Cisterna de Polietileno em Alagoinha |
As cisternas de polietileno, conhecidas popularmente
também como cisternas de plástico são uma das alternativas propostas para
alcançar a meta de universalização do acesso à água no âmbito do Programa Água para Todos, do Governo
Federal.
O equipamento tem sido instalado
em todo o semiárido brasileiro, e agora chegaram a Alagoinha-PE e região. Com
um custo elevado, sendo praticamente o dobro do valor, se comparado às
cisternas de placas construídas pelas organizações da ASA, as cisternas de
polietileno são consideradas um retrocesso para a sociedade civil organizada e
movimentos sociais, que há anos lutam pela implementação de tecnologias sustentáveis
para a região semiárida, conforme questionou Arley Gomes, coordenador de
projetos da Diocese de Pesqueira na
região: “A cisterna de polietileno é uma tecnologia que chega que a gente não
tem a certeza de que trará um benefício concreto e duradouro para as
comunidades. Quando nós fazemos um comparativo com a cisterna de placa, existe
uma diferença muito grande na questão de orçamento".
Números oficiais apontam que cada cisterna de
polietileno tem custo total (equipamento e instalação) de R$ 5.090, ou seja,
mais que o dobro da cisterna de placas de cimento que, segundo a ASA, sai por
aproximadamente R$ 2.200. Levando em conta os dados apresentados, enquanto
as 300 mil cisternas de polietileno vão custar R$ 1,5 bilhão aos cofres
públicos, se a tecnologia utilizada fosse a de placas, esse valor seria de R$
660 milhões.
A opção da cisterna de polietileno
também virou alvo de reclamações e protestos um grande quantitativo das novas
cisternas tiveram que ser substituídas depois de apresentarem deformações, em
menos de três meses de uso, conforme declarou o beneficiário Eduardo Alves
proprietário de uma cisterna polietileno de há aproximadamente um mês no Sítio
Sete Baraúnas, em Alagoinha: “Eu noto que está começando a engelhar
embaixo".
Além disso, não existe a
valorização da mão-de-obra local no processo de implementação da cisterna de polietileno,
diferentemente da cisterna de placa, que atua com a tecnologia social, onde o
próprio beneficiário da cisterna participa ativamente de todo processo de
construção e capacitações requeridas, o que fortelece os movimentos sociais e a
busca por novas políticas públicas mais adequadas ao homem do campo. “Na
questão da mobilização a comunidade participa ativamente de todo processo da
formação, capacitação, da construção. É uma forma de a gente estar fortalecendo
as comunidades que a gente atua”, apoiou Arley Gomes.
Em Alagoinha, várias associações
de moradores aderiram às cisternas de polietileno visando o benefício imediato,
porém, alguns representantes da comunidade que já conhecem os benefícios da
cisterna de placa rejeitam o equipamento, como Lúcia Galindo, presidente da
Associação de Moradores do Sítio Prazeres. “Eu não aceito enquanto eu for
presidente. O que eu passo para os associados é que esperem a cisterna de
placa”, disse Lúcia, lembrando ainda da geração de renda para a comunidade com
implementação da cisterna de placa, bem como a formação profissional no caso da
função de pedreiro, uma vez que a capacitação de mão-de-obra geralmente ocorre
na própria comunidade.
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