sexta-feira, 30 de novembro de 2012

SOLIDARIEDADE COM AS FAMÍLIAS ATINGIDAS PELA SECA



“Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber”. (Mt 25,35)

Nós, Bispos do Regional Nordeste 2 da CNBB, solidários com o povo sofrido, cujas amarguras se agravam por causa do longo período da falta das chuvas, nos unimos às vozes dos que sofrem, com um apelo veemente para que sejam tomadas, com a urgência que a situação exige, as providências necessárias a fim de minimizar as sequelas devastadoras da seca que, mais uma vez, assola o Nordeste. Lamentamos que, mesmo contando com os conhecimentos da ciência e os recursos da tecnologia, as autoridades competentes não tenham implementado as ações necessárias e possíveis para que a seca não se tornasse, outra vez, uma experiência devastadora.

Expressamos nossa solidariedade às famílias vitimadas por esta estiagem que se apresenta como a mais severa dos últimos 30 anos, enquanto buscamos o dialogo com as autoridades e a sociedade civil, numa linha de colaboração. Queremos contribuir com a formulação, execução e monitoramento de políticas públicas emergenciais que venham possibilitar o acesso à água para consumo das famílias e dos seus rebanhos. Em nossa condição de Pastores Diocesanos, não como técnicos, vimos solicitar aos Poderes Públicos competentes a necessária agilidade, eficiência e transparência na execução dessas políticas públicas emergenciais que possam amenizar a sede e a fome das pessoas e dos rebanhos, na cidade e no campo, em centenas de Municípios de nossos Estados. Alertamos para a necessidade de um vigilante exercício da cidadania, a fim de que não haja uma instrumentalização política e social dessa adversidade enfrentada pelo povo, para explorar, promover trocas ilícitas de favores, criar ou fortalecer relações de dependência. Estas práticas tornam a situação mais terrível e ferem a dignidade de nossos irmãos e irmãs mais diretamente atingidos pela seca.

Em face da realidade da seca, consideramos serem necessários a concentração dos esforços necessários e o investimento dos recursos possíveis em iniciativas concretas que promovam a convivência com o semiárido nordestino, através de programas específicos do Estado, em parceria com as experiências da sociedade civil, entre as quais se incluem as da Igreja, valorizando, apoiando e incentivando projetos, desde os mais simples aos mais amplos, que garantam a captação, distribuição e uso racional da água. No contexto atual, os escassos recursos hídricos devem ser melhor aproveitados e estocados de forma eficaz, a fim de que nos próximos períodos de estiagem, não nos encontremos tão despreparados para conviver com este fenômeno que atinge 80% do nosso território. O problema da seca no Nordeste, todavia, exige intervenções estruturantes. Desde que adotadas, as ações estruturantes haverão de melhorar a qualidade de vida dos habitantes do semiárido, a médio e longo prazo. Dentre essas políticas estruturantes, destacamos como prioridade a conclusão das obras, em curso, para transposição de águas do Rio São Francisco para os Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Convocamos nossas comunidades cristãs, especialmente aquelas pertencentes à jurisdição das Arquidioceses e Dioceses do Regional Nordeste 2 da CNBB, a juntos enfrentarmos, com coragem, as provações do momento. Iluminados pela fé, além de enxergarmos as causas e consequências do que estamos vivendo, podemos vislumbrar “o novo que há de vir”.

Que as luzes e as esperanças do Natal de Jesus nos mantenham unidos aos nossos irmãos e irmãs, nesta adversidade da seca, através da força profética da solidariedade que pode e deve se manifestar de muitas formas, em nossas comunidades.

Recife, 30 de novembro de 2012
Memória do Apóstolo Santo André

Dom Genival Saraiva de França
Bispo de Palmares – PE
Presidente do Regional Nordeste 2

Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap
Bispo de Campina Grande – PB
Vice-Presidente

Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena
Bispo de Guarabira – PB
Secretário

Dom José Luiz Ferreira Salles, CSSR
Bispo de Pesqueira – PE
Bispo referencial da Comissão Regional de Pastoral para a Caridade, Justiça e Paz

DIOCESE DE PESQUEIRA REÚNE AGRICULTORAS E AGRICULTORAS PARA DEBATER SOBRE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO



Dom José Luiz falando aos agricultores e agricultoras
Dom José Luiz Ferreira Salles, Bispo da Diocese de Pesqueira, a Cáritas Diocesana de Pesqueira e o Centro de Apoio ao Pequeno Produtor - CEDAPP organizaram no dia 29 de novembro de 2012, no Seminário São José, o Encontro com Agricultoras e Agricultores para ouvir, compreender e estimular o debate sobre a convivência com o semiárido.

Durante o evento, o Centro Diocesano de Apoio ao Pequeno Produtor, apresentou uma carta sobre convivência com o semiárido elaborada na sua última assembleia. Neilda Pereira, coordenadora geral da Cáritas Diocesana de Pesqueira e coordenadora executiva da ASA Pernambuco incentivou a união de forças de todos os presentes, transmitindo a mensagem que enquanto houver alguém sofrendo com a estiagem, devemos falar e atuar de forma libertadora: “O agravamento desta situação cada vez mais tem preocupado a Articulação no Semiárido pernambucano (ASA/PE) e o Setor Social Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) a dialogar com o Governo do Estado no intuito de propor políticas públicas de convivência com o Semiárido”, disse ao apresentar um documento-base para a construção de uma Política Estadual de Convivência com o Semiárido.

As propostas para a elaboração da Política Estadual de Convivência com o Semiárido estão pautadas em ações emergenciais e ações estruturadoras de armazenamento de água, garantindo o abastecimento das regiões que sofrem com a seca e assegurando instrumentos que melhorem a vida da população nos períodos de estiagem.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

PARCERIA ASA/PE E GOVERNO DO ESTADO: Famílias agricultoras recebem as primeiras cisternas calçadão do Programa Pernambuco Mais Produtivo

Governador na solenidade de entrega da cisterna calçadão.
Foto: Diaconia

A primeira cisterna do Projeto Pernambuco Mais Produtivo chegou ao Agreste do Estado. O governador Eduardo Campos fez a entrega do equipamento no distrito de Cajueiro II, em Sanharó, nesta quarta-feira (28/11), em solenidade realizada com a presença de aproximadamente 400 agricultores. Participaram do encontro a primeira dama, Renata Campos, o secretário da Agricultura, Ranilson Ramos, e o prefeito sanharoense, César Augusto, o secretário executivo de agricultura familiar, Aldo Santos  e a secretária executiva da Articulação no Semiárido – ASA/PE, Neilda Pereira, além de outros representantes políticos e da sociedade civil organizada.

A cisterna calçadão é uma tecnologia social para armazenar água e produzir alimentos. A iniciativa é uma parceria da Articulação no Semiárido Pernambucano (ASA/PE) com o Governo do Estado, através do programa Pernambuco Mais Produtivo. A cisterna capta a água de chuva por meio de um calçadão de cimento de 200 metros quadrados construídos sobre o solo. Cerca de 300 milímetros de chuva são suficientes para encher o reservatório, que tem capacidade para armazenar 52 mil litros d´água.  “Estamos com uma grande dificuldade de manter o plantio de hortaliças e a criação de animais devido à falta de água. Com a cisterna calçadão, além de produzir alimento para consumo da minha família, vou ter condições de criar meus animais. Estou muito feliz”, destaca Sandra, 35, que foi beneficiada com a cisterna calçadão.

 O programa Pernambuco Mais Produtivo vai beneficiar quase 85 mil agricultores. O investimento é da ordem de R$ 140 milhões do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e R$ 25 milhões de contrapartida do Governo do Estado.  

Para a coordenadora executiva da ASA/PE, Neilda Pereira, a construção das cisternas tem uma grande importância na vida das famílias agricultoras, principalmente neste momento de seca. Precisa-se propagar a cultura do estoque da água e de alimento, pois a estiagem é sazonal e previsível. “Esse momento é reforçar a importância da ampliação e consolidação dessas ações, nesse período de estiagem muitas famílias que já foram beneficiadas com as cisternas e outras tecnologias, tem passado com menos dificuldades em relação à água. Esse programa tem possibilitado a ampliação dessas politicas. Esperamos avançar junto ao Governo do Estado na construção de uma politica de convivência com o semiárido pernambucano”, enfatiza.
  
“Estamos vivendo um tempo de estiagem muito duro, a pior dos últimos 70 anos, e precisamos legar as próximas gerações ações que pensem o futuro. Em 2007, tínhamos 30 mil cisternas no mundo rural. Em quase seis anos de governo, chegamos a 60 mil”, destacou o governador, que prometeu colocar sistemas de abastecimento em todas as propriedades rurais do Estado até 2014. “Com as obras realizadas com os diversos parceiros, podemos dizer que será o primeiro Estado a universalizar cisternas ou reservatórios para os moradores da zona rural”, afirmou Eduardo Campos.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

PARCERIA ASA/PE E GOVERNO DO ESTADO: Famílias agricultoras recebem as primeiras cisternas calçadão do Programa Pernambuco Mais Produtivo


Em meio a uma grande estiagem dos últimos anos, famílias agricultoras começam a receber as primeiras cisternas calçadão em Pernambuco. Uma tecnologia social para armazenar água e produzir alimentos. A iniciativa é uma parceria da Articulação no Semiárido pernambucano (ASA/PE) com o Governo do Estado, através do programa Pernambuco Mais Produtivo.

As primeiras cisternas no Estado serão entregues, nesta quarta-feira (28/11), na comunidade de Cajueiro II, zona rural de Sanharó, no Agreste Central. Só no município serão beneficiadas 150 famílias com as cisternas calçadão. O ato da entrega acontece às 14h, na própria localidade, com as presenças da coordenadora executiva da ASA/PE, Neilda Pereira, o governador Eduardo Campos e representantes de organizações da sociedade civil e lideranças rurais.

A agricultora familiar Sandra Matias da Silva, 34 anos, da comunidade de Cajueiro II comemora a chegada da cisterna. “Estamos com uma grande dificuldade de manter o plantio de hortaliças e a criação de animais devido à falta de água. Com a cisterna calçadão, além de produzir alimento para consumo da minha família, vou ter condições de criar meus animais. Estou muito feliz”, destaca Sandra.

O programa Pernambuco Mais Produtivo vai beneficiar quase 85 mil agricultores. O investimento é da ordem de R$ 140 milhões do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e R$ 25 milhões de contrapartida do Governo do Estado. A cisterna capta a água de chuva por meio de um calçadão de cimento de 200 metros quadrados construídos sobre o solo. Cerca de 300 milímetros de chuva são suficientes para encher o reservatório, que tem capacidade para armazenar 52 mil litros d´água.

Para a coordenadora executiva da ASA/PE, Neilda Pereira, ressalta que a construção das cisternas tem uma grande importância na vida das famílias agricultoras, principalmente neste momento de seca. Precisa-se propagar a cultura do estoque da água e de alimento, a estiagem é sazonal e previsível. “Esse momento é reforçar a importância da ampliação e consolidação dessas ações, nesse período de estiagem muitas famílias que já foram beneficiadas com as cisternas e outras tecnologias, tem passado com menos dificuldades em relação à água. Esse programa tem possibilitado a ampliação dessas politicas. Esperamos avançar junto ao Governo do Estado na construção de uma politica de convivência com o semiárido pernambucano”, enfatiza.

A ASA/PE tem dialogado com o Governo do Estado para reforçar e ampliar ações estruturadoras de convivência com o Semiárido pernambucano. “A proposta é melhorar a estrutura hídrica da área rural do Estado, ampliando a capacidade produtiva das famílias atendidas”, ressalta Aldo Santos, secretário executivo da agricultura familiar.

Além de representantes das organizações da sociedade civil, participam também do evento o secretário de Agricultura, Ranilson Ramos, secretário executivo da Agricultura Familiar, Aldo Santos, prefeito do Município de Sanharó, Cezar Augusto, e bispo da Diocese de Pesqueira, Dom José Luiz.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

REGIONAL NEII REALIZA 4º MODULO DA ESCOLA FÉ E POLÍTICA

Participantes da Escola Fé e Política

Nos dias 23 a 25 de novembro de 2012  as dioceses que fazem parte do Regional NE II, através dos seus representantes, realizaram o 4º módulo da Escola Fé e Política Pe Humberto Plummen, na cidade de Macaíba RN. A Diocese de Pesqueira se fez presente no Módulo, pelo Bispo D. José Luis e o aluno Antonio Oliveira.

A pauta das discussões foi: A Democracia e o Estado Brasileiro, onde os trabalhos são voltados para a conscientização sobre a política comprometida com as causas do povo. A ideia é que devem ser desenvolvidos debates e ações necessárias para as mudanças estruturais no meio social. Nesse espaço coloca-se a 5º semana social Brasileira, cujo tema é Estado para que e para quem? As dioceses foram assim convidadas a um trabalho em grupo com o tema diante da pergunta: Estado que temos e o Estado que queremos, quais os maiores desafios para as Pastorais e Movimentos Sociais?

As respostas aos questionamentos devem constituir fóruns populares para busca de soluções as questões do fortalecimento das ações sociais, visto que se percebe o enfraquecimento das Pastorais sociais por parte dos agentes, justificada por questões ligadas ao confiar ações à política e não ter a devida resposta. A discussão mostra que as ações não devem ser transformadas e política partidária e sim em trabalhos constantes pelo bem da sociedade.
O próximo módulo está agendado para os dias 22 a 24 de fevereiro de 2013 em Palmeira dos Índios – AL, tendo como tema: Políticas Públicas e Participação Social.

Antonio Oliveira
Aluno Escola Fé e Política Pe Humberto Plummen

Feira Estadual da Agricultura Familiar comemora 50 anos de luta do Movimento Sindical


Por Ana Célia Floriano - Assessora de Comunicação da Fetape

O artesanato e a produção agrícola da Zona da Mata, Agreste e Sertão de Pernambuco estarão na Feira Estadual da Agricultura Familiar, Assalariados/as Rurais e Reforma Agrária, nos dias dias 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, no Centro de Convenções, em Olinda. O evento é em comemoração aos 50 anos da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (Fetape) que, além de celebrar, estará realizando uma Campanha em Solidariedade às vítimas da seca no estado, em parceria com a Arquidiocese de Olinda e Recife. No local, haverá um posto de arrecadação de água mineral.

Quem participar da feira terá acesso a vários produtos típicos das três regiões do estado. Haverá artesanatos em couro, tecido, madeira, ferro, reciclados; além de produtos beneficiados (bolos, doces de frutas regionais, licores, cocadas) e in natura (frutas e hortaliças); fitoterápicos; entre outros. As delícias da cozinha regional, como pirão de capão, bode e tapioca também poderão ser desfrutadas pelo público.

Durante o evento, a história de luta do Movimento Sindical Rural será contada através de um túnel do tempo, com exposição fotográfica e dados sobre a atuação do sindicalismo rural nesses 50 anos. Atrações culturais vão circular pela feira durante os três dias e os parceiros da Federação (organizações da sociedade civil e do governo) estarão com seus stands, expondo materiais sobre agricultura familiar, agroecologia, entre outros temas.

A Feira funcionará nos dois primeiros dias, das 9h às 21h, e no dia do encerramento, das 9h às 14h. A 4ª Mostra da Juventude Rural, com música, dança, poesias e a escolha do Garoto e da Garota Rural, será na sexta (30), às 20h. No sábado, uma solenidade com homenagens aos 179 sindicatos que fazem parte da história da Fetape, coquetel e um show de forró animarão a Feira, a partir das 20h.

Durante o evento, em um espaço reservado, cerca de 800 representantes de Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de todo o estado também estarão debatendo questões que envolvem a qualidade de vida do homem e da mulher do  campo, durante uma Plenária Estadual e o 5º Festival da Juventude Rural.

As comemorações dos 50 anos da Fetape começaram no primeiro semestre, com os Salões Regionais na Zona da Mata, Agreste e Sertão. Durante as atividades, houve feira com produtos regionais, serviços à população, a exemplo de emissão de documentos  e atendimento à saúde, atrações culturais e homenagens da Fetape às lideranças que participaram ativamente das lutas do Movimento Sindical ao longo desses anos.

Resultado de Processo Seletivo da Cáritas Diocesana de Pesqueira

Resultado da Seleção para o cargo de técnico de campo, conforme edital de Seleção Simplificado - Modalidade de seleção de currículo entrevista nº 003/2012, para o Projeto Pernambuco Mais Produtivo.

1- Nelson José Xavier Filho
2- Edivaldo Lima Silva
3- James Gomes Cavalcanti
4- Devaldo José Santos Silva

A Cáritas Diocesana de Pesqueira dá as boas vindas aos novos integrantes da equipe.

Diocese de Pesqueira realiza Escola Fé e vida e Preparação da 5ª Semana Social Brasileira



Roda de Leitura do Seminário da 5ª Semana Social Brasileira
          No período de 23 a 24 de novembro, a Diocese de Pesqueira realizou no Seminário São José o terceiro módulo da Escola Fé e Vida. Já no dia 25 de novembro, ocorreu a preparação da 5ª Semana Social Brasileira, através do Seminário da 5ª Semana Social Brasileira.
          O preletor do evento foi Ângelo Zanré, coordenador do Programa de Economia Popular Solidária da Cáritas Brasileira Regional NE II, pós-graduado em Sociologia, professor da FAFIRE e membro do Conselho Estadual de Economia Solidária de Pernambuco, que conduziu à temática  Políticas Públicas e Controle Social, levando a uma reflexão sobre os conflitos econômicos, políticos e sociais da atualidade. “Compreendemos desde o Estado repressor e autoritário, até as mobilizações de massa em busca de uma construção efetiva da cidadania”, disse Risaldo Gomes, articulador da Cáritas Diocesana, sobre o aprendizado do tema apresentado.
O Professor Francisco Aquino e de Maria Aparecida, da Pastoral Carcerária também levaram uma palavra ao público durante o evento, enriquecendo ainda mais a construção do tema.
Participaram dos eventos aproximadamente 34 participantes, dentre esses, leigas e leigos da Federação das Associações, de Pesqueira; Grupo Arca da Aliança, de Pesqueira; Movimento Mãe Rainha; Paróquia N. Senhora da Conceição, Paróquia Santa Águeda e Paróquia Nª Senhora da Imaculada Conceição, de Pesqueira; Paróquia Nossa Senhora da Saúde, de Belo Jardim; Paróquia São José, de Venturosa e Seminaristas do Propedêutico, de Pesqueira.
 A Escola Fé e Vida teve início na sexta-feira (23) com uma missa celebrada pelo Pe. Luiz Benevaldo. “Foi um final de semana intenso, bonito, participativo!”, definiu Cícero Romero, mais conhecido como Nado, Presidente da Associação de Moradores do Loteamento Portal.
          No sábado (24) pela manhã houve a participação 17 jovens das comunidades rurais de Arcoverde, Buíque e Pedra, cujos pais são beneficiados pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), que tem como objetivo “fomentar a construção de processos participativos de desenvolvimento rural no semiárido brasileiro e promover a soberania, a segurança alimentar e nutricional e a geração de rendas às famílias agricultoras, através do acesso e manejo sustentáveis da terra e da água para a produção de alimentos”, conforme explicação Edimilson Paulino, coordenador do projeto que é mobilizado pela Diocese de Pesqueira através da Cáritas Diocesana de Pesqueira.
          Os participantes da Escola Fé e Vida também participaram de momentos descontraídos, como a visita para conhecer o Monte da Graça, uma vez muitos participantes eram de outros municípios. O passeio foi finalizado com o retorno ao Seminário São José, onde o seminarista Leandro Inácio animou o público com músicas de Luiz Gonzaga, fazendo uma alusão ao Centenário do Rei do Baião.
No último dia do evento, 25 de novembro, ocorreu o Encontro da 5ª Semana Social Brasileira – Região Pesqueira I (Cimbres, Pesqueira e Poção), contando com pessoas de Associações de Comunidades Rurais (Mutuca, Papagaio), Vila de Cimbres (jovens da comunidade indígena Xukuru de Ororubá) e Poção (Cáritas Paroquial e União Brasileira de Mulheres).
Ir. Luzia Ribeiro Furtado, da Congregação das Irmãs Dimesse Filhas de Maria Imaculada, acolheu a todos cantando o seguinte refrão: “Fui convidado pra Semana Social, e respondi: Tô nessa. Fui convidado pra Escola Fé e Vida, e respondi: tô nessa. Tô nessa porque sou cristão, fui batizado e tenho uma missão”.
A temática da 5ª Semana Social Brasileira conduz para um ideal de uma sociedade do Bem Viver, inspirada na convivência fraterna dos povos indígenas. O encontro foi ilustrado com músicas de Luiz Gonzaga e um vídeo mostrando as ações da Diocese de Pesqueira. Durante o encontro foi lida e discutida em pequenos grupos a Nota de Solidariedade composta pelo Bispo Diocesano, Sacerdotes, Religiosos e Religiosas, Pastorais e Organismos Sociais e Movimentos de Evangelização sobre a estiagem que assola o semiárido.
A Irmã Luzia convidou aos participantes a refletir sobre a temática: “Tomara que a Seca que assola o Nordeste não entre dentro de nossos corações! Tomara que não fiquemos secos, abatidos com esta mudança climática e que este abatimento não tome conta do nosso interior. Se a SECA entrar dentro do nosso eu vai acarretar vários danos e, um deles vai nos deixar indefesos, sem força de reagir, sem força de construir, sem força de mobilizar. Não deixemos, meus irmãos, que a seca entre dentro de nós. É preciso ter coragem para lutar e desafiar tudo aquilo que incomoda a dignidade da pessoa humana, é preciso cavar “fundo” para descobrir as nascentes de vida que há dentro de nós, e aprender das flores a desabrochar a partir de raízes profundas”.
Na finalização do Seminário da 5ª Semana Social Brasileira houve a indicação dos delegados para o Seminário de 27 de janeiro de 2013. Os escolhidos para representar no citado evento foram:
1.      Cícero Ednaldo de Souza – Pesqueira / Arca da Aliança
2.      Cícero Romero da Silva de Carvalho – Pesqueira / Portal – Associações
3.      Evandro José Emidio – Pesqueira / Mutuca
4.      Maria Aparecida Cordeiro da Silva – Pesqueira / Mutuca
5.      Firmino Fernandes Maciel – Pesqueira / Pastoral Carcerária
6.      Átila da Silva – Pesqueira - Cimbres / Povo Xucuru
7.      Ivone Maria Paixão de Andrade - Pesqueira / Associação Milho Branco
8.      Lúcia de Fátima Cordeiro dos Santos – Poção / UBM
9.      Maria do Socorro Barbosa – Poção / Cáritas Paroquial
10.  Marcia Cavalcanti de Almeida – Pesqueira / Vila Anápolis

Neilda Pereira, Coordenadora da Cáritas Diocesana de Pesqueira, participou do Seminário da 5ª Semana Social Brasileira partilhando a sua experiência no encontro da ASA nacional em Januária-MG, o VIII EnconASA, ressaltando a importância de nossa participação na construção de uma nova sociedade.” Os rumos da nova sociedade somos nós que construímos! A Igreja tem um papel fundamental no processo de construção de novas políticas públicas. Queremos construir uma nova sociedade a partir de nossa realidade. Somos homens e mulheres com conhecimento e somos capazes de discernir caminhos para melhorar a educação e saúde em nossa região. Precisamos começar a nos interessar pelos movimentos na Câmara de Vereadores de nossos municípios, saber como é discutido o orçamento no município onde vivemos, despertar a força e capacidade de mobilização de nossa região. Se não participarmos, outros decidem por nós e nem sempre decidem o que é melhor para nós”, afirmou Neilda Pereira.
Para encerramento da Escola Fé e Vida, foram entregues aos participantes do evento os certificados por Neilda Pereira e Ângelo Zanré.

Irª. Luzia Furtado
Risaldo Gomes – Articulador da Cáritas Diocesana de Pesqueira

MOÇÃO DE REPÚDIO AO PROJETO DO PERÍMETRO IRRIGADO DA CHAPADA DO APODI-RN



Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. (Trecho da Carta da Terra)

                Nós, participantes do VIII EnconASA, realizado na cidade de Janúaria-MG no período de 19 a 23 de novembro de 2012, viemos manifestar nosso repúdio ao Projeto de irrigação que o Governo Federal, através do DNOCS, deseja implantar na Chapada do Apodi, no Rio Grande do Norte. Amparado pelo Decreto Nº 0-001 de 10 de Junho de 2011, que torna de utilidade pública 13.855,13 hectares para fins de desapropriação, este projeto trará enormes prejuízos aos agricultores e agricultoras familiares ali residentes, pois terão de deixar suas casas e as terras, onde vivem há mais de um século, praticando agricultura baseada na agroecologia, para dar lugar a um grupo de empresas cujo modelo de produção baseia-se na monocultura e no uso intensivo de agrotóxico, que, como sabemos, contamina a água, a terra e o ar, com consequências graves diretas na saúde das pessoas e no meio ambiente.
                Sabemos que, na região da Chapada do Apodi, concentram-se as principais experiências de agroecologia e produção de alimentos da Agricultura Familiar Camponesa do Estado do Rio Grande do Norte.  Com a implantação deste projeto, todas essas experiências e modos de vida camponesa irão desaparecer. Por isso, exigimos, do Governo Federal, a REVOGAÇÂO do referido Decreto e a imediata suspensão da instalação do Projeto. A reivindicação dos povos da Chapada é que os recursos, até agora assegurados pelo governo, sejam destinados ao projeto de integração entre a chapada e o vale do Apodi,  garantindo, assim, os direitos terrirtoriais e o fortalecimento dos agricultures e agricultoras familiares campesinos(as), com suas práticas agroecológicas.

                Januária-MG, 23 de novembro de 2012.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

VIII EnconASA é concluído em Januária abrindo uma nova visão das políticas de desenvolvimento sustentável para o semiárido

Quinto dia do EnconASA

Durante o período de 19 a 23 de novembro, Januária, em Minas Gerais, às margens do Rio São Francisco, recebeu o VIII EnconASA, que é o Encontro Nacional da Articulação no Semiárido . O evento é um importante espaço de debate político-organizativo da rede, que acontece a cada dois anos reunindo agricultores e agricultoras, pessoas de organizações não-governamentais, movimentos sociais, agências internacionais de cooperação e poder público para discutir, formular e propor políticas de desenvolvimento sustentável para a região.


O EnconASA é também um momento de intercâmbio de cultura, valores e conhecimentos entre aqueles que buscam, em conjunto, construir um Semiárido mais próspero, onde o acesso à água e à terra seja apenas o primeiro passo para uma vida digna na região.

O lema do VIII EnconASA deste ano foi: É no Semiárido que a vida pulsa. É no Semiárido que o povo resiste! E o tema: Convivência com o Semiárido Brasileiro - Trajetórias de Luta e Resistência para Superação da Pobreza e Construção da Cidadania, este EnconASA terá um papel fundamental para a redefinição de estratégias e rumos da ASA nos próximos anos.


O principal objetivo do EnconASA é avaliar e fortalecer as ações de convivência com o Semiárido brasileiro a partir das trajetórias de luta e resistência nos territórios de atuação da ASA, refletindo sobre o atual modelo de desenvolvimento e suas consequências políticas, ambientais, econômicas, sociais e culturais, na perspectiva da construção do projeto de desenvolvimento sustentável, da superação da pobreza e promoção da cidadania.


Dentre os debates ocorridos durante o evento, um dos mais relevantes foi sobre Estado e Sociedade e as políticas de superação de pobreza e miséria no Brasil onde participaram da mesa a presidente do Consea, Maria Emília, o representante do MDA, Jerônimo Rodrigues, o secretário do MMA, Paulo Guilherme Cabral, a secretária do MDS, Maya Takagi, e Valquíria Lima da Coordenação da ASA.
Uma delegação de 48 pessoas de Pernambuco participaram do VIII EnconASA, dentre estas estava também uma representação da Diocese de Pesqueira, com a coordenadora geral da Cáritas Diocesana de Pesqueira e coordenadora executiva da ASA-PE, Neilda Pereira e a coordenadora do Projeto Água para Todos, Magna Pollyana, mais uma comissão de seis representantes de comissões municipais.
O IX EnconASA está previsto para o ano de 2014, na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Os cidadãos e cidadãs norteriograndenses, que lutam para impedir que as grandes empresas da fruticultura tomem conta da Chapada do Apodi, comemoraram a notícia com entusiasmo, entoando: “lutar e resistir pela Chapada do Apodi”.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Caminhada reafirma luta pela convivência com o Semiárido


Monyse Ravenna e Rosa Nascimento - Comunicadoras populares da ASA
19/11/2012
Momento da Caminhada do EncoASA
O amarelo dos chapéus e o colorido das faixas e estandartes enfeitaram a abertura do VIII Encontro Nacional da ASA – EnconASA, que teve seu início nesta segunda-feira (19), com um bonito e animado cortejo pelas ruas da cidade mineira de Januária, em Minas Gerais. O povo que veio das comunidades mais distantes do Semiárido brasileiro ocupou as Minas Gerais para fazer ecoar as vozes que dizem: é no semiárido que a vida pulsa! É no semiárido que o povo resiste!

Instrumentos musicais, faixas, gritos de ordem, músicas e depoimentos integraram-se aos passos, gestos e olhares de afirmação da luta do povo pela convivência com o Semiárido, num percurso que partiu do Cais do São Francisco até o terminal rodoviário da cidade. Ao ritmo de músicas que caracterizam e celebram a região, cerca de 500 homens e mulheres cantaram as resistências sertanejas com as alvísseras dos povos e comunidades tradicionais indígenas, quilombolas e pescadores e pescadoras.

“A caminhada traz para as ruas as bandeiras de luta do povo. Uma forma de expressar para a comunidade que nos acolhe, que estamos aqui fazendo esse debate em torno da convivência com o Semiárido. A caminhada dá visibilidade ao que vamos discutir todos esses dias, que é a história da resistência, o direito dos povos ao seu território”, afirma a coordenadora executiva da ASA pelo Estado do Ceará e representante do Centro de Estudo do Trabalho e de Assessoria ao Trabalhador (Cetra), Cristina Nascimento.

O Enconasa é, por excelência, esse espaço de encontros, reencontros e debates políticos que há 12 anos movimentam o Semiárido brasileiro reunindo agricultores, agricultoras, movimentos e organizações sociais de 10 estados, que formulam e propõem políticas públicas na busca de propiciar o desenvolvimento sustentável para a região. Cada encontro é diferente, têm especificidades, detalhes, características próprias.

As Cirandas dos Estados - Um, dois, três dias de viagem. A tradução disso deveria ser cansaço e desânimo, mas não foi isso que se viu no cortejo de abertura do VIII Enconasa. As delegações dos 10 estados que compõem o Semiárido estavam lá com seus gritos de ordem, suas músicas características e suas simbologias, formando uma grande ciranda de corpos, corações e mentes. O povo Xacriabá, que ajudou a construir o Semiárido mineiro, dançou o toré em homenagem em respeito às tradições indígenas, evocando, dessa forma, a sua proteção ao encontro.

Além de pautar o momento inicial do EnconASA e a afirmação da luta do povo do semiárido, a caminhada se configura também como um espaço de reivindicação de direitos às políticas públicas favoráveis à região. “Aqui a gente manifesta satisfação e insatisfação e agradece os benefícios já conquistados, como a água para beber e produzir”, diz o agricultor Agamenon Nascimento, do Assentamento Nova Esperança, no município de olho D’Água do Casado.

“A caminhada não só marca a abertura do encontro da ASA, mas, também, trás um conjunto de história e expressões que tem contribuído para uma outra convivência com a região. Olhar para a caminhada e ver agricultores e agricultoras, indígenas e quilombolas, ver a expressão do semiárido, significa para nós, enquanto ASA, a afirmação dessa luta pela efetivação dos direitos nessa região”, conclui a coordenadora executiva da ASA Pernambuco, Neilda Pereira.


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Diocese de Pesqueira participa do VIII EnconASA em Minas Gerais

Mesa de Abertura do EncoASA

Teve início nesta segunda-feira (19), em Januária, município do Norte de Minas Gerais, o VIII Encontro Nacional da Articulação no Semiárido (EnconASA). Convivência com o Semiárido Brasileiro - trajetórias de luta e resistência para superação da pobreza e construção da cidadania é o tema do Encontro, que acontece no Sesc da cidade até a próxima sexta-feira, 23 de novembro.

Está representando a Diocese de Pesqueira no evento Neilda Pereira, coordenadora geral da Cáritas Diocesana de Pesqueira e coordenadora executiva da Articulação no Semiárido – ASA-PE; Magna Pollyana, coordenadora do Projeto Água para Todos; Lúcia Galindo, da Comissão Municipal em Alagoinha; e representando o Território do Agreste Meridional, Rubiana de Melo, de Alagoinha, Cláudia Grazielle, de São Bento do Una, Maria de Lurdes Quirino, de Arcoverde e Maria José Dias, de Buíque. A equipe é componente da delegação da Articulação no Semiárido – ASA-PE, que conta com uma representação de 48 delegados.

Dentro da programação do VIII EnconASA serão contempladas dezenas de atividades, como plenárias, oficinas temáticas, visitas de campo (com destaque para as experiências relacionadas à água, sementes e segurança alimentar), além de intercâmbio de ideias, feira de saberes e sabores, e noites culturais.

As atividades vão abranger o protagonismo das famílias e grupos de agricultores, a definição das linhas de atuação da Articulação no Semiárido (ASA) para os próximos anos, além do diálogo com representantes governamentais para superação da pobreza e da miséria no país. “É um momento que vai sinalizar a nossa atuação. Estamos ampliando a perspectiva para além da água e da terra. Temos olhado para outros elementos como as sementes, questão de gênero, educação e segurança alimentar”, avalia a coordenadora da ASA Minas, Marilene Alves, conhecida como Leninha.

“Este [EnconASA] vai ser um espaço para conhecermos e lutarmos por nossos direitos. Além disso, ao conhecermos mais, temos a obrigação de repassar esses aprendizados para as pessoas de nossa comunidade. Cada comunidade possui uma experiência diferente, e, através da observação de outros casos, podemos melhorar as condições no local onde moramos”, destaca a agricultora Fátima Alves, do sítio Juá, no município do Crato, Ceará.

Entenda o EnconASA - 
Considerado o espaço político mais importante da Articulação, o EnconASA é dedicado à discussão e avaliação das políticas públicas voltadas para o Semiárido, bem como ao fortalecimento das experiências de convivência com a região. O Encontro acontece a cada dois anos.

Para garantir que o debate desta oitava edição ultrapasse os limites de Januária, as notícias serão postadas diariamente no site www.oitavoenconasa.org.br. O EnconASA também ganhará destaque no Facebook e no Twitter. Para os participantes, será garantido um resumo diário contando tudo sobre o encontro, através do boletim Opará.


Adriana Leal
Comunicadora Popular
Diocese de Pesqueira

*Com informações de Higor Gonçalves, Comunicador Popular da Diaconia, em Recife.



Sítio Cachoeirinha recebe as primeiras cisternas do Projeto Água para Todos


No último sábado dia 17 de novembro aconteceu em Garanhuns, no sítio Cachoeirinha, a inauguração das primeiras cisternas do Projeto Água para Todos, da Fundação Banco do Brasil – FBB.  O evento contou com a participação dos agricultores/as da comunidade e lideranças locais.
A cisterna inaugurada foi a de capacidade para 16 mil litros, chamada primeira água, que serve para consumo humano, e tem a possibilidade de suprir água para beber e cozinhar para uma família por até oito meses no período de estiagem.
A Fundação Banco do Brasil atua com a Diocese de Pesqueira na construção de cisternas de placa e é a primeira instituição a utilizar o termo tecnologia social, que significa que a implementação é construída com a participação da comunidade local, gerando trabalho e renda e fortalecendo o comércio local, além de contribuir com a mobilização das comunidades, promovendo o desenvolvimento comunitário.
A inauguração da cisterna do Sítio Cachoeirinha foi comemorada ao som do forró pé de serra, com o sanfoneiro e comunicador popular Edjalma Nanes, da Cáritas Diocesana de Garanhuns, com direito a culinária regional.


VIII EnconASA - Agricultores nordestinos vão conhecer experiências mineiras de convivência com o Semiárido



Acesso à água, acesso à terra, soberania e segurança alimentar, casas de sementes e auto-organização das mulheres estão entre os dez temas que farão parte da programação do VIII Encontro Nacional da ASA (EnconASA), que começa no dia 19 e vai até 23 de novembro, em Januária, na região norte de Minas Gerais.
Durante o EnconASA, os agricultores nordestinos e mineiros poderão conhecer de perto experiências que vêm mudando a vida das pessoas que moram no Semiárido mineiro.

No terceiro dia do encontro (21/11), os participantes se dividirão em grupos para visitar 21 comunidades locais. Essas experiências demonstram qual é o modelo de desenvolvimento que a ASA considera ideal para o Semiárido brasileiro, no qual privilegia o conhecimento das pessoas que vivem na região e como ele pode
influenciar na transformação cultural e política, levando à formação de uma consciência crítica, à organização de grupos, à participação política e a conquista da cidadania.

Saiba um pouco mais sobre as visitas às experiências, que farão parte deste VIII EnconASA

Visitas temáticas:
Água
Revitalização do Rio dos Cochos – O rio dos Cochos nasce no município de Cônego Marinho, na comunidade Cabeceira dos Cochos, Norte de Minas Gerais. Percorre 8 comunidades rurais de Januária até chegar no Ipuera e finalmente cair no Rio São Francisco, passando pela vida de cerca de 300 famílias, em sua maioria agricultores e agricultoras familiares. A vida dessas famílias sempre giraram em torno desse rio. Porém, de 30 anos para cá, ele começou a perder força. O rio estava desaparecendo, porque o governo federal, por meio de incentivos fiscais, ofereceu para grandes empresas concessões para plantação da monocultura de eucalipto. O povo se iludiu com a ideia do progresso. Aconteceram grandes desmatamentos, inclusive, nas cabeceiras dos rios. Em pouco tempo, o rio estava assoreado, o que causou grandes impactos nas comunidades e na vida do povo. Foi aí que depois de identificar o problema, o povo do lugar começou a se mobilizar para a revitalização do rio. Com ações de conscientização, preservação da mata ciliar, realização de intercâmbios, seminários, cavalgadas ecológicas.
Projeto Jaíba - Na margem direita do Rio São Francisco, abrangendo os municípios mineiros de Matias Cardoso e Jaíba, funciona o maior projeto público de irrigação em área contínua da América Latina – o Projeto
Jaíba. A propaganda do projeto Jaíba garante que a iniciativa gera desenvolvimento regional, assim como acontece na divulgação dos grandes empreendimentos de agro e hidronegócios, como a transposição do Rio São Francisco. Por conta disto, participar deste projeto pode ser um sonho para muitos agricultores. Mas, as coisas não são bem assim, como afirmam as próprias famílias locais que viram seu sonho tornar-se ilusão:
“No Projeto Jaíba, o grande problema é a água”. “Aqui, a água tem um preço”, diz um agricultor do projeto. “E é cara”, complementa o diretor do sindicato dos trabalhadores rurais do município. Segundo informações do Distrito de Administração do Projeto Jaíba, mais de 36 mil hectares, cerca de 80% da área estruturada para irrigação, está sob domínio de médios e grandes empresários, vários estrangeiros.
Terra e Território
Povo indígena Xakriabá – É a maior população remanescente de Minas Gerais. Vivem em 34 aldeias do município de São João das Missões. Ao todo, são 10 mil indígenas. A aldeia mais próxima do município de
Januária se chama Morro Vermelho, sendo que essa está fora da reserva indígena. A luta deles é para que seja reintegrada. A área de 46.414 hectares foi demarcada em 1979. Porém, foi reduzida para menos de um terço a área original da reserva. O território sofreu desmatamentos dos fazendeiros para a pecuária.
Povo Quilombola Brejo dos Crioulos – O quilombo pertence à área rural dos municípios de Varzelândia, Verdelândia e São José da Ponte, no norte de Minas Gerais. O povo deste quilombo conta história de
superação do preconceito e da luta por direitos. Animados pela retomada de seu território com a ocupação vitoriosa da comunidade Caxambú, em 2004, a associação dos quilombolas adotou a estratégia de realizar manifestações aonde o processo judicial chegasse, pressionando o poder público a dar agilidade às tramitações. No ano passado realizaram manifestação em Brasília (DF), e conseguiram da presidenta Dilma a
assinatura de um decreto ordenando a retomada do território.
Povo Vazanteiro Ilha do Pau Preto - Ilha do Pau Preto, onde a população de vazanteiros produzem feijão, abóbora e quiabo, em uma terra onde avaliam como a melhor para se plantar, já que toda a matéria orgânica está depositada ali. O público do EnconASA poderá conferir de perto uma experiência do povo que
conhece o tempo da vazante e as espécies de peixe em extinção.
Sementes
Casa Regional de Sementes – A Casa de Sementes Regional é uma iniciativa do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas Gerais (CAA), juntamente com os sindicatos de trabalhadores rurais (STRs), associações comunitárias, Cáritas e instituições de pesquisa. A casa foi inaugurada em julho de 2009. Com foco na conservação da agrobiodiversidade, surgiu a proposta de construir uma casa para armazenamento e conservação das sementes locais dos agricultores familiares do Norte de Minas, além de ser um espaço de formação com as famílias envolvidas.
Comunidade Barra do Tamboril - Em uma região do cerrado com lindas nascentes naturais, fica a Comunidade de Barra do Tamboril. As famílias de lá reconheceram o valor da biodiversidade do lugar onde moram e vem preservando-a cada vez mais. A comunidade está localizada nas margens dos rios Tamboril e Pardo, fazendo parte do município de Januária. Preservar a biodiversidade, usar semente tradicional e utilizar práticas de cultivo livre de agrotóxico com a intenção de garantir a saúde da terra, da água, dos animais
e dos seres humanos é a missão do grupo da casa de semente da Barra do Tamboril.
Educação do/no campo
Escola Indígena – A publicação da constituição de 1988, que garantiu o direito a uma educação diferenciada aos Povos Indígenas, reforçou a luta do Povo Xakriabá pela implantação de um projeto de educação indígena no estado de Minas Gerais. Após muitos debates com o governo estadual, em 1995, o projeto foi implantado e já em 1996 é formada a primeira turma de magistério indígena a fim de capacitar os indígenas para assumirem a função de professores. Em 2005 conseguiram inserir esses professores na universidade
pública. Todo o projeto pedagógico é desenvolvido pelos professores, pedagogos e pela comunidade.
Escola Família Agrícola (EFA) Tabocal – Localizada no Norte de Minas Gerais, a escola de ensino médio profissionalizante é a única EFA da região. Numa região com empresas monocultoras de soja à base de muito agrotóxico, os técnicos formados pela EFA, cheios de vontade de trabalhar, são seduzidos pelas ofertas de
emprego formal. A EFA estimula a capacidade empreendedora do jovem para que ele crie seu próprio negócio na propriedade da família, mas esbarra nas políticas de crédito para a juventude e assistência
técnicas ainda pouco acessíveis.

Soberania e Segurança Alimentar
Comunidade João Congo – Esta experiência mostra a transformação social e de qualidade de vida da comunidade João Congo, em Varzelândia, no Sertão Norte mineiro. Por falta de uma alimentação saudável,
a comunidade alcançou um alto índice de mortalidade infantil. Para enfrentar o problema, os moradores da comunidade se articularam para buscar meios de garantir a soberania alimentar e nutricional da comunidade. Através de projetos em parceria com a Cáritas Regional Minas Gerais e com a Coordenadoria Ecumênica
de Serviço (CESE) e a Pastoral da Criança, a comunidade se organizou, reforçou sua produção e aprendeu a diversificar e aproveitar os alimentos, variando suas refeições.
Assentamento
São Francisco II - 
O
Assentamento de reforma agrária São Francisco II fica cerca de 16 quilômetros da sede do município de São Francisco, no norte de Minas Gerais. Situado às margens do rio São Francisco, o assentamento, vem demonstrando que a reforma agrária ainda permanece como uma forma de resistência e estratégia para soberania e segurança alimentar e nutricional. Apesar das dificuldades para conseguir a terra e da falta de apoio do INCRA que até hoje não liberou nenhum crédito de instalação, os assentados encontraram na organização e no trabalho coletivo a grande saída para garantir a produção de alimentos e também dar continuidade as lutas em busca dos reconhecimento dos direitos.
Comunicação
Popular
Ponto de Cultura Xacriabá –O Ponto de Cultura LOAS mostra como a maior nação indígena do Estado de Minas Gerais construiu estratégias de preservação e visibilidade cultural, tendo como apoio instrumentos de comunicação. Jornais, vídeos, fotografias, livros feitos com capa de papelão são alguns dos produtos, que auxiliam o povo a tornar conhecida as suas raízes e sua vida, para o público de dentro e de fora. A Casa de
Cultura é o espaço da memória, exposição e interação das diferentes manifestações culturais deste povo. E são muitas: a produção dos remédios caseiros nas Casas de Medicina, o artesanato com a palha do buriti, com o barro e a madeira, as brincadeiras e cantigas antigas.
Rádio Comunitária – João Congo – A Rádio A Voz do Agricultor nasceu a partir de um programa de estímulo à comunicação comunitária desenvolvido pela Cáritas Regional Minas Gerais em quatro comunidades da cidade de Varzelândia, no Norte de Minas. A mobilidade da rádio proporcionou que esta experiência pudesse dar frutos em vários lugares pelo município de Varzelândia. Ela foi instalada inicialmente no Assentamento Betânia e despertou na comunidade a união e o interesse pela difusão do conhecimento. Daí, ela foi para a sede do Sindicato dos Trabalhadores Assalariados de Varzelândia, onde sofreu com a perseguição da fiscalização da ANATEL, mas contribuiu muito com a divulgação das lutas para os agricultores.
Auto-organização
das Mulheres
Mulheres em Luta – Esta é a história de um grupo de mulheres que, através das habilidades manuais para bordado, artesanato, fabricação de produtos de limpeza e culinária, conseguiram abrir portas nas suas vidas para importantes conquistas: independência financeira dos maridos, liberdade para ter uma vida social além da doméstica, apoio à continuidade dos estudos dos filhos e superação de doenças crônicas, como a depressão e o alcoolismo. O grupo do município de São Francisco, em Minas, reativou a associação municipal que organiza a feira local.
Grupo Mulheres Mãos com Arte – Vivem nas comunidades rurais de Barra do Pequi, Mangal e Calengue, todas do município de Chapada Gaúcha, a 140 km de Januária. A auto-organização destas mulheres
garantiu a autonomia financeira dentro de casa e transformou toda comunidade. Elas falam que, nas reuniões de bordado, começaram a levantar os problemas da comunidade e buscar soluções.
Acesso
a Mercados e Economia Popular Solidária (EPS)
Feira Livre – São Francisco - A feira livre do município teve inicio no ano de 2003. Os agricultores, agricultoras e artesãos do campo e da cidade tinham bastante dificuldade de vender sua produção, que é abundante. Na tentativa de superar esses desafios, as famílias organizaram a feira livre. Com a feira, os produtos se transformaram em uma fonte de renda para as famílias.
Entreposto – Rio dos Cochos - O entreposto de beneficiamento de Pequi é uma iniciativa de 25 mulheres da comunidade de Sambaíba, que fica a 40 km do município de Januária, no Norte de Minas Gerais. O entreposto faz parte do projeto de revitalização do Rio dos Cochos. Essa foi a solução criada para reverter os impactos gerados pelas empresas de plantio de Eucalipto que assoreou o rio e desmontou o sistema tradicional de vida destas famílias.
Cooperativa Grande Sertão – A Cooperativa de Agricultores Familiares Agroextrativistas Grande Sertão é uma
importante experiência do Semiárido mineiro de geração de renda para as famílias agricultoras. A cooperativa existe há noves anos e hoje atua em dezenas de municípios e centenas de comunidades rurais.
Política
de ATER (construção de conhecimento)
P1+2 – Comunidade Cabeceira de Cônego Marinho - Inicialmente desorganizados, os moradores da comunidade Cabeceira do Cônego Marinho, no Norte de Minas, tiveram más experiências com assessoria técnica. Com orientações que vinham de cima para baixo e sem levar em conta a realidade da comunidade, o acompanhamento rendeu desgosto, frustrações e algumas dívidas para as famílias agricultoras. Aos poucos, eles aprenderam a importância da organização comunitária e da busca pela construção do conhecimento técnico através de assessorias participativas. Hoje, a comunidade é participativa, organizada e capaz de gerenciar projetos para o seu desenvolvimento coletivo. Sabem exatamente onde buscar as parcerias para isso. Prova disso é o sucesso do Programa Uma Terra e Duas Águas- P1+2, da ASA, que a própria comunidade buscou.
Comunidade Pau do Óleo - A Associação Comunitária de Pau D’óleo fica na comunidade de mesmo nome, no município de Januária, e é prova de que a união do saber popular com o conhecimento técnico é uma fórmula poderosa para o desenvolvimento comunitário e social. O conhecimento dos moradores sobre sua cultura e necessidades, assim como a partilha destes conhecimentos, tem feito com que bons frutos surjam ao longo de seus 20 anos de história. A experiência de seu Tião mostra como a experimentação e a troca de experiências fora e dentro da comunidade, juntamente a uma assessoria técnica com participação da comunidade e que comungue com a realidade local, podem proporcionar a uma família seu protagonismo e desenvolvimento.

Financiamento/Créditos
e Fundos Solidários
Comunidade Tejuco - A comunidade de Tejuco, localizada na cidade de Januária, a 81 km da sede, nasceu da devoção religiosa a São José. A partilha e a solidariedade são marcas fortes da comunidade. Em 2004, as famílias perceberam que era preciso se organizar para buscar melhorias na infraestrutura, produção de alimentos e geração de renda. Perceberam que sozinhos tinham menos força do que juntos. De todos os cursos e visitas que fizeram, viram uma oportunidade na produção de biscoitos. As mulheres elaboraram projeto para o Fundo Nacional de Solidariedade. Com o recurso, adquiriram fornos, batedeiras, liquidificadores, vasilhas, pia e mesa. Do biscoito que fazem, tiram uma parte para a família consumir, e  outra é vendida na feira. Buscando melhorar as condições de produção, os agricultores ampliaram suas formas de financiamento, como o projeto Seriema, com o fundo rotativo solidário e o PRONAF.

Mais
informações:

Serviço:
Evento
VIII EnconASA – Visitas às experiências
Dias:
21/11/2012, manhã e tarde
Local:
saída do SESC de Januária (MG)

Programação
completa do VIII EnconASA: