Dia 22 de março, centenas de moradores de Pesqueira e região participaram
de ato público e audiência pública em prol da Semana da Água. Representantes de movimentos sociais e poder
público estiveram à frente do movimento, que teve como objetivo requerer
políticas públicas mais adequadas de distribuição de água para zona urbana e
rural, especialmente devido ao crítico momento vivido na atualidade, cenário da
maior estiagem dos últimos 50 anos.
Neilda Pereira |
Estiveram presentes no evento diversas escolas públicas e privadas,
Compesa, Cáritas Diocesana de Pesqueira, Centro de Apoio ao Pequeno Produtor - CEDAPP,
Sindicato de Trabalhadores Rurais de Pesqueira, Movimento dos Trabalhadores Sem
Terra – MST, Pastorais Sociais, Pastoral da Criança, dentre outros.
O evento teve início na Praça Jurandir de Brito com uma caminhada até a
Praça da Rosa reunindo centenas de cidadãos/ãs, onde houve várias apresentações
culturais. Já a culminância do evento ocorreu no auditório do Centro Comercial
Rosa, que esteve lotado para uma audiência pública em prol de uma melhoria
qualitativa e quantitativa da água no município e onde também foi proposto a
arrecadação municipal de 2% para convivência com a seca.
Dentre os representantes da mesa solene na audiência
pública estiveram: Neilda Pereira, coordenadora geral da Cáritas Diocesana de
Pesqueira; Irageu Tabosa, secretário de agricultura; Jonas Brito, secretário de
meio ambiente; João Durval, representante do Centro de Apoio ao Pequeno
Produtor - CEDAPP; Nado, representante das Pastorais Sociais; Agnaldo Xukuru,
da Secretaria de Educação; Wilson Damásio, secretário de Governo; João Rafael,
responsável pela Compesa em Pesqueira, bem como diversos vereadores.
Dentre os assuntos mais polêmicos tratados durante a
audiência pública, um desses foi a má distribuição de água na zona rural e
urbana. “Hoje a única forma de abastecer Pesqueira é a Barragem de
Pão-de-Açúcar. O grande problema é que a gente está tirando água da área
indígena e essa água percorre 23 km até chegar ao seu destino”, informou João
Rafael, da Compesa, sobre as dificuldades do manejo da água, dentre também a
falta de redes de encanação em muitos bairros da cidade e o uso ilegal da água
para fins comerciais. Porém João Rafael reconheceu que é preciso avançar na
distribuição e qualidade da água no município. “A gente precisa melhorar hoje
para atender a população”, disse.
Uma das preocupações mais gritantes do momento em
relação à água é a praticamente ausência de políticas públicas destinadas à
zona rural. “Nossa preocupação também é com a zona rural”, disse Jonas Brito,
secretário de Meio Ambiente, que lembrou a viabilidade das cisternas de placa
como tecnologia social para armazenamento de água na zona rural. Neilda
Pereira, da Cáritas Diocesana de Pesqueira também mostrou preocupação com a
situação crítica vivida no semiárido, porém levantou avanços como a instituição
da Política de Convivência com o Semiárido. “Pernambuco é o primeiro estado a
elaborar uma lei de convivência com o semiárido. Enquanto sociedade civil a
gente precisa fazer parte desses momentos, mas precisamos também exercer a
nossa cidadania exercendo controle social”, lembrou Neilda Pereira.
O vereador Wagner Cordeiro, o autor da proposição da
audiência pública, ainda lembrou que os momentos difíceis estão sendo
vivenciados também devido ao descaso do governo. “Todos nós do poder público
somos culpados por essa situação que assola o nosso município. O povo clama por
soluções. Nós temos que assumir a responsabilidade”, disse Wagner Cordeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário