quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Famílias agricultoras discutem propostas de assistência técnica no Agreste pernambucano



 “Vamos embora de repente, vamos embora sem demora. Vamos pra frente que pra trás não dá mais”. Foram com estes trechos da música do conterrâneo Dominguinhos, que cerca de 300 agricultores e agricultoras familiares de 25 municípios do Agreste do Estado iniciaram o seminário “Agricultura Familiar – gerando mais qualidade de vida no Agreste Pernambucano”.
Neilda Pereira falando ao público. Foto: Davi Calado.
A letra da música traz a mensagem de bandeira e reivindicação de que é preciso avançar e estruturar ainda mais a agricultura familiar. A Carta contém propostas para subsidiar a construção do Plano de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) da região. Os resultados foram apresentados na última sexta-feira (9), no Seminário São José em Pesqueira.
A Carta foi entregue pela agricultora familiar Santina Oliveira ao secretário de Agricultura e Reforma Agrária de Pernambuco, Aldo Santos, ao secretário executivo de Agricultura Familiar do Estado, José Cláudio da Silva, e aos prefeitos da região.
O documento apresentou três eixos importantes: Assessoria Técnica deve ser permanente - Superar a descontinuidade, atuar nos diferentes níveis de desenvolvimento, ter equipe técnica disciplinar, adotar conceitos e metodologias participativas; Assessoria Técnica dever ser facilitadora e animadora - Animar e facilitar os processos de organização e qualificação das demandas das famílias agricultoras;  e Assessoria Técnica deve envolver estado/sociedade - Descentralizar a supervisão e o acompanhamento para facilitar a participação e controle social exercido pelas famílias agricultoras.
“Queremos uma assessoria técnica que dialogue com a nossa realidade. Reforçamos uma proposta de ATER que atenda a pluralidade da agricultura familiar na perspectiva da convivência com o Semiárido e da agroecologia”, enfatizou Santina Oliveira.
Para a coordenadora geral da Cáritas Diocesana e coordenadora executiva da Articulação no Semiárido pelo estado de Pernambuco (ASA/PE), Neilda Pereira, a Carta é fruto de um conjunto de contribuições. “Estamos dialogando com o estado na perspectiva de ter uma politica de Ater baseada nos princípios da agroecologia, da economia solidária, na perspectiva da promoção da agricultura familiar camponesa, partindo dos/as agricultoras e agricultores como protagonistas desse processo”, reforçou Neilda Pereira.
Durante o encerramento do seminário foi assinado um contrato para a realização de um estudo sobre o impacto dos projetos de água. O estudo, com investimento de R$ 520 mil, será executado pela Diocese de Pesqueira. A iniciativa integra as ações do ProRural, por meio do Programa Pernambuco Rural Sustentável (PRS).  Além de representantes do poder público, participaram do evento lideranças rurais e sindicais, técnicos e religiosos. O seminário aconteceu entre os dias 08 e 09 deste mês em Pesqueira.

Daniel Ferreira
Jornalista 4140 DRT/PE

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