“Vamos embora de repente, vamos
embora sem demora. Vamos pra frente que pra trás não dá mais”. Foram com estes
trechos da música do conterrâneo Dominguinhos, que cerca de 300 agricultores e
agricultoras familiares de 25 municípios do Agreste do Estado iniciaram o seminário “Agricultura Familiar –
gerando mais qualidade de vida no Agreste Pernambucano”.
Neilda Pereira falando ao público. Foto: Davi Calado. |
A letra da música traz a mensagem de bandeira
e reivindicação de que é preciso avançar e estruturar ainda mais a agricultura
familiar. A Carta contém propostas para subsidiar a construção do Plano de
Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) da região. Os resultados foram
apresentados na última sexta-feira (9), no Seminário São José em Pesqueira.
A Carta foi entregue pela agricultora familiar
Santina Oliveira ao secretário de Agricultura e Reforma Agrária de Pernambuco,
Aldo Santos, ao secretário executivo de Agricultura Familiar do Estado, José
Cláudio da Silva, e aos prefeitos da região.
O documento apresentou três eixos
importantes: Assessoria Técnica deve ser permanente - Superar a
descontinuidade, atuar nos diferentes níveis de desenvolvimento, ter equipe
técnica disciplinar, adotar conceitos e metodologias participativas; Assessoria
Técnica dever ser facilitadora e animadora - Animar e facilitar os processos de
organização e qualificação das demandas das famílias agricultoras; e
Assessoria Técnica deve envolver estado/sociedade - Descentralizar a supervisão
e o acompanhamento para facilitar a participação e controle social exercido
pelas famílias agricultoras.
“Queremos uma assessoria técnica que dialogue
com a nossa realidade. Reforçamos uma proposta de ATER que atenda a pluralidade
da agricultura familiar na perspectiva da convivência com o Semiárido e da agroecologia”,
enfatizou Santina Oliveira.
Para a coordenadora geral da Cáritas
Diocesana e coordenadora executiva da Articulação no Semiárido pelo estado de Pernambuco
(ASA/PE), Neilda Pereira, a Carta é fruto de um conjunto de contribuições.
“Estamos dialogando com o estado na perspectiva de ter uma politica de Ater
baseada nos princípios da agroecologia, da economia solidária, na perspectiva
da promoção da agricultura familiar camponesa, partindo dos/as agricultoras e
agricultores como protagonistas desse processo”, reforçou Neilda Pereira.
Durante o encerramento do seminário foi
assinado um contrato para a realização de um estudo sobre o impacto dos
projetos de água. O estudo, com investimento de R$ 520 mil, será executado pela
Diocese de Pesqueira. A iniciativa integra as ações do ProRural, por meio do
Programa Pernambuco Rural Sustentável (PRS). Além de representantes do
poder público, participaram do evento lideranças rurais e sindicais, técnicos e
religiosos. O seminário aconteceu entre os dias 08 e 09 deste mês em Pesqueira.
Daniel Ferreira
Jornalista 4140 DRT/PE
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