segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Diocese de Pesqueira prepara seminário da 5ª Semana Social Brasileira


 
As Semanas Sociais Brasileiras (SSBs) são longos processos de reflexão e ação. Trata-se de uma trajetória reflexiva que está em curso e que, em termos mais populares, procura abrir veredas a partir do Estado que temos para o Estado que queremos. O tema da 5ª SSB atual é a Participação da sociedade no processo de democratização do Estado Brasileiro. As Semanas Sociais articulam as forças populares e intelectuais debater questões sócio-políticas relevantes e traçar perspectivas para o seu país, baseadas no Ensino Social da igreja.

Inúmeros atores da sociedade civil participam da 5ª Semana Social Brasileira, tais como os movimentos e pastorais sociais, entidades, associações, organizações não governamentais, campanhas, mobilizações, consulta popular. Um desses frutos é o Grito dos Excluídos, que desde 1995 vem lutando pela “vida em primeiro lugar”.

A Cáritas Diocesana de Pesqueira tem participado da organização de um conjunto de atividades planejadas pela Diocese de Pesqueira como o Grito dos Excluídos, Encontro com os Candidatos, Elaboração da Cartilha da 5ª Semana Social e o Seminário da 5ª Semana Social.

Dia 30 de outubro, no Encontro Diocesano para Missionários, a Diocese de Pesqueira fez o lançamento da Cartilha Popular em preparação para a 5ª Semana Social Brasileira, que foi produzida pelas lideranças de organismos e pastorais sociais diocesanos. Elaborada numa linguagem popular, cada encontro da Cartilha tem um roteiro simples, com citação bíblica condizente com o tema. Conforme as palavras de Dom José Luiz, Bispo de Pesqueira, no texto do primeiro encontro, o subsídio que ser um instrumento motivador para “participar com esperança e renovado esforço da discussão e das iniciativas em favor de um Estado democrático, que garanta as condições de vida digna para todos”.

A divulgação da Cartilha suscitou o interesse de muitos grupos na Diocese e, para sistematizar melhor a discussão, a equipe responsável pela vivência da 5ª SSB na Diocese de Pesqueira, em reunião com Dom José Luiz, bispo diocesano, a equipe resolveu promover encontros nas regiões pastorais durante os quais será aprofundado o tema e escolhidos os delegados para o Seminário Diocesano agendado para o dia 27 de janeiro, incluindo a participação de lideranças dos 13 municípios que compõem a Diocese. Esta ocasião será a culminância da 5ª Semana Social Brasileira na Diocese de Pesqueira, onde serão abordados temas como Convivência com o semiárido, Economia Popular Solidária, Educação e Saúde.
Nos encontros regionais, para ajudar a reflexão sobre a realidade que temos e os caminhos para uma sociedade do bem viver, foi produzido um documentário com imagens locais, das dificuldades enfrentadas pela população, sobretudo relativas à seca. No mesmo filme constam ainda experiências de solidariedade e iniciativas de pastorais e organismos sociais desenvolvidas na região. A partir daí, a discussão será ampliada às comunidades e paróquias através de um novo subsídio que a diocese pretende distribuir

CÁRITAS DIOCESANA DE PESQUEIRA PARTICIPA DE ATIVIDADE DE PREMIAÇÃO EM JATAUBA


A Cáritas Diocesana de Pesqueira participou no dia 17 de janeiro de 2013, em Jataúba – PE, a entrega de um notebook a Rosiene de Souza Nascimento, na Cáritas Paroquial Quitéria Abigail Araújo. O prêmio foi entregue porque a menina foi ganhadora do concurso referente ao logotipo da fábrica de sabão da Cáritas Paroquial.

O evento ocorreu em frente à Matriz de São Sebastião e contou com a presença de Pe. Samuel Briano, Pe. Fábio Pereira dos Santos, Pe. Eduardo de Freitas Valença e seminaristas, Cáritas Paroquial Quitéria Abigail Araújo, alunos de escolas públicas, membros das pastorais, movimentos eclesiais e parentes da premiada.  

Rosilene, 12 anos, bastante emocionada, agradeceu ao prêmio: “É maravilhoso! Agradeço a Deus e a vocês por terem escolhido o meu desenho”. E ainda afirmou que o prêmio vai ser uma ferramenta útil aos estudos.

Nadja, presidente da Cáritas Paroquial Quitéria Abigail Araújo, agradeceu a iniciativa da Cáritas Diocesana em oferecer o prêmio: “Obrigado, Cáritas Diocesana de Pesqueira por ajudar a gente de Jataúba, através da Cáritas Paroquial, a disseminar esta proposta da Fábrica de Sabão. Obrigado por estarmos juntos promovendo ideias de deixar o planeta terra mais limpo e habitável para as gerações futuras”. E reforçou que os membros da Cáritas Paroquial sonham em ver os problemas do descarte do óleo na pia da cozinha solucionados pelos jataubenses: “Nós não temos noção do mal que causamos ao planeta e a nós”, argumentou, uma vez que substâncias oleosas estão entre os maiores poluidores de água existentes.

 

 

Cisternas de polietileno chegam ao Agreste Pernambucano

Cisterna de Polietileno em Alagoinha

As cisternas de polietileno, conhecidas popularmente também como cisternas de plástico são uma das alternativas propostas para alcançar a meta de universalização do acesso à água no âmbito do Programa Água para Todos, do Governo Federal.
O equipamento tem sido instalado em todo o semiárido brasileiro, e agora chegaram a Alagoinha-PE e região. Com um custo elevado, sendo praticamente o dobro do valor, se comparado às cisternas de placas construídas pelas organizações da ASA, as cisternas de polietileno são consideradas um retrocesso para a sociedade civil organizada e movimentos sociais, que há anos lutam pela implementação de tecnologias sustentáveis para a região semiárida, conforme questionou Arley Gomes, coordenador de projetos  da Diocese de Pesqueira na região: “A cisterna de polietileno é uma tecnologia que chega que a gente não tem a certeza de que trará um benefício concreto e duradouro para as comunidades. Quando nós fazemos um comparativo com a cisterna de placa, existe uma diferença muito grande na questão de orçamento".

Números oficiais apontam que cada cisterna de polietileno tem custo total (equipamento e instalação) de R$ 5.090, ou seja, mais que o dobro da cisterna de placas de cimento que, segundo a ASA, sai por aproximadamente R$ 2.200. Levando em conta os dados apresentados, enquanto as 300 mil cisternas de polietileno vão custar R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos, se a tecnologia utilizada fosse a de placas, esse valor seria de R$ 660 milhões. 
A opção da cisterna de polietileno também virou alvo de reclamações e protestos um grande quantitativo das novas cisternas tiveram que ser substituídas depois de apresentarem deformações, em menos de três meses de uso, conforme declarou o beneficiário Eduardo Alves proprietário de uma cisterna polietileno de há aproximadamente um mês no Sítio Sete Baraúnas, em Alagoinha: “Eu noto que está começando a engelhar embaixo".

Além disso, não existe a valorização da mão-de-obra local no processo de implementação da cisterna de polietileno, diferentemente da cisterna de placa, que atua com a tecnologia social, onde o próprio beneficiário da cisterna participa ativamente de todo processo de construção e capacitações requeridas, o que fortelece os movimentos sociais e a busca por novas políticas públicas mais adequadas ao homem do campo. “Na questão da mobilização a comunidade participa ativamente de todo processo da formação, capacitação, da construção. É uma forma de a gente estar fortalecendo as comunidades que a gente atua”, apoiou Arley Gomes.

Em Alagoinha, várias associações de moradores aderiram às cisternas de polietileno visando o benefício imediato, porém, alguns representantes da comunidade que já conhecem os benefícios da cisterna de placa rejeitam o equipamento, como Lúcia Galindo, presidente da Associação de Moradores do Sítio Prazeres. “Eu não aceito enquanto eu for presidente. O que eu passo para os associados é que esperem a cisterna de placa”, disse Lúcia, lembrando ainda da geração de renda para a comunidade com implementação da cisterna de placa, bem como a formação profissional no caso da função de pedreiro, uma vez que a capacitação de mão-de-obra geralmente ocorre na própria comunidade.  

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Organizações da ASA/PE e Secretaria Executiva da Agricultura Familiar realizam Dia de Campo em São Bento do Una

Participantes da reunião do Dia de Campo
Dia 11 de janeiro, as organizações gestoras do Projeto Pernambuco Mais Produtivo e a Secretaria Executiva da Agricultura realizaram no Sítio Minador, em São Bento do Una, o Dia de Campo, destinado a abertura de diálogo com as organizações e parceiros envolvidos no projeto com o objetivo de otimizar a construção das tecnologias sociais, no caso, a cisterna-calçadão.

Participaram do evento todas as organizações gestoras do Projeto Pernambuco Mais Produtivo que fazem parte da ASA-PE, sendo estas: Diocese de Pesqueira, Centro de Educação Comunitária Rural – CECOR, Diaconia e Diocese de Caruaru, bem como representantes da Secretaria de Agricultura Familiar – SEAF, fornecedores de materiais, pedreiros, agricultores, presidentes de associação rurais, presidentes do Sindicato de Trabalhadores Rurais, Secretaria de Agricultura, Diretoria de Recursos Hídricos e Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável.

A cisterna-calçadão é uma das tecnologias sociais implementadas na região pelo Projeto Pernambuco Mais Produtivo em parceria com a Articulação no Semiárido Pernambucano (ASA/PE) com o  objetivo de coletar água da chuva para produção de alimentos, garantindo assim a soberania alimentar e possível geração de renda através da comercialização dos produtos. “O Pernambuco Mais Produtivo é um projeto que foi planejado para trazer segurança hídrica ao semiárido. Nós temos implantado várias tecnologias, a principal delas é a cisterna-calçadão. O governo do estado está implantando junto com o Ministério de Desenvolvimento Social - MDS, em parceria com a ASA, o Pernambuco Mais Produtivo, que vai beneficiar cerca de 17.080 famílias com estrutura hídrica. Nesse caso, o nosso carro chefe são 15.500 cisternas calçadão”, informou Alexandre Santana, coordenador do Projeto Pernambuco Mais Produtivo pela Secretaria de Agricultura Familiar – SEAF.

Os fornecedores também estão animados com o processo de construção da cisterna-calçadão. “A família recebe o investimento que o governo dá, que é a cisterna que vai ganhar  o líquido precioso: a água do nosso sertão.  Automaticamente já está gerando emprego, que é o pedreiro, a entrega de material, que já é um grande trabalho, e depois vai ter o futuro que tem a parte de irrigação, é uma estrutura para família de água e alimentação”, disse o fornecedor Natanael Henrique,  da Natal, em Triunfo.  Já Marcos Patriota, da CPM Jupi, observa as vantagens do evento. “Esse dia de campo é muito importante porque vê a valorização do processo com mais rapidez e uma grande aprendizagem para que as pessoas vejam o lado produtivo”, relatou.

 A equipe do Dia de Campo também esteve reunida para discutir sobre os rumos das tecnologias sociais do Projeto Pernambuco Mais Produtivo, com o objetivo de otimizar o tempo de construção da cisterna-calçadão.  Na ocasião falou-se sobre o uso da máquina betoneira dentro das vantagens e desvantagens para o processo e a produção de vídeos contendo as etapas da construção das tecnologias sociais.  “Nós pretendemos mostrar como agilizar o processo de construção da cisterna calçadão, buscando as formas para diminuir o tempo da construção sem perder a qualidade. Nosso intuito hoje é discutir com todos os atores envolvidos na execução do Pernambuco Mais Produtivo e que os mesmos possam a partir da sua realidade aprimorar esses passos.”, disse Itamar Carvalho, Coordenador do Projeto Pernambuco Mais Produtivo pela Diocese de Pesqueira.

Como fruto da reunião, dia 25 de janeiro foi planejada uma reunião para elaboração de um Encontro de Pedreiros, sendo estes os profissionais que lideram à frente da construção da cisterna-calçadão.




Rumo à construção de uma política estadual de Convivência com Semiárido

Neilda Pereira, Coordenadora Geral da Cáritas Diocesana
de Pesqueira
e Coordenadora Executiva da ASA-PE

Já está exaustivamente fadado o discurso retrógado da indústria da seca, das ajudas paliativas e do sensacionalismo cenário de escassez. Na contramão de tudo isso, há um Pernambuco que pulsa esperanças e dá exemplo com as várias experiências de convivência com o Semiárido que há alternativas e tecnologias para o homem e a mulher do campo viver no meio rural com dignidade, organização e sustentabilidade. Toda essa nova dinâmica de repensar e olhar o Semiárido tem a contribuição do conjunto de organizações da sociedade civil que compõem a Articulação no Semiárido Brasileiro.  

Abaixo, a entrevista da coordenadora executiva da ASA pelo estado de Pernambuco, Neilda Pereira, ao comunicador popular da Articulação, Daniel Ferreira. Nas próximas linhas, Neilda Pereira apresenta um pouco deste momento que vive o Semiárido pernambucano.

Daniel Ferreira: Qual o olhar da ASA/PE diante dessa estiagem prolongada que tem desafiado não só as famílias agricultoras, mas também o Poder Público e os movimentos sociais?
Neilda Pereira: Primeiro dizer que a seca é um fenômeno previsível e natural, uma característica da nossa região. Estudos mostram que a cada 20 anos nós temos um ciclo de seca, por isso estamos passando por esse período de grande estiagem. Todo esse cenário desafia a gente a pensar numa política estruturante de convivência com o Semiárido. É nessa perspectiva que a as organizações que compõem a ASA no Semiárido brasileiro e em Pernambuco tem desenvolvido um conjunto de experiências de captação de água de chuva para consumo humano para produção de alimentos, estratégias de armazenamento de forragens para os animais. Enfim, são diversas ações que têm contribuído diretamente para a convivência com essa região. O debate que a ASA/PE vem fazendo, junto ao Governo do Estado e ao Comitê Integrado da Seca, é numa perspectiva de construir uma politica estadual de convivência com o Semiárido.  Temos relatos e exemplos de famílias agricultoras que a partir das cisternas de 16 mil litros ou 52 mil litros, do processo de organização comunitária e de um conjunto de iniciativas, têm passado por uma situação diferente de outras famílias, com menos dificuldade.

Daniel: A ASA/PE e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, através do Setor Social, elaboraram um documento base para referenciar o Governo do Estado para a construção de uma política estadual de convivência com o Semiárido. Quais os eixos e as questões abordadas nesse documento?
Neilda: O documento é fruto do acumulo que as organizações que compõem a ASA e outros atores, a exemplo do movimento sindical têm construindo de debates, proposições nessa caminhada. O documento traz como primeiro eixo as ações emergenciais. São ações que cheguem num curto e espaço de tempo para as famílias agricultoras, como água, ração animal e sementes, para que elas passem por esse período com menos dificuldade. O outro eixo do documento são ações estruturantes em quatro linhas: 1ª) Água para consumo humano, 2ª) Água para produção, 3ª) Água para diversos usos e 4ª) Água para vilas, povoados e distritos. Pensar em conviver com o semiárido, é pensar na integração das ações. Esse documento reforça a importância dos processos organizativos, como estratégia fundamental, passando pelas tecnologias sociais até as experiências de gestão dos recursos hídricos. Traz um conjunto de ações que já vêm sendo desenvolvidas pelas organizações articuladas com a ASA/PE e aponta para o Governo do Estado a importância de garantir recursos para que essas ações de convivência sejam ampliadas e consolidadas. Para que assim nos próximos períodos de estiagem se tenha uma estrutura hídrica no Estado que dê acesso a agua para consumo humano, produção de alimentos, diversos usos e para os animais, bem como assistência técnica, apoio a comercialização e outros. Isso é papel e dever do Estado. Por isso temos colocado essas questões na pauta das discussões como prioridade, e temos dialogado para que de fato essa proposta seja efetivada. A politica estadual de convivência com o Semiárido é uma prioridade para 2013, por isso vamos dialogar com os movimentos sociais, com os conselhos estaduais - Conselho Estadual de Segurança Alimentar, Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável e outros espaços que são importantes na construção dessa proposta.

Daniel: O Governo do Estado tem entendido essa pauta e levado para o discurso essa política de convivência com o Semiárido?
Neilda: Temos avançado no debate da convivência com o Semiárido com o Governo do Estado. Isso tem se materializado na construção de cisternas de 16 mil litros, na ampliação de tecnologias para produção de alimentos, cisterna calçadão, tanques de pedra, barreiro trincheira e outros. Uma questão que merece destaque é a posição do Governo em investir apenas em tecnologias sociais, isso significa concretamente que não serão utilizados recursos públicos do estado de Pernambuco para a implantação de cisternas de polietileno. Discutir, construir e consolidar a política estadual de convivência com o Semiárido é algo inédito na história.

Daniel: O caminho para a efetivação de uma política estadual de convivência com o Semiárido é esse em formatação, numa parceria movimentos socais, Governo e Igreja?
Neilda: A ASA nasceu do sonho das organizações, movimentos sociais, igrejas de juntos construirmos uma ação articulada, concreta de convivência com o Semiárido, essa é a nossa origem, e temos conseguindo avançar porque as nossas ações são frutos de uma caminhada coletiva. É nessa perspectiva que propomos a discussão e construção da politica. A ASA/PE e o Setor Social da CNBB no Regional Nordeste 2 estão animando esse debate, mas temos a clareza que todos os atores que vêm discutindo essa temática precisa contribuir com essa construção. Essa caminhada vem sendo construída não de agora, mas de décadas atrás, com um olhar para o nosso Semiárido. É uma região que tem suas especificidades, que devem ser consideradas nas construções das politicas; e que tem homem e mulheres com capacidades de construir suas próprias histórias. Assim, essa política estadual possa estar acontecendo a partir da realidade e das necessidades das famílias. Para que elas vivam na região com dignidade, empoderamento e sustentabilidade.


Daniel: Pernambuco tem sido referência na execução e replicação de tecnologias sociais pelas organizações que compõem a ASA. Como as tecnologias sociais têm contribuído para as famílias agricultoras atravessarem a seca com menos dificuldade?
Neilda: É importante colocar que se considera tecnologia social todo o produto, método, processo ou técnica criado para solucionar algum tipo de problema social e que atenda aos quesitos de simplicidade, baixo custo, fácil aplicabilidade (e reaplicabilidade) e impacto social comprovado. Temos como exemplos de tecnologias as cisterna de placas, cisterna calçadão, barraginha, barragem de trincheira, barragem subterrânea e tantas outras tecnologias. Essas tecnologias têm contribuído diretamente na vida dessas famílias. Elas (as famílias) participam desde o processo de discussão dos critérios para serem contempladas até a execução, envolvendo toda a comunidade. Os pedreiros são da comunidade e os facilitadores dos cursos e oficinas são da própria região. Essas tecnologias têm contribuído não só na melhoria de vida das pessoas, com água para consumo e para produção de alimentos com qualidade, mas também para a auto-organização das comunidades e ainda movimenta economia local, pois a mão-de-obra é da comunidade e todo o material de construção é comprado no comércio local.

Daniel: Para encerrar a entrevista, qual a sua mensagem, pois saímos de 2012, um ano difícil para a agricultura familiar, e entramos 2013 com novas esperanças:
Neilda: Enquanto ASA/PE, a gente tem centrado todas as forças para que a política de convivência com o Semiárido seja uma realidade e que nas próximas secas possamos passar com menos dificuldade. Estamos, juntos, construindo um outro Semiárido.
Em 1999 na criação da Articulação do Semiárido Brasileiro sonhamos com a construção de cisternas de 16 mil litros, surgiu o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), depois sonhamos que com a construção de tecnologias para produção de alimentos, nasceu o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2).  Os resultados dessas ações são claros e evidentes, o que reforça que precisamos investir no diálogo com os municípios, estado e governo federal para que as ações como essas sejam ampliadas e consolidadas, uma vez que é um direito da população.
Queremos um Semiárido de pessoas que vivam com dignidade. Nesse sentido a ASA/PE, renova em 2013 nosso compromisso na construção e fortalecimento dessa articulação. Esperamos que neste ano possamos dar continuidade a nossa caminhada, avançando a cada dia na luta pela efetivação dos direitos de cada homem e cada mulher deste Semiárido.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Cáritas Diocesana de Pesqueira realiza confraternização natalina para equipe

Momento da troca de presentes

Tempo de natal é época de relembrar os bons momentos do ano vigente, e fazermos votos para um bom período vindouro. Neste espírito, dia 21 de dezembro a equipe da Cáritas Diocesana de Pesqueira esteve reunida com seus convidados no Hotel Estação Cruzeiro, em Pesqueira, para comemorar confraternização natalina. O momento foi de alegria, boa música, troca de presentes e principalmente da lembrança de celebrarmos o nascimento de Cristo e buscarmos um ano de 2013 de muita paz, alegrias, esperanças e realizações.



Pessoal reunido na confraternização
O evento foi contemplado com boa música e um jantar, oferecido pelo buffet do Hotel Estação Cruzeiro. Dentre as atividades estiveram a troca de presentes do amigo secreto, e também da distribuição de presentes doados pelos fornecedores, onde cada integrante da Cáritas Diocesana de Pesqueira recebeu um dos presentes através de sorteio. Como lembrança ainda foi oferecido um kit natalino, com vinho, panetone e chocolates importados a todos os integrantes da equipe Cáritas Diocesana de Pesqueira. A troca de presentes no natal remete à lembrança dos presentes dados ao Menino Jesus na ocasião do seu nascimento, sendo este também um momento de darmos o melhor de nós ao nosso próximo.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Cáritas Diocesana de Pesqueira conclui as atividades de 2012 com Encontro de Avaliação


Momento da mística do encontro
Dias 14 e 15 de dezembro foi realizado o Encontro de Avaliação da Cáritas Diocesana de Pesqueira, no Seminário São José, em Pesqueira.  Participaram do encontro a equipe da Cáritas Diocesana de Pesqueira, representantes de sindicatos de trabalhadores rurais e associações de agricultores e comunitárias, representantes das Cáritas Paroquiais e Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural.  Dentre os objetivos do encontro estava fazer uma retrospectiva das ações realizadas pela Cáritas Diocesana de Pesqueira; definir as linhas estratégicas de ação para 2013 e elaborar uma agenda para o ano que vem.

O Encontro de Avaliação começou com um almoço no dia 14, e foi concluído com uma confraternização, dia 15, com um jantar onde foram convidados amigos e parceiros da Cáritas Diocesana de Pesqueira.

O Bispo da Diocese de Pesqueira, Dom José Luiz, também marcou presença no evento. “Eu gostaria muito que este encontro nos revestisse com vestes de esperança. O que nós conseguimos é fruto de uma luta de fraternidade, de justiça, de fraternidade, de sonhar junto. Um santo e abençoado natal. Que cada um possa dizer: que este Jesus que nasceu um dia em Belém, nasça agora em nossos corações”, disse Dom José Luiz, aproveitando a oportunidade para desejar seus votos natalícios ao público.

Os participantes do evento mostraram boas expectativas para o ano de 2013. “A expectativa é que o ano de 2013 seja de muita chuva, muita lavoura e muita fartura”, disse Maria José, do Sítio Duas Serras, em Poção. Alguns também esperam novas tecnologias geradoras de renda e a multiplicação das ações da Cáritas Diocesana de Pesqueira na região. “Esse encontro é um reencontro de várias pessoas de vários lugares com o objetivo de discutir, de ver as novidades. Estamos num período de seca, mas temos a esperança de que este período passe. Este momento é um encontro de afirmação, de certeza, de esperança. Nós precisamos afirmar que aqui é uma região em que podemos viver bem. Demos um passo importante, mas ainda precisamos mostrar ao poder público o que nós precisamos, e nós somos responsáveis por esta construção”, colocou Neilda Pereira, coordenadora geral da Cáritas Diocesana de Pesqueira sobre o propósito do encontro.

Na ocasião do evento a pedreira Edilene, de São Bento do Una, fez uma homenagem à Neilda Pereira, entregando uma miniatura de cisterna de placa construída por ela mesma.

No momento de avaliação dentre as ações realizadas no ano de 2012 o público do evento colocou: as tecnologias sociais do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1 + 2), do ProRural e do Pernambuco Mais Produtivo; um avanço no conhecimento das políticas públicas; a implantação da feira na Cáritas Diocesana de Pesqueira e o Projeto Crescendo com Cidadania, das Cáritas Paroquiais.

Em relação aos pontos fortes em que a Cáritas Diocesana de Pesqueira progrediu, os participantes do encontro citaram: as parcerias com o poder público e privado; o avanço nas famílias em relação à coletividade; a inclusão social; a profissionalização dos pedreiros; as visitas de intercâmbios e as capacitações.

Os presentes no evento também colocaram inúmeras ações da Cáritas Diocesana de Pesqueira que melhoraram a vida das pessoas, como a motivação para buscar outras políticas públicas e sociais; a inclusão social; a geração de renda; a valorização dos municípios; o acesso à água; melhoramento na saúde, dentre outros pontos relevantes.

Dentre as prioridades para o ano de 2012 foram definidas: o processo de formação das lideranças locais; manutenção dos barreiros e construção de barragens; acompanhamento das famílias que foram contempladas com as tecnologias sociais; ação de apoio à forragem dos animais; criação de banco de sementes; instituição da educação contextualizada; fortalecimento da economia solidária; escavação de poços e intercâmbios com as Cáritas Paroquiais e Diocesana Regional.

No Encontro de Avaliação da Cáritas Diocesana ainda foram firmadas datas para a Agenda de 2013 como o Encontro de Planejamento, nos dias 26 e 27 de agosto e a roda de conversa sobre a 5ª Semana Social Brasileira. 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

As mulheres são as primeiras a sofrerem com a seca



 Fonte: Assessoria de Comunicação da Casa da Mulher do Nordeste

Mulheres produtoras do semiárido
Se olharmos para a história das mulheres sertanejas se percebe que deixaram de ser tratadas como as viúvas da seca para serem reconhecidas como trabalhadoras rurais. Essa conquista ainda é pouco se compararmos as dificuldades que as mulheres enfrentam na convivência com o semiárido. Essas questões foram discutidas nesta segunda-feira (04) no painel “Os impactos da seca na vida das mulheres”, do Seminário Mulheres Tecendo um Nordeste Solidário, promovido pela Casa da Mulher do Nordeste. 
Neilda Pereira, coordenadora executiva da ASA–PE, destacou a importância das organizações de mulheres na construção de políticas públicas para a convivência do semiárido. “Quantas mulheres tem desenvolvido a construção de cisternas? Quantas estão no dia-a-dia enfrentando os problemas que a seca trás, com o cuidado com a casa, com a família? Somos lideranças e pessoas que podem contribuir para uma consolidação de uma política nacional de convivência com o semiárido”. Para ela um dos desafios é garantir e fortalecer as experiências e o trabalho das organizações de mulheres.

As sertanejas também enfrentam dificuldades no acesso a água para os animais e cuidados domésticos. “Somos as primeiras a sofrer com a seca, porque os homens saem de casa a procura de emprego, e ficamos com a responsabilidade de cuidar da casa e dos animais. Há mulheres que acordam de 4h da manhã para procurar um lugar para lavar a roupa, e quando acham um açude é de propriedade de homem”, revelou Josevânia Ribeiro, diretora do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de São José do Belmonte. Em abril foi decretado situação de emergências em vários municípios do Sertão, depois de 7 meses é que a Companhia Nacional de Abastecimento entregou milho para as famílias alimentarem os animais.

Para Cristina Buarque, secretária da Mulher de Pernambuco, para diminuir os impactos que a seca provoca na vida das mulheres é preciso construir institucionalidades. “Nós da secretaria estamos participando do grupo da seca para dar visibilidade às questões das mulheres, a bolsa estiagem, por exemplo, foi uma conquista de muito trabalho e diálogo. Neste Nordeste Solidário, precisamos construir essa relação com o semiárido, através de institucionalidades e da força das organizações de mulheres”, disse.

Aniversário dos 24 anos do Caatinga


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

ASA prestigia os 50 anos da FETAPE

Neilda Pereira, Coordenadora Executiva da ASA/PE recebendo
placa de homenagem da FETAPE


A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco – FETAPE comemorou seus 50 anos nos dias 30 de novembro, 01 e 02 de dezembro no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, com o Salão Estadual Euclides Nascimento. No espaço aconteceu a Feira de Agricultura Familiar, com produtos de hortifruticultura e artesanatos, e paralelo ao evento também aconteceu o 11º Festival da Juventude Rural e uma exposição sobre a história do Movimento Sindical Rural, bem como a 4ª Mostra Cultural da Juventude.

A Federação é conhecida por ocupar terras, de forma pacífica, para denunciar junto ao poder público e à sociedade o descumprimento da função social em diversos latifúndios improdutivos no Sertão, Agreste e Zona da Mata. A Fetape contabiliza 2.500 famílias acampadas; 16.200 assentadas; e 4.800 beneficiadas pela Cédula da Terra e Programa de Crédito Fundiário. “O mais importante é que, a cada dia, buscamos melhorar o nosso trabalho e reafirmamos o nosso compromisso com um modelo de desenvolvimento que garanta sustentabilidade socioambiental e econômica e qualidade de vida para a população do campo”, afirma o presidente da Fetape, Doriel Barros.

A Articulação do Semiárido Pernambucano (ASA/PE) foi uma das organizações a serem homenageadas durante o evento, em que a Coordenadora Executiva da ASA/PE Neilda Pereira, esteve presente. A ASA/PE montou um estande com material de divulgação das ações da Diocese de Pesqueira e ASA. Os responsáveis pelo estande foram a secretária da ASA/PE Roseilda Couto, a técnica agrícola Heloísa Araújo e o Coordenador do Projeto Uma Terra e Duas Águas (p1+2), Edmilson Paulino.

 Além dos agricultores/as de todo o estado presentes do Salão da FETAPE, participaram também autoridades como: Deputados Manoel Santos (Estadual), Pedro Eugênio (Federal), Ranilson Ramos - Secretario de Agricultura do Estado, os Presidentes da CUT/PE Carlos Veras e Alberto Ercílio Broch - CONTAG, Dom Fernando Saburido - Arcebispo de Olinda/Recife.