sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Conviver no Semiárido é ter a cultura do estoque



Em Pernambuco é cada vez maior o numero de municípios atingidos pela estiagem. Agora, já são mais de 50% de cidades em estado de emergência no Sertão, Agreste e até na Zona da Mata, atingindo 1,2 milhões de pessoas. O agravamento desta situação cada vez mais tem preocupado a Articulação no Semiárido pernambucano (ASA/PE) e o Setor Social Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a dialogar com o Governo do Estado no intuito de propor políticas públicas e ações emergenciais de convivência com o Semiárido.

Participantes da Reunião do Comitê Integrado de Enfrentamento a seca
Neste sentido, na última quarta-feira (14) em Recife, a ASA/PE e o Setor Social da CNBB apresentaram ao Comitê Integrado de Enfrentamento a Seca um documento-base para a construção de uma política estadual de convivência com o Semiárido. O plano foi resultado de várias reuniões com os bispos das dioceses e agricultores do Estado. A proposta foi pensada em dois pilares importantes, um com ações emergenciais para o atual momento de estiagem e outro com linhas de ações estruturadoras de abastecimento e armazenamento d’água para consumo e para produção. Há sugestões também em ofertar e ampliar ramais de adutoras para que a água chegue em diversas comunidades e vilas.

De acordo com a coordenadora executiva da ASA/PE, Neilda Pereira, a ideia do documento é apresentar propostas para a construção de uma politica estadual de convivência com o Semiárido, através das diversas estratégias de estocagem de água, grãos e pastagem. “A seca não se combate, é um fenômeno natural. Conviver no Semiárido é ter a cultura do estoque da água, alimentos e forragens para os animais. As cisternas de placas são exemplos que podemos captar e armazenar água”, enfatizou Neilda.

O secretário de Agricultura e Reforma Agrária do Estado, Ranilson Ramos, que também esteve na reunião, vai se encontrar com a ASA/PE e o Setor Social Pastoral da CNBB no próximo dia 27 para aprofundar e consolidar o documento. "Queremos integrar as ações que o Governo já está realizando com outras propostas sugeridas pelas entidades e organizações da sociedade civil organizada. Assim, o trabalho será fortalecido", declarou o secretário.

Participaram também da reunião o coordenador do Setor Social da CNBB, Marcos Bezerra, secretário executivo de Agricultura Familiar, Aldo Santos, presidente do IPA, Júlio Zoé, e representantes de diversas secretarias do Governo do Estado.

Por Daniel Ferreira - Comunicador do Cecor


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