No último dia 07 de novembro a Articulação no Semiárido –
ASA-PE realizou uma reunião em Arcoverde para propor a criação de um documento
com ações emergenciais e estruturantes para convivência no semiárido no crítico
período de estiagem vivido na atualidade. A iniciativa surgiu a partir da reunião com
representação de alguns bispos de PE, ASA/PE e Comitê em Serra Talhada.
Participaram da reunião Neilda Pereira - Diocese de Pesqueira
e coordenadora executiva da ASA-PE; Carlos Magno - Centro Sabiá; Manoel - Cecor
e Coordenador Executivo da ASA/PE; Paulo - Caatinga; Dom José Luiz, Bispo de
Pesqueira e os agricultores Vilmar Lerner, Giovani e Santina Tereza.
Dentre as ações emergenciais para a seca que o Governo
disponibiliza atualmente está o Programa Chapéu de Palha, carros pipas e a
disponibilização de milho para complemento da alimentação animal. O que a
reunião propôs foram outras tecnologias para a convivência com o semiárido, tanto para situação crítica de emergência quanto
para ações em longo prazo.
Dentre as ações emergenciais que o grupo propôs, estavam: a
ampliação no número de carros pipa, bem como o aumento da quilometragem mensal;
a reativação de poços artesianos; a garantia de transporte gratuito da ração de
bagaço de cana para os agricultores; a criação de um fundo emergencial para a
compra de ração para os animais; a ampliação do número de famílias beneficiadas
pelo Programa Chapéu de Palha Estiagem
no Estado com aumento do prazo para seis meses, bem como do valor do benefício;
a liberação imediata dos créditos emergenciais; a recuperação de barreiros,
açudes e barragens; a criação de pequenos barreiros para dessedentação dos
animais; a intensificação do acesso ao bagaço das frutas para alimentação dos
animais; a disponibilização de
forrageiras para os agricultores beneficiarem o alimento dos animais; a
desburocratização do crédito emergencial;
a antecipação das sementes antes das chuvas e a facilitação da liberação
da licença ambiental nos assentamentos rurais para acesso aos créditos
emergenciais.
Dentre as ações estruturantes, o grupo estabeleceu: ampliação
de tecnologias sociais: cisternas de 16 mil litros, cisternas calçadão,
barragem subterrânea e outras; o estoque de recursos naturais para alimentação
dos animais e o aumento de captação da água através de novas tecnologias.
Para Dom José Luiz – Bispo da Diocese de Pesqueira, essa
reunião é fundamental para discussão das ações de convivência com o semiárido.
“Precisamos nesse momento pensar em ações com os agricultores que possam
contribuir para que nos períodos de estiagem a população especialmente do
semiárido não tenha dificuldades relacionadas à água, por isso se faz
necessário discutir um conjunto de ações para que em diálogo com o governo
possamos avançar na construção de uma politica de convivência com o semiárido,
para isso é fundamental discutir e construir com os agricultores”, conclui Dom
José Luiz.
Uma das preocupações dos participantes da reunião foi incluir
os agricultores na elaboração do documento proposto. “Os agricultores e
agricultores tem experiências riquíssimas de convivência com o semiárido, não
podemos pensar em ações sem perceber que existe um jeito diferente de conviver
com o semiárido”. Nesse sentido, precisamos integrar as praticas dos
agricultores, a experiência das organizações e a partir disso discutir com o
estado uma política de convivência no semiárido, disse Neilda Pereira,
coordenadora executiva da ASA-PE, que reforça a importância da construção de
uma Política de Convivência com o Semiárido.
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