Cisterna Calçadão: tecnologia social do P1 + 2 |
Atuando a cinco anos
com o Programa Uma Terra e Duas Águas
(P1+2), a Diocese de Pesqueira retoma as atividades da continuação do termo na
região, que terá a duração de nove meses. O Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) é
uma das ações do Programa de Formação e Mobilização Social para Convivência com
o Semiárido da Articulação no Semiárido – ASA. A Diocese de Pesqueira
executa o P1 + 2 em Buíque, Pedra e Arcoverde.
Através do Programa
Uma Terra e Duas Águas (P1+2), mais de 12 mil famílias, ou 60 mil pessoas,
estão tendo acesso à água para produção de alimentos no Semiárido. Associadas
ao processo de formação, as tecnologias sociais criam melhores condições para
que agricultores e agricultoras fortaleçam seus sistemas de produção, gerando
segurança alimentar e nutricional, através de alimentos produzidos através da
agroecologia, isto é sem qualquer tipo de aditivo químico. Baseado
especialmente para fortalecer a agricultura familiar, quando existe um
excedente da produção, é comum haver a comercialização dos produtos, um
incremento à renda familiar.
As tecnologias adotadas pelo P1+2 são simples, baratas e de domínio dos
agricultores e agricultoras. Existem vários tipos de implementações para captar
água para produção de alimentos. Dentre as tecnologias sociais utilizadas pelo
P1 + 2 estão: cisterna-calçadão, barragem subterrânea, tanque de pedra e bomba
d’água popular. “O último termo do P1 + 2 foi um termo
bastante desafiador. Nós tivemos um curto espaço de tempo e diversas
tecnologias e eventos para serem desenvolvidas, mas ao mesmo tempo foi um termo
que possibilitou experimentar outras tecnologias a exemplo do barreiro
trincheira, da cisterna de enxurrada, então são tecnologias que já haviam sido
desenvolvidas em outras comunidades e que em nossa região a gente teve
oportunidade de experimentar”, disse Neilda Pereira, coordenadora executiva da
Articulação no Semiárido Pernambuco e coordenadora geral da Cáritas Diocesana
de Pesqueira, sobre a experiência de construção de novas tecnologias sociais na
região de atuação.
A mobilização social - Outro ponto de relevância do P1 + 2 é o
fortalecimento da mobilização social através de intercâmbios com os
agricultores, que acontece tanto de forma local como regional. “O P1 + 2 é um
programa que tem possibilitado às famílias a experimentarem diversas
tecnologias, mas sobretudo a participar de dinâmicas de formação, que tem
contribuído para que a família tenha conhecimento, ou seja ampliar a sua
experiência na linha de convivência com o semiárido”, relatou Neilda Pereira,
evidenciando o papel da construção do conhecimento coletivo. “Esse é um
instrumento mobilizador e transformador. O P1 + 2 é ilimitado na questão de
formação, de mostrar que ela pode ir além”, reforçou Edmilson Paulino,
coordenador do P1 + 2 pela Diocese de Pesqueira.
Um novo panorama no semiárido – Contribuindo de
forma a ir além da água para beber e para produção alimentar, com o advento do
P1 + 2 hoje é possível observar uma nova forma de viver no semiárido, pois os
agricultores que já possuem as tecnologias sociais em uso passam pela
prolongada estiagem em que vivemos na atualidade com água de qualidade
disponível. “A maioria das tecnologias que foram construídas
hoje a gente tem oportunidade de visitar e ver que houve uma captação de água e
que as famílias já estão utilizando esta água, seja para criação de animais,
seja para diversos usos na sua casa, então são resultados, que eu diria
imediatos no sentido de que são reservatórios que permitem guardar a água da
chuva para que a família possa utilizar no período de estiagem”, afirmou Neilda
Pereira sobre o olhar diferente que as tecnologias sociais tem proporcionado ao
semiárido pernambucano.
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