultores em separar a água suja da água limpa, por causa do desperdício e assim a água acumulada na cisterna não era de qualidade. Com esse sistema, se garante água limpa de qualidade para a família, reaproveitando a água que antes poderia ser jogada fora. Geralmente a água da primeira chuva é separada, a chuva dos dias posteriores é captada para cisterna. Quando há um intervalo de dois dias, na volta da chuva a primeira água é separada novamente.

Para se construir um sistema deste tipo, o investimento é em torno de R$250,00 a R$300,00 sendo assim, uma tecnologia acessível para garantir a qualidade da água para os agricultores. Os estudos realizados nessa pesquisa mostram que com esse sistema a água acumulada nas cisternas consegue atingir algo em torno de 90% de pureza. E isso pode ser comprovado no depoimento dos beneficiários que relatam a diminuição dos casos de diarreia na família que antes da implantação desse sistema era muito frequente entre eles.   


Tapetes de Corpus Christi - 30 de maio de 2013 - Pesqueira/PE - temática Cisternas de Placa


terça-feira, 28 de maio de 2013

Intercâmbio de Experiência acontece no Sítio Poços, em Arcoverde

Participantes do intercâmbio conhecendo
 uma cisterna de enxurrada


Dia 24 de maio, o Sítio Poços, em Arcoverde, foi cenário do Intercâmbio de Experiências do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Simone Bezerra foi a anfitriã, recebendo aproximadamente 30 convidados em sua residência. Vieram para o Intercâmbio agricultores de Buíque, Pedra e Arcoverde beneficiados com as tecnologias sociais do P1 + 2. O intuito do intercâmbio é compartilhar o conhecimento sobre as técnicas aplicadas à agricultura e pecuária.

Durante o evento foram visitadas diversas tecnologias sociais de captação de água, como a cisterna calçadão, cisterna de enxurrada e tanque de pedra, além de visita a comunidades que possuem experiências exitosas na área de agricultura e criação de animais. “É bom a gente estar se preparando. É importante a gente aprender no local em que vive. Talvez essa seca que a gente viveu agora nos desperte a conviver com o semiárido”, disse Justino Neto, técnico agrícola da Diocese de Pesqueira, que falou sobre a importância do  evento. “Que esta experiência que nós estamos vivendo, possamos levar para a nossa prática”, reforçou Misael, técnico agrícola sobre o caráter pedagógico do evento.

Simone Bezerra mantém em sua propriedade uma cisterna de 16 mil litros, uma cisterna de enxurrada e mais um caldeirão onde foi aproveitada a própria geologia da região, formada por grandes rochas. “Esse caldeirão foi feito manualmente. Eu pretendo ampliar a parede para ampliar a captação de água”, explicou Simone, que mantém os animais organizados em locais fechados, para a evitar a contaminação da água. Simone cria galinhas, gado, bodes e cabras. Andreza Pereira, técnica agrícola da Diocese de Pesqueira também falou sobre a importância da organização dos espaços nas comunidades rurais.

Sustentabilidade local- Várias alternativas sustentáveis foram observadas na casa de Simone Bezerra, que recebeu os participantes do intercâmbio.  Simone costuma reaproveitar troncos de árvore para fazer bancos, poltronas e mesas artesanais. Além disso, Simone reutiliza a água da lavagem dos pratos e da roupa para regar a horta, que tem uma diversidade de culturas como tomate, cebolinha, alface, couve, dentre outras, bem como fruteiras e hortas. A cobertura de folhas que cai das árvores, Simone não recolhe, mas utiliza como adubo natural e proteção do solo.

A alternativa da forragem - A utilização de plantas da própria caatinga foi um dos pontos de destaque observados na propriedade de Simone, uma vez que a forragem é uma das alternativas mais eficientes a ser utilizada especialmente durante a estiagem. “O certo é juntar a coivara, pois se você queimar a terra, mata os seus nutrientes”, ensinou Misael, técnico agrícola da Cáritas Diocesana de Pesqueira. Na questão de plantas Simone ainda ensinou sobre a utilização de insumos naturais para combater pragas e s tipos de palma existentes que são resistentes à cochonilha, como a palma orelha de elefante. O armazenamento de sementes orgânicas foi também um destaque da conversa, a fim de garantir sementes acessíveis e sem agrotóxicos. “Se você faz o banco de sementes, vai ter semente de qualidade para o ano todo”, explicou Misael.

A atuação da ASA e Diocese de Pesqueira - A ausência de política pública contextualizada foi outro assunto trazido à tona. Simone afirmou que nunca foi visitada por nenhum político, nem mesmo durante as eleições, o que mostra o abandono da comunidade e comprova que os méritos do trabalho desenvolvido na propriedade são frutos tão somente da família e organizações que a Articulação no Semiárido – ASA, que leva o P1 + 2 através da Diocese de Pesqueira na região." A gente nunca teve um prefeito ou vereador que nos visitasse. O que temos é com esforços próprios”, disse Simone.  O Programa Uma Terra e Duas Águas tem como objetivo primordial oferecer tecnologias de captação de água em quantidade e qualidade adequadas para produção agrícola e criação de animais a fim de fortalecer a segurança alimentar e nutricional.




Diocese de Pesqueira inicia segunda etapa do Pernambuco Mais Produtivo



Capacitação de Pedreiros do Pernambuco
Mais Produtivo
A Diocese de Pesqueira inicia mais uma etapa do Programa Pernambuco Mais Produtivo por meio da Articulação no Semiárido – ASA sob a coordenação da Secretaria Executiva da Agricultura Familiar- SEAF/Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária - SARA e financiado pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome – MDS.

A perspectiva da segunda etapa do Pernambuco Mais Produtivo através da Diocese de Pesqueira é implementar 3.750 cisternas calçadão, 400 terreiros de secagem, 40 cisternas telhadão e 50 tanques de pedra na região do agreste bem como investir nos processo de capacitação dos agricultores familiares.
As expectativas para a segunda etapa do programa são as melhores possíveis. “Nós estamos concluindo neste momento 275 cisternas no município de São Bento do Una e vamos começar mais 3.750 cisternas nos municípios do agreste meridional e do agreste central e é uma etapa bastante desafiadora que agora nós vamos construir as tecnologias em 22 municípios dessa região”, disse Neilda Pereira, coordenadora executiva da Articulação no Semiárido em Pernambuco e coordenadora geral da Cáritas Diocesana de Pesqueira. “Essa próxima etapa que estamos iniciando surge com muita euforia, com muitas apostas, mas ao mesmo tempo com muitos desafios, pois nós vamos trabalhar na perspectiva de concluir 30 cisternas a cada mês em cada município”, completou Itamar de Carvalho, coordenador do Programa Pernambuco Mais Produtivo pela Diocese de Pesqueira.

Percalços resolvidos - Um dos entraves encontrados na realização da primeira etapa do programa foi à escassez de água. “A primeira etapa foi muito dolorosa do ponto de vista que tivemos algumas limitações e a maior delas pra gente é a falta de água para o processo de construção, que atrasou todo o nosso planejamento, então esse foi o gargalo da primeira etapa. Nós estamos pagando água de onde não tem recurso”, disse Itamar de Carvalho.  A alimentação dos pedreiros é outro ponto a ser considerado na segunda etapa do programa, pois um dos requisitos para execução das tecnologias sociais é que as famílias alimentem os pedreiros com recursos próprios durante o processo de execução. “Além da água agora, nós vamos precisar nos preocupar também com a alimentação dos pedreiros durante o período de construção. Estamos iniciando um diálogo com o governo do estado através da SEAF e consequentemente com o Ministério de Desenvolvimento Social também sob a perspectiva de garantirmos alguma ajuda a essas famílias para esse período”, reforçou Itamar.  

Universalização das cisternas - A execução do Pernambuco Mais Produtivo tem suscitado outras discussões. Para além das ações previstas no Pernambuco Mais Produtivo, nossa grande expectativa é contribuir com a efetivação de um marco regulatório especifico, no âmbito do Governo Federal e Estadual, que permita a universalização do Programa de Cisternas como política de convivência com o semiárido, permita a ampliação dessa ação em todas as regiões do semiárido brasileiro e torne o campo um lugar ainda melhor para viver e trabalhar”, revelou Aldo Santos, Secretário Estadual de Agricultura e Reforma Agrária em Pernambuco.


segunda-feira, 27 de maio de 2013

Diocese de Pesqueira inicia capacitações de pedreiros em Alagoinha - PE



No período de 20 e 21 de maio foi realizada mais uma capacitação de pedreiros pela Diocese de Pesqueira através do Programa Pernambuco Mais Produtivo. O evento aconteceu no Sítio Regalo, em Alagoinha e contou com a presença de 22 pedreiros que conheceram as técnicas de construção da cisterna calçadão, uma das tecnologias sociais aplicadas ao Programa Pernambuco Mais Produtivo.

Pedreiros participando de formação em Alagoinha
Um dos objetivos da capacitação de pedreiros é contribuir para a formação de agricultores e agricultoras na construção de  tecnologias sociais do Programa Pernambuco Mais Produtivo, gerando desta forma trabalho e renda nas comunidades onde são inseridas as construções que conta com a parceria da Diocese de Pesqueira e Secretaria Executiva da Agricultura Familiar do estado de Pernambuco.

Somente na residência de apoio onde foi realizada a capacitação de pedreiros foram capacitados os dois filhos do casal. A dona da casa Gilvaneide Mendes, que é agricultora, já sonha em utilizar a cisterna calçadão que foi construída em sua propriedade. “É muito bonita, mas é de muita responsabilidade. A esperança é muito grande. A gente quer ampliar a plantação, pois já criamos animais”, disse D. Gilvaneide.

Apesar das dificuldades encontradas na capacitação como a falta de água, que ainda é fruto da estiagem, os participantes do evento estavam bastante animados quanto a multiplicação dos conhecimentos obtidos. “Pra gente é um prazer estar ensinando. Depois que a gente está no ramo, a gente vai embora. É um benefício grande”, disse Rubens Nelson, conhecido como Rubinho, pedreiro facilitador da capacitação.

Programa Pernambuco Mais Produtivo - O Programa Pernambuco Mais Produtivo tem como objetivo principal coletar água da chuva para produção de alimentos, garantindo assim a soberania alimentar e possível geração de renda através da comercialização dos produtos.
O programa tem como meta construir 15.500 cisternas calçadão de 52 m³, 1.000 terreiros de secagem, 150 tanques de pedra, 40 cisternas telhadão e 40 barreiros lonados, sendo estas tecnologias facilitadoras da convivência do homem com o semiárido, uma vez que visam manter as famílias no seu habitat, proporcionando uma melhor qualidade de vida e o desenvolvimento sustentável.


Cáritas Diocesana de Pesqueira realiza Oficina de Comunicação



Dia 17 de maio a Diocese de Pesqueira ofereceu através da Cáritas Diocesana de Pesqueira a Oficina de Comunicação: Planejamento e Estratégias, no auditório do Seminário São José. O facilitador foi o jornalista Daniel Ferreira, assessor de comunicação da Cáritas Diocesana de Pesqueira. Toda equipe de trabalho da Cáritas Diocesana de Pesqueira participou da oficina, que teve como objetivo a implantação do Plano de Comunicação da Cáritas Diocesana de Pesqueira.

Os integrantes da oficina tiveram a oportunidade de refletir o papel e a importância da comunicação na vida da organização, das famílias agricultoras e das atividades desenvolvidas especialmente no meio rural, que é foco do trabalho da Cáritas Diocesana de Pesqueira, pois muitas ações são voltadas para a convivência com o Semiárido.

Houve também um momento de identificação das ações/atividades prioritárias que visibilizam a missão e a trajetória da organização em nível local e estadual, bem como a identificação e sugestão de implantação de instrumentos de comunicação que potencializem as ações da organização em nível local e estadual.
Oficina de Comunicação: Planejamento e
Estratégias, no Seminário
São José
A prática de sistematização e produção do conhecimento entre equipe da organização foi estimulada entre os participantes da oficina, como busca do uma comunicação proativa, circular, que seja construída num conjunto e leve a mudanças sociais. “Precisamos entender e praticar a comunicação como uma estratégia de mobilização e formação social”, ressaltou Neilda Pereira, coordenadora geral da Cáritas Diocesana de Pesqueira e coordenadora executiva da Articulação no Semiárido pelo estado de Pernambuco.

Trabalho em grupo – dentre as atividades da Oficina de Comunicação, os participantes traçaram ações prioritária da comunicação organizacional identificando os meios e instrumentos de comunicação da/para a organização e dando sugestões em como potencializá-los. Além disso, foi temática dos trabalhos em grupo a sistematização das experiências exitosas no Semiárido, onde os integrantes da oficina relataram as suas ideias sobre sistematização, bem como os objetivos desta técnica. “Sistematizar é juntar cacos para construir vitrais” ensinou Daniel Ferreira, evidenciando a importância do técnico agrícola, que convive mais proximamente com o agricultor em transmitir a essência das experiências locais e o saber compartilhado. “A sistematização gera um registro que promove o empoderamento das famílias”, reforçou Daniel Ferreira.

Avanços no setor de comunicação – a Oficina de Comunicação despertou o olhar da equipe da Cáritas Diocesana de Pesqueira em relação a ações inovadoras na organização como um programa de rádio mais abrangente, a construção de um boletim eletrônico, um documentário sobre a organização, a divulgação da organização em programas de rádio regionais, a ampliação de material próprio de divulgação, panfletagem das ações da Cáritas Diocesana nas feiras locais, dentre outras sugestões, evidenciando uma ampliação do olhar dos componentes da organização na área de comunicação.

Daniel Ferreira – O jornalista Daniel Ferreira tem uma longa caminhada junto a Articulação no Semiárido – ASA/PE, é especialista em comunicação organizacional e educação no semiárido, mestrando em Desenvolvimento Rural e hoje integra a Assessoria de Comunicação da Cáritas Diocesana de Pesqueira.






ESCOLA FÉ E VIDA ACONTECE EM PESQUEIRA COM O MÓDULO CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO




Mais uma vez os alunos e alunas da Escola Fé e Vida se encontraram, e desta vez para o segundo módulo da formação, que aconteceu nos dias 17 e 18 de maio de 2013. A mística de introdução lembrou a edição 2013 da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC), no hemisfério sul, cujo tema foi “O que Deus exige de nós?”, inspirado em Miquéias 6,6-8.
Edésio, coordenador do Chapada, levando o tema Convivência
com o Semiárido
No dia 18 de maio foi lembrado o Dia Nacional de luta contra o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Na ocasião, os alunos foram convidados a tomar parte do problema e assumir a nossa responsabilidade diante do abuso e da exploração sexual contra crianças e adolescentes, assumindo a posição de controle social exercido pela sociedade civil.
            O módulo Convivência com o Semiárido teve como facilitador Edésio Medeiros, que é o coordenador de programas do Chapada - Centro de Habilitação e Apoio ao Pequeno Agricultor do Araripe, que é sediado em Araripina – PE.
            Edesio ajudou a compreender as estratégias de convivência com o Semiárido, a partir da construção de um desenvolvimento sustentável no Semiárido brasileiro, por meio de tecnologias sociais de captação da água da chuva e da boa gestão da água nas comunidades rurais para a produção de alimentos de base agroecológica, permitindo que as famílias vivenciem um processo de formação voltado para a questão produtiva e social, resultando na melhoria da qualidade de vida das populações rurais, do semiárido nordestino e de um Brasil melhor. “A cronologia das secas mostra que estas são cíclicas e sempre existiram, porém o que falta são ações de captação de água”, ensinou Edésio sobre a convivência com o Semiárido.
Durante o evento, a comunicadora popular Adriana Leal apresentou aos alunos e alunas a Campanha Água no Semiárido: poupar e armazenar para não faltar. Adriana criou mecanismo de sensibilização da necessidade de economizar e armazenar água e que todos/as somos responsáveis em promover mudanças de comportamento de consumo, melhorando o meio ambiente e construindo um mundo mais sustentável. “A água no Semiárido é uma questão de grande relevância à qualidade de vida para garantir o bem estar social como um todo na região”, disse Adriana Leal.
            O seminarista Átila, descendente da etnia Xukuru, também teve uma participação na Escola Fé e Vida sobre a etnia Xukuru do Ororubá. Átila informou os índios estavam naquele fim de semana em Assembleia na Serra do Ororubá, como fazem há quinze anos, em memória da morte do Cacique Chicão, que foi barbaramente assassinado em maio de 1998 na cidade de Pesqueira devido a conflitos de terras.  A Assembleia Xukuru é espaço de conscientização política e formativa para que todo/as lutem e conquistem direitos fundamentais para a realidade indígena, destacando a garantia dos direitos humanos.

Risaldo Gomes – Articulador da Cáritas Diocesana de Pesqueira

quarta-feira, 22 de maio de 2013

AGROECOLOGIA É TEMA DE DEBATE EM WORKSHOP DA EMBRAPA

Neilda Pereira no workshop em Petrolina
À convite da Embrapa Semiárido (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a Articulação no Semiárido Pernambucano (ASA/PE) participou “Workshop Agrobiodiversidade e Agroecologia no Nordeste” ontem (16) na cidade de Petrolina. Na ocasião, a coordenadora executiva da Articulação, Neilda Pereira, moderou o tema e apresentou diversas experiência agroecológicas no Estado a partir das tecnologias sociais implantadas pela ASA junto com as famílias agricultoras.

A ideia do workshop é avaliar os projetos de agroecologia que estão em andamento na região nordestina, com o envolvimento da sociedade civil, por meio de suas organizações sociais, e propor novos projetos que atendam às realidades locais e que estejam alinhados à Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO).

Entre dos temas dos debates da programação do evento está manejo comunitário da agrobiodiversidade para o desenvolvimento sustentável de comunidades rurais, uso de novas variedades de mandioca, quintais agroflorestais dinâmicos e agroecológicos para aumento da segurança alimentar e renda de agricultores familiares.

A participação da ASA/PE foi expressiva nas discussões, devido ao acúmulo de diversas experiências agroecológicas em Pernambuco. “As pesquisas devem estar associadas a ampliação dessas experiências da famílias agricultoras na perspectiva de uma consolidação enquanto politicas de Estado. O workshop foi oportuno também porque colocamos o que temos construído enquanto ASA, como por exemplo: a Politica Estadual de Convivência com o Semiárido”, ressaltou Neilda Pereira.
Representantes de organizações e movimentos sociais e pesquisadores também estiveram participando do evento, como o coordenador do Chapada (Centro de Habilitação e Apoio ao Pequeno Agricultor do Araripe), Edsésio Medeiros. O workshop segue até esta sexta-feira (17) e está acontecendo no Auditório do Sebrae, dentro do Centro de Convenções da cidade.

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Daniel Ferreira
Jornalista 4140 DRT/PE
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quarta-feira, 15 de maio de 2013

ASA/PE PRESTIGIA POSSE DO NOVO SECRETÁRIO ESTADUAL DE AGRICULTURA

Secretário Aldo Santos no
momento da posse

Diversas organizações que compõem a Articulação no Semiárido Pernambucano (ASA/PE) participaram da solenidade de posse do novo Secretário Estadual de Agricultura e Reforma Agrária, Aldo Santos. A cerimônia foi prestigiada por várias lideranças dos movimentos sociais, jovens rurais e agricultores familiares. O evento aconteceu na tarde de ontem (14) na sede provisória do Governo do Estado, no Centro de Convenções, em Olinda.

Além do governador do Estado, Eduardo Campos, da primeira dama, Renata Campos, e do vice-governador, João Lira, participaram da solenidade o presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchôa, quase todos os secretários estaduais, dezenas de parlamentares e lideranças políticas. Representantes das organizações como Fetape, MST, CUT, Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e Fetraf (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura familiar) também estiveram presentes da cerimônia.

“É um momento importante para o meio rural e para nós dos movimentos sociais, pois temos uma pessoa da nossa luta e caminhada conduzindo a pasta de Agricultura e Reforma Agrária no Estado. Esperamos que o diálogo Governo e sociedade civil permaneça com proposições e construção de melhorias para o homem e mulher do campo”, reforçou o Manoel Barbosa, da coordenação executiva da ASA/PE.

Em seu discurso, Aldo Santos ressaltou a sua trajetória dentro dos movimentos sociais. “Em toda a minha caminhada profissional tenho os movimentos sociais. São eles que têm também contribuído as mudanças e as conquistas na agricultura familiar do nosso Estado”, enfatizou.
Aldo Santos deixa a Secretaria Executiva Agricultura Familiar e assume a nova pasta de Agricultura e Reforma Agrária no lugar do ex-secretário Ranilson Ramos, que deixa o cargo para ocupar a vaga de Conselheiro de Tribunal de Contas do Estado.

José Aldo dos Santos - Natural da cidade de Altinho, no Agreste pernambucano. Formado em Agronomia e mestre em Administração Rural pela UFRPE, coordenou o Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá e foi da coordenação estadual da ASA-PE, da coordenação executiva da ASA-Brasil e da coordenação nacional da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). Faz parte do Comitê Integrado de Combate à Estiagem. É o atual presidente do Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável de Pernambuco (CDRMS). Em janeiro de 2011, assumiu a Secretaria Executiva de Agricultura Familiar e, em junho de 2012, acumulou a gerência geral do Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável de Pernambuco (ProRural).

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Daniel Ferreira
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quarta-feira, 8 de maio de 2013

ASA/PE PARTICIPA DE DISCUSSÃO DA PRIMEIRA CONFERÊNCIA ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA COM SEMIÁRIDO




Mesa redonda na Conferência Estadual de Convivência com
o semiárido
Momento histórico para Pernambuco. O Estado terá a primeira Conferência Estadual de Políticas Públicas para a Convivência com o Semiárido. A conquista foi fruto da mobilização e atuação das organizações da sociedade civil que compõem a Articulação no Semiárido Pernambucano (ASA/PE). A iniciativa foi divulgada durante a reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável na manhã desta terça-feira (07) na sede do IPA, na Capital.

Na ocasião, foi apresentado o decreto (nº 39.553, de 30 de Abril de 2013) assinado pelo governador Eduardo Campos, que oficializa e convoca a sociedade para a conferência. Durante a reunião, foi criada também a Câmara Técnica de Convivência com o Semiárido, que será coordenado a ASA/PE e na vice-coordenação ficou com a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e Energéticos (SRHE). As instituições foram escolhidas pelos membros do Conselho Estadual de Desenvolvimento Sustentável devido a experiências acumuladas no tema dentro do Estado.

A Câmara Técnica (CT) será um espaço permanente para aprofundar o debate, bem como discutir os conteúdos e metodologia que serão utilizados nas conferências. A ideia é realizar as conferências municipais e territoriais, culminando com a grande Conferência Estadual. A programação é que sejam realizados todos os eventos até novembro deste ano. Compõe também a CT a Fetape, Banco do Brasil, MST, IPA, CUT, SRHE e Secretaria Executiva de Agricultura Familiar (SEAF).

Assim como a saúde, educação, segurança e desenvolvimento social são políticas públicas, a Articulação  tem garantido que a convivência com o Semiárido também seja tratada como uma política de Estado. Esses espaços das conferências serão importantes para as populações das diversas regiões participarem e contribuírem para efetivação de uma política pública em Pernambuco voltada para as regiões semiáridas”, reforçou a coordenadora executiva da ASA/PE, Neilda Pereira.

                                         

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Daniel Ferreira
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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Diocese de Pesqueira retoma as atividades do Programa Uma Terra e Duas Águas



Cisterna Calçadão: tecnologia social do P1 + 2
Atuando a cinco anos com o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), a Diocese de Pesqueira retoma as atividades da continuação do termo na região, que terá a duração de nove meses.  O Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) é uma das ações do Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semiárido da Articulação no Semiárido – ASA. A Diocese de Pesqueira executa o P1 + 2 em Buíque, Pedra e Arcoverde.

Através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), mais de 12 mil famílias, ou 60 mil pessoas, estão tendo acesso à água para produção de alimentos no Semiárido. Associadas ao processo de formação, as tecnologias sociais criam melhores condições para que agricultores e agricultoras fortaleçam seus sistemas de produção, gerando segurança alimentar e nutricional, através de alimentos produzidos através da agroecologia, isto é sem qualquer tipo de aditivo químico. Baseado especialmente para fortalecer a agricultura familiar, quando existe um excedente da produção, é comum haver a comercialização dos produtos, um incremento à renda familiar.

As tecnologias adotadas pelo P1+2 são simples, baratas e de domínio dos agricultores e agricultoras. Existem vários tipos de implementações para captar água para produção de alimentos. Dentre as tecnologias sociais utilizadas pelo P1 + 2 estão: cisterna-calçadão, barragem subterrânea, tanque de pedra e bomba d’água popular. “O último termo do P1 + 2 foi um termo bastante desafiador. Nós tivemos um curto espaço de tempo e diversas tecnologias e eventos para serem desenvolvidas, mas ao mesmo tempo foi um termo que possibilitou experimentar outras tecnologias a exemplo do barreiro trincheira, da cisterna de enxurrada, então são tecnologias que já haviam sido desenvolvidas em outras comunidades e que em nossa região a gente teve oportunidade de experimentar”, disse Neilda Pereira, coordenadora executiva da Articulação no Semiárido Pernambuco e coordenadora geral da Cáritas Diocesana de Pesqueira, sobre a experiência de construção de novas tecnologias sociais na região de atuação.

A mobilização social - Outro ponto de relevância do P1 + 2 é o fortalecimento da mobilização social através de intercâmbios com os agricultores, que acontece tanto de forma local como regional. “O P1 + 2 é um programa que tem possibilitado às famílias a experimentarem diversas tecnologias, mas sobretudo a participar de dinâmicas de formação, que tem contribuído para que a família tenha conhecimento, ou seja ampliar a sua experiência na linha de convivência com o semiárido”, relatou Neilda Pereira, evidenciando o papel da construção do conhecimento coletivo. “Esse é um instrumento mobilizador e transformador. O P1 + 2 é ilimitado na questão de formação, de mostrar que ela pode ir além”, reforçou Edmilson Paulino, coordenador do P1 + 2 pela Diocese de Pesqueira.

Um novo panorama no semiárido – Contribuindo de forma a ir além da água para beber e para produção alimentar, com o advento do P1 + 2 hoje é possível observar uma nova forma de viver no semiárido, pois os agricultores que já possuem as tecnologias sociais em uso passam pela prolongada estiagem em que vivemos na atualidade com água de qualidade disponível. “A maioria das tecnologias que foram construídas hoje a gente tem oportunidade de visitar e ver que houve uma captação de água e que as famílias já estão utilizando esta água, seja para criação de animais, seja para diversos usos na sua casa, então são resultados, que eu diria imediatos no sentido de que são reservatórios que permitem guardar a água da chuva para que a família possa utilizar no período de estiagem”, afirmou Neilda Pereira sobre o olhar diferente que as tecnologias sociais tem proporcionado ao semiárido pernambucano.


Diocese de Pesqueira realiza Capacitação das Comissões Municipais em Arcoverde



Momento da reunião em Arcoverde
Cerca de 20 representantes de associações comunitárias, sindicatos dos trabalhadores rurais, cooperativas que integram as comissões municipais da ASA das cidades de Arcoverde, Buíque e Pedra participaram de uma capacitação para avaliar e planejar a execução do novo Termo de Parceria que foi celebrado entre Associação Programa Um Milhão de Cisternas – Ap1MC e Diocese de Pesqueira.

O Programa Uma Terra e Duas Águas visa a implementação de tecnologias sociais de captação de água a ser utilizada na produção de alimentos. Dentre estas tecnologias estão a cisterna calçadão, barragem subterrânea, barreiro trincheira, bomba d’água popular e outras.  Um dos objetivos da reunião foi apresentar o novo termo do P1 + 2, uma vez que a Diocese de Pesqueira vem executando essa ação na região há cinco anos. Umas das etapas primordiais é a seleção das famílias que serão beneficiárias do programa. “Essa é uma tarefa fundamental e para isso contamos com a ajuda das lideranças comunitárias”, disse Edmilson Paulino, coordenador do P1 + 2 pela Diocese de Pesqueira, durante a capacitação.

As Comissões Municipais são responsáveis pelo controle social dos programas, pois são canais efetivos de participação coletiva, que tem pautado a  efetivação da cidadania no envolvimento democrático da população e implementação das políticas públicas. No caso do Programa Uma Terra e Duas Águas, as comissões municipais ainda tem o papel de evidenciar as experiências exitosas entre os beneficiários do programa, sendo neste aspecto grandes parceiras da Diocese de Pesqueira, pois propiciam um trabalho de base. 

A luta por políticas públicas que valorize as experiências locais foi outro ponto importante levado em conta na reunião. “No semiárido a gente não quer qualquer política, nós queremos ações estruturantes”, disse Neilda Pereira, coordenadora executiva da Articulação no Semiárido – ASA em Pernambuco e coordenadora geral da Cáritas Diocesana de Pesqueira, que também incentivou os participantes da capacitação a ir além da água para beber e cozinhar. “Nós estamos numa fase que é a inovação e uma formação que nos possibilite dialogar com o poder público. O momento que nós estamos agora é de construir novas políticas públicas”, reforçou Neilda.

No fechamento da capacitação houve uma proposta dos participantes da realização de um encontro com a sociedade civil organizada e lideranças políticas, mostrando que as mobilizações sociais propiciam uma visão ampla e coletiva da busca pelas políticas públicas contextualizadas para o semiárido. “O que é que nós estamos precisando fazer? Inovar!”, desafiou Iolanda Andrade, participante do evento e coordenadora do Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável em Buíque.