terça-feira, 9 de outubro de 2012
Debate sobre Grandes Secas no Encontro Estadual da ASA traz grandes questões sobre a Convivência com o Semiárido
O primeiro dia do Encontro Estadual, 09 de outubro de 2012, teve como palco o debate sobre Grandes Secas: Ações Estruturantes para a Convivência com o Semiárido. Participaram como condutores das questões Paulo Pedro, da Coordenação da ASA-PE; Marcos Henrique do IPA/SARA; Vilmar Lerner, representante dos trabalhadores rurais e Milton Rolin, pesquisador do ITEP.
Neste momento foram tocados pontos como a indústria da seca, que é um fenômeno onde políticos escrupulosos tomam proveito da estiagem para ganhar popularidade e votos através de políticas emergenciais, mantendo o homem do campo num cabresto. “Seca é um fenômeno natural e não se combate. Seca não é para ter emergência. Emergência são fatos imprevistos. Enquanto os mais jovens sofrem com a seca, alguns grupos tem se aproveitam da seca para receber grandes dividendos financeiros”, disse Pedro Paulo, ainda lembrando que é preciso criar políticas de convivência com o semiárido através de estimativas climáticas. “Só de forma organizada, fortalecendo essa rede é que nós poderemos mudar a realidade das políticas públicas”, conclui Pedro Paulo.
Marcos Henrique, IPA/SARA deu início à sua fala relatando as ações do Governo do Estado em prol do homem do semiárido. Dentre estas ações estão: o aumento e acompanhamento dos carros pipa na zona rural; a implementação do bolsa estiagem, do Governo Federal; antecipação do Garantia Safra; o lançamento do Chapéu de Palha Estiagem e a distribuição de 20 mil caixas d’água de 1000 litros no semiárido. Marcos Henrique ainda lembrou a necessidade de trabalhar a parte da silagem e da reserva de alimentos para que sirva de suporte no período de estiagem para os animais, e concluiu a sua fala se comprometendo em levar as propostas do encontro para o Governo do Estado.
O representante dos trabalhadores rurais, Vilmar Lerner durante a sua participação tocou em pontos relevantes do meio ambiente e sustentabilidade no Araripe. “O uso do desflorestamento do polo gesseiro é um grande problema para o Araripe, aumentando as condições de desertificação. Não há respeito às matas ciliares, às reservas legais”, disse Vilmar Lerner, que ainda falou sobre a importância da conservação da água no solo.
Milton Rolin, pesquisador do ITEP trouxe ao debate o tema Energia Solar na Produção de Gesso: Renovando Definições, incentivando o uso da energia solar no polo gesseiro ao invés da queima da lenha. “Não se faz sustentabilidade sem pensar em longos prazos. Não existe necessidade de usar a lenha para produzir gesso, se consegue até siderurgia com a energia solar”. Milton Rolin afirmou que a região semiárida do Brasil apresenta grande potencial de fornecimento de energia solar, além de um custo mais barato na produção de gesso, contribuindo para a redução do desmatamento no Araripe. “Nós vamos produzir gesso reciclável”, concluiu Milton Rolin.
Após as questões levantadas pela mesa, o debate foi aberto ao público, que enriqueceu o momento trazendo outras questões relevantes para a convivência do homem com o semiárido.
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