sábado, 18 de janeiro de 2014

A juventude camponesa debate sobre convivência com semiárido

Por  Fabiana Francelino  , Comunicadora  Popular Cáritas  Diocesana de Pesqueira

Espalhados por todo o Brasil vivem 8 milhões de jovens rurais, sendo que a maioria destes está concentrada no Nordeste, de acordo com o Censo 2010/IBGE.  Tentando reunir 2000 desses jovens, vindos de 17 estados brasileiros, Recife  está sediando  até  o   próximo sábado ,19, no Parque de Exposições do Cordeiro, o III Congresso Nacional da Juventude Camponesa “Terra, Pão e Dignidade – Na caminhada pela Terra Livre Brasil”.

Promovido pela  Pastoral da Juventude Rural (PJR), que atua há 30 anos na formação e engajamento da juventude nas lutas sociais do campo, o encontro tem como objetivo dar visibilidade à juventude camponesa e fortalecer a sua identidade cultural, reafirmando a opção da PJR pela luta e resistência do jovem do campo.
“Esta  oportunidade  é única  para os  jovens . Eles  irão  viver uma semana rica em formação. São várias oficinas, mesas e debates sobre a questão do projeto popular para o Brasil. Também teremos apresentações culturais e regionais de todos os estados envolvidos no encontro, será um momento de grande comunhão”, declara   Laércio Vieira, secretário nacional da Pastoral da Juventude Rural.
As  mesas  temáticas  debaterem  os mais  variados  temas  sobre  a conjuntura da realidade brasileira, a questão agrária, agricultura familiar, convivência  com semiárido  entre outros. Para    falar   sobre a  convivência  participaram  da mesa a   coordenadora  executiva da  ASA/PE e  secretária  executiva da Cáritas  Diocesana de Pesqueira , Neilda  Pereira , e  o secretário executivo  da Agricultura Familiar  do Estado de  Pernambuco ( SEAF), José  Cláudio.  

A  coordenadora   iniciou  sua  participação resgatando a sua caminhada  no movimento  social, quando por três  anos militou  ativamente  nas  ações  da  PJR da Diocese de Garanhuns. Explicou para  a  maioria, vindo de outros  estados, o que   é o semiárido  nordestino, vivência , seu bioma, suas características  específicas,   como  a história e  a mídia  trata  os que vivem  na zona rural ,e  a  força que  a mobilização  social  possui quando se  deseja mudar , citando exemplo da  ocupação  da Sudene,em 1993. 
“O que  marca  a  construção  de  um projeto  diferente  para o semiárido  é  a mobilização  das pessoas. Está  é a  marca  de  quem vive aqui e querer mudar de  vida, mas  mudar  com dignidade .  Queremos  viver com terra , água  de qualidade, lazer ,saúde  e educação. E  para isso as  políticas  públicas  precisam ser repensadas  Nós  queremos  construir este  projeto e  não  receber  esmolas.”, declarou  a   coordenadora. 
 Os  resultados  das tecnologias de convivência com semiárido promovidas  pela  ASA/PE também   foram apresentados , como a  construção das cisternas  de placas  que  hoje  já  totalizam 500 mil  em todo  semiárido.

Segundo a  coordenadora  a  juventude  tem uma parcela importante nesses resultados. “A  presença dos  jovens  agricultores, agricultoras  que  participam dos cursos de formação,  é  fundamental. Eles  fazem os cursos , voltam  para suas comunidades apresentam e dicutem com suas  famílias,  uma nova  forma de conviver  como semiárido”, enfatiza.
Para  finalizar motivou os  jovens  a  promover a ação, e  sair da  linha do dircurso e  promessas  prontas.Declarou  que é  nas  comunidades  que  a ação acontece  e  as políticas  públicas devem chegar,e  que  a juventude camponesa tem um papel  fundamental  nestas  ações.   

 A  mesa  ainda  contou com espaço para rodadas de  perguntas e  proposições  dos jovens.

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