Na última terça-feira (15), a coordenadora geral da Cáritas Diocesana de Pesqueira e coordenadora executiva da Articulação no Semiárido Pernambucano (ASA-PE), Neilda Pereira, participou de uma entrevista no Programa Manhã Total, na rádio Pajéu AM 1500, na cidade de Afogados da Ingazeira. Também estiveram presentes a representante do Sindicato dos/as Trabalhadores/as Rurais (STR) de Afogados, Dôra Santos, e o coordenador da Pastoral Social da Diocese do município, Padre Luis Marques. A mediação do debate ficou por conta do radialista, Aldo Vidal.
A ideia foi aproveitar o último dia do Encontro Estadual de Agricultoras e Agricultores Experimentadores em Afogados, para debater as questões relacionadas ao período de estiagem - que já dura dois anos no Semiárido pernambucano - considerando a realidade do Sertão do Pajeú. No primeiro bloco do debate, Neilda explicou o processo de formação e mobilização social da ASA desenvolvido através dos Programas, assim como destacou o número de tecnologias hídricas construídas na região. “A ASA através das diversas experiências desenvolvidas pelos agricultores e agricultoras, tem discutido propostas de políticas públicas que considere as especificidades da região, bem como fortalecimento da agricultura familiar no estado”, reforça.
De acordo com Dôra, apesar dos avanços das políticas de convivência com a região semiárida, a situação do Pajeú é difícil, pois os principais mananciais de água se esgotaram e a qualidade da água que chega até a população é péssima também. “O que a gente percebe é que é necessário um conjunto de políticas que dê conta de amenizar o sofrimento das famílias durante a seca, pois as ações emergenciais são insuficientes”, afirmou.
O Padre Luis participou do segundo bloco do debate e fez um resgate do movimento que a igreja e as pastorais vêm fazendo ao longo do tempo, contribuindo na resolução dos problemas sociais. “A luta da igreja por terra, água e trabalho digno é antiga. O que falta é vontade política dos governantes, pois precisamos de políticas estruturantes para que os períodos de seca sejam vivenciados de outra forma, porém as ações não chegam na velocidade que as pessoas precisam” acrescenta.
Na oportunidade, ele ainda relembrou as questões levantadas pelo Frei Dom Luiz Cappio, em relação aos problemas da região e projetos que não contribuem para fortalecer a infraestrutura hídrica das populações.
Ainda durante o debate, a coordenadora executiva da ASA-PE falou aos ouvintes da necessidade de intensificar o processo de mobilização, já que a luta pela água deve ser permanente. “A Lei Estadual de Convivência com o Semiárido foi uma grande conquista para o povo do Semiárido pernambucano, porém precisamos que ela seja materializada em ações estruturantes, uma vez que a seca é uma característica da nossa região, portanto pautar esse debate e investir no controle social, é uma grande tarefa da sociedade civil organizada”, concluiu.
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