Toda
boa ideia deve ser propagada, multiplicada e copiada, ultrapassando
limites e fronteiras geográficas e territoriais. Foi desse sentimento
que comungou o segundo Encontro Mundial do Grande Chaco Americano ao
convidar a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) para
conduzir o painel sobre “Água para consumo e produção: estratégias para a
gestão comunitária”. Na ocasião, a coordenadora geral da Cáritas
Diocesana de Pesqueira e coordenadora executiva da ASA pelo Estado de
Pernambuco, Neilda Pereira, apresentou a experiência do Programa 1
Milhão de Cisternas ( P1MC). O evento aconteceu entres os dias 19 a 21
deste mês em Buenos Aires, na Argentina, no Centro Cultural Recoleta.
Neilda
Pereira falou para um público diverso de mais de 600 pessoas dos países
da Argentina, Bolívia e Paraguai, entre agricultores familiares,
representantes de organizações indígenas e camponesas, prefeitos,
ecologistas, produtores rurais e especialistas de agências
internacionais. “Foi um momento importante para mostrar a bela
experiência desenvolvida com os povos do Semiárido por um conjunto de
organizações que trabalham na região. O P1MC revela uma conquista do
acesso à água potável para beber e cozinhar, através das cisternas de
placas, de forma descentralizada e participativa”, enfatiza Neilda.
“O
acesso à água é outro fator que também merece ações urgentes. É
importante ter referências de outras experiências bem sucedidas como a
do P1MC no Brasil”, comentou Ivan Arnold, diretor de Nativa, uma
organização membro da Rede Chaco com forte penetração no Chaco
Boliviano. Assim como a ASA se constitui numa rede de organizações, a
Rede Chaco também se firma como um conjunto de instituições que vêm
construindo uma trajetória de luta e resistências pelos povos que
habitam o Grande Chaco Americano.
Ainda
durante o evento, Neilda Pereira se reuniu com representantes dos
países do Paraguai, Uruguai e Argentina para discutir estratégias do
Programa Sede Zero. Iniciativa inspirada e pensada a partir da
experiência do P1MC no Semiárido brasileiro.
Grande Chaco Americano – É
uma região em que vivem 7 milhões de habitantes. Lugar de 30 etnias com
pelo menos 29 línguas com diferentes graus de vitalidade.
Ambientalmente, é o maior bosque seco do mundo e a segunda massa
florestal americana. Possui uma diversidade biológica única.
Em
um milhão de quilómetros quadrados localizados no centro do continente
Sul-americano. Os países Argentina, Bolívia e Paraguai estão dento desse
ecossistema. Uma das regiões de maior diversidade ambiental e biológica
do planeta e a maior área de bosques do continente depois do Amazonas.
É
nesse espaço geográfico que e se apresenta, ao mesmo tempo, a
diversidade e as urgências sociais gritantes e uma forte pressão sobre o
ambiente. Uma região com fome de desenvolvimento equitativo e
sustentável em benefício da humanidade. É com esta visão que se
organizou a Rede Chaco, um coletivo de organizações da Argentina,
Bolívia e Paraguai que pretende incluir o Chaco na agenda mundial.
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