Dia 30 de julho, a
Cáritas Diocesana de Pesqueira e a Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária visitaram
algumas associações rurais de mulheres que trabalham com a renda renascença. Os
grupos visitados foram a Cáritas Paroquial Cruzeiro de Poção, a Associação de
Rendeiras do Roçadinho, em Pesqueira e a Associação de Rendeiras de Lage do
Carrapicho, em Alagoinha.
A Cáritas Diocesana de
Pesqueira foi representada por Neilda Pereira, coordenadora geral da
instituição; Itamar de Carvalho, coordenador do Programa Pernambuco Mais
Produtivo; Catarina Márcia, assessora pedagógica da Cáritas Diocesana de
Pesqueira e Adriana Leal, comunicadora popular. Já a Secretaria de Agricultura
e Reforma Agrária foi representada por Karlone Barroca, assessora do Secretário
Aldo Santos.
A ideia da visita
surgiu as partir de uma preocupação sobre a desvalorização do trabalho
artesanal da renda renascença, que por muitas vezes é valorizada apenas quando
vendida em grandes capitais ou no exterior, já a rendeira , segundo o
mapeamento feito a partir das visitas, recebe um valor que praticamente serve
apenas para compra da matéria-prima, que é o lacê e a linha específica para a
prática do artesanato. “estamos com muita vontade de traçar estratégias que
fortaleçam essa ação na região, considerando a importância dessa pratica para
vida das pessoas, especialmente das mulheres.”, disse Neilda Pereira.
A
Cáritas Paroquial Cruzeiro de Poção – a Cáritas Paroquial
Cruzeiro de Poção, a primeira organização visitada pelo grupo, já é bem
organizada no que concerne à mobilização entre as mulheres rendeiras, a
produção da costura e risco da renascença, pois entre as mesmas há algumas que
costuram e riscam a renascença, agregando valor ao produto, ao invés do mesmo
ser vendido apenas em forma de bordado. O grupo, que é formado por 10 mulheres,
teve participação na última Feira Nacional dos Negócios do Artesanato (Fenearte),
em Olinda, com o apoio da Cáritas Diocesana de Pesqueira, e já pensa em
participar de outras feiras e eventos para promover o artesanato.
As rendeiras da Cáritas
Paroquial Cruzeiro de Poção expuseram algumas dificuldades como a
comercialização, a inexistência de um espaço físico e falta de divulgação dos
produtos, pois estes são apenas vendidos no decorrer do ano na Casa da Cultura
e no Centro de Artesanato, em Recife.
Rendeiras
de Roçadinho – Em Pesqueira foi visitada a associação
de rendeiras de Roçadinho, que estavam bastante frustradas e desmotivadas
devido a um passado de exploração do trabalho através de órgãos que deveriam
prestar suporte ao pequeno empreendedor. A falta de esperança vista no olhar de
cada uma logo foi tomada por uma esperança de construir algo novo em relação à
produção e comercialização da renda renascença. Nesta ocasião o trabalho
coletivo foi incentivado pela Cáritas Diocesana e Secretaria de Agricultura,
pois todas as mulheres trabalhavam de forma individual, e ainda não sabem
riscar a renascença nem costurar a peça, precisando pagar estes serviços a
terceiros, desvalorizando ainda mais o artesanato. “Para vender tem que juntar
a renascença de todas para vender”, já aprendeu Lucrécia, artesã da comunidade.
Laje
do Carrapicho – Já em Alagoinha, foi visitada a
associação de rendeiras da Laje do Carrapicho, que também tem um histórico de
exploração, pois a maioria recebe pela renascença o que cobre praticamente
apenas o material e o deslocamento para venda. Nesta ocasião as mulheres
demonstraram desejo de aprender a costurar e riscar a renascença para assim ter
mais independência na comercialização dos produtos e melhorar a qualidade da
renascença, agregando valor ao bordado.
Como sugestões para
otimizar o trabalho das artesãs surgiram diversas sugestões como cursos de
comercialização, gerenciamento e gestão de negócios; catálogo de vendas
impresso e virtual; espaço físico para comercialização em hotéis; ponto de
comercialização na BR 232; uma reunião com Catarina Márcia, dia 12 de agosto,
para construir as diretrizes da parceria e um intercâmbio foi marcado dia 20 de
julho na Paraíba para que as rendeiras possam conhecer de perto o trabalho das
rendeiras de renda renascença que já estão num estágio mais avançado de
produção e comercialização dos produtos. “Vamos pensar que além do investimento
profissional, este será um investimento pessoal”, animou Catarina Márcia. “E um
caminho que todos nós juntos podemos mudar essa história”, reforçou Karlone
Barroca.
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