sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Governo paraguaio conhece experiências da ASA em Pernambuco



Texto por: Daniel Ferreira e Fabiana Francelino/Comunicadores Cáritas Diocesana de Pesqueira
Fotos: Daniel Ferreira e Prorural

O ministro de Emergência Nacional do Paraguai, Joaquim Roa, acompanhado de uma delegação do ministério paraguaio, visitou  e  trocou experiências de convivência com o Semiárido. A iniciativa do intercâmbio foi fruto da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), Diocese de Pesqueira e Fundação AVINA.

 O ministro e a delegação do Paraguai conheceram algumas ações estratégicas de convivência desenvolvidas pela ASA, como as cisternas de placas de 16 mil litros d’água, cisterna calçadão de 52 mli litros, barragem subterrânea e bomba d’água popular. Essas tecnologias garantem a captação d’água da chuva o ano todo para as famílias agriculturas beberem, cozinharem e plantarem. São essas tecnologias que têm ajudado e amenizado a população do Semiárido a atravessar essa estiagem prolongada. ­

 No Paraguai, há uma região muito similar com o Semiárido brasileiro, que é o Grande Chaco. Uma área de clima seco com diversidade biológica e muito populosa. Possui um milhão de quilômetros quadrados localizados no centro do continente Sul-americano, além da República Paraguaia faz fronteira com Argentina e Bolívia. É nesse espaço geográfico que e se apresenta, ao mesmo tempo, a diversidade e as urgências sociais gritantes e uma forte pressão sobre o ambiente. Um lugar com fome de desenvolvimento equitativo e sustentável em benefício da humanidade.

Por três dias a  delegação conheceu e trocou experiências sobre as  ações e tecnologias de convivência. No Sítio Cafundó em Buíque, foram recebidos pelo agricultor Manoel Silva, onde conheceram  as  cisternas de 16 mil litros e 52 mil  de placas. Entenderam como funciona a  bomba d’água popular  e  como essa tecnologia salvou a vida de toda a comunidade, que chegava a caminhar, mais de 10 km  para conseguir  água  para  consumo  humano.  

Ainda em Buíque, conheceram outras ações na linha de  acesso à água, e  formas de organização comunitária e de comercialização  como a barragem  subterrânea e barraginha. A comitiva foi recebida na associação de moradores onde ouviram depoimentos sobre mudança de vida , após a  implementação das tecnologias.

Depoimentos como de Dona Lourdes, que fala  emocionada o quanto a sua  vida  mudou após as implementações. “ Antes eu não tinha água para beber, plantar ou cozinhar. Hoje eu negocio o que planto na feira. E ainda  sobre  para alimentar  minha família”.
 Para a secretária executiva da Cáritas Diocesana de Pesqueira e coordenadora da ASA em Pernambuco, Neilda Pereira, a visita do ministro, com sua equipe, consolida a caminhada de construção de um novo Semiárido. “O conjunto de ações desenvolvidas pela ASA mostra que estamos contribuindo e fazendo políticas públicas. Esse intercâmbio do governo paraguaio reforça que estamos também no caminho de iniciativas estruturantes e transformadoras para a região”, disse.

No segundo  dia a delegação  foi recebida  pelo Secretário de  Agricultura  e  Reforma  Agrária  do Estado, Aldo Santos, na sede do IPA( Instituto Agronômico de Pernambuco). Na ocasião  o secretário, apresentou  à comitiva o  trabalho que   tem  sido  feito pelo  Estado e  o sucesso  na parceria  com  a ASA em Pernambuco.
Para  Celso  Ayala, diretor do Serviço  Nacional  de  Saneamento Ambiental as instituições estão de parabéns  pelo trabalho desenvolvido.“   Estou surpreso  e  encantado como todo o que vi  e ouvi. Levo para  o Paraguai ,   uma outra visão sobre seca e falta d’água”, finaliza.

Para finalizar foram recebidos na sede da Ap1MC ( Associação Programa Um Milhão de Cisternas),  onde  conheceram a  fundo  todo  o funcionamento  da rede. Suas atividades, projetos,  organograma  operacional, atribuições e programas executados como o P1MC( Programa Um milhão de cisternas). Em seguida  foram recebidos  pelo  gerente geral do Prorural ( Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor  Rural),  Walmar  Jucá, na  sede  da  instituição, onde foram apresentados os   projetos  de   desenvolvimento  integrado e sustentável, voltados para a melhoria da qualidade de vida e geração de renda das comunidades rurais.

O ministro declarou  estar satisfeito com  o  intercâmbio, o que  viu  e aprendeu . “Saímos muitos felizes, eu e minha equipe, com tudo que vimos e vivenciamos aqui. Aprendemos muito com as famílias agricultoras desde a hora que chegamos. A ideia é replicarmos essas estratégicas e metodologias de convivência da ASA e transformá-las em políticas públicas”, falou orgulhoso Joaquim Roa.

Visita do ministro do Paraguai é notícia em todo Estado

http://g1.globo.com/videos/pernambuco/bom-dia-pe/t/edicoes/v/ministro-da-emergencia-nacional-do-paraguai-esta-em-pernambuco/3096984/

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Visita de ministro Paraguai ao Agreste pernambucano repercute na impressa regional.

http://g1.globo.com/pe/caruaru-regiao/abtv-1edicao/videos/t/edicoes/v/ministro-do-paraguai-leva-delegacao-para-conhecer-acoes-no-agreste/3095504/

sábado, 18 de janeiro de 2014

CÁRITAS PAROQUIAL QUITÉRIA ABIGAIL ARAÚJO CELEBRA SÃO SEBASTIÃO

Texto de Risaldo Gomes - Articulador da Cáritas Diocesana de Pesqueira

Num clima de muita alegria componentes da Cáritas Paroquial Quitéria Abigail Araújo, Agricultores e um grupo de Repentistas assumiram uma das noites do novenário de São Sebastião, padroeiro da cidade de Jataúba-PE.  
Para Nadja Macedo, presidente da Cáritas local, a fé do povo simples, enraizada na Palavra de Deus, dá forças para caminhar em busca de justiça social e construção de uma vida mais digna para todos.
_ Para nós que fazemos a Cáritas _ disse a presidente – é muito importante estamos juntos dos agricultores, sofremos as dores deles e alegrarmos com suas vitórias. O testemunho desse povo estrutura as nossas ações.
Depois da missa houve um jantar com alguns membro e foram discutidas algumas propostas para o 2014 e “Seu” Zé Quitério, que faz parte do Conselho Fiscal da Cáritas Diocesana de Pesqueira, sugeriu um encontro com agricultores na Comunidade do Sobrado.

_ Vamos fazer um bom encontro lá discutindo questões ligadas ao semiárido, aprendendo com os saberes do homem do campo.

A juventude camponesa debate sobre convivência com semiárido

Por  Fabiana Francelino  , Comunicadora  Popular Cáritas  Diocesana de Pesqueira

Espalhados por todo o Brasil vivem 8 milhões de jovens rurais, sendo que a maioria destes está concentrada no Nordeste, de acordo com o Censo 2010/IBGE.  Tentando reunir 2000 desses jovens, vindos de 17 estados brasileiros, Recife  está sediando  até  o   próximo sábado ,19, no Parque de Exposições do Cordeiro, o III Congresso Nacional da Juventude Camponesa “Terra, Pão e Dignidade – Na caminhada pela Terra Livre Brasil”.

Promovido pela  Pastoral da Juventude Rural (PJR), que atua há 30 anos na formação e engajamento da juventude nas lutas sociais do campo, o encontro tem como objetivo dar visibilidade à juventude camponesa e fortalecer a sua identidade cultural, reafirmando a opção da PJR pela luta e resistência do jovem do campo.
“Esta  oportunidade  é única  para os  jovens . Eles  irão  viver uma semana rica em formação. São várias oficinas, mesas e debates sobre a questão do projeto popular para o Brasil. Também teremos apresentações culturais e regionais de todos os estados envolvidos no encontro, será um momento de grande comunhão”, declara   Laércio Vieira, secretário nacional da Pastoral da Juventude Rural.
As  mesas  temáticas  debaterem  os mais  variados  temas  sobre  a conjuntura da realidade brasileira, a questão agrária, agricultura familiar, convivência  com semiárido  entre outros. Para    falar   sobre a  convivência  participaram  da mesa a   coordenadora  executiva da  ASA/PE e  secretária  executiva da Cáritas  Diocesana de Pesqueira , Neilda  Pereira , e  o secretário executivo  da Agricultura Familiar  do Estado de  Pernambuco ( SEAF), José  Cláudio.  

A  coordenadora   iniciou  sua  participação resgatando a sua caminhada  no movimento  social, quando por três  anos militou  ativamente  nas  ações  da  PJR da Diocese de Garanhuns. Explicou para  a  maioria, vindo de outros  estados, o que   é o semiárido  nordestino, vivência , seu bioma, suas características  específicas,   como  a história e  a mídia  trata  os que vivem  na zona rural ,e  a  força que  a mobilização  social  possui quando se  deseja mudar , citando exemplo da  ocupação  da Sudene,em 1993. 
“O que  marca  a  construção  de  um projeto  diferente  para o semiárido  é  a mobilização  das pessoas. Está  é a  marca  de  quem vive aqui e querer mudar de  vida, mas  mudar  com dignidade .  Queremos  viver com terra , água  de qualidade, lazer ,saúde  e educação. E  para isso as  políticas  públicas  precisam ser repensadas  Nós  queremos  construir este  projeto e  não  receber  esmolas.”, declarou  a   coordenadora. 
 Os  resultados  das tecnologias de convivência com semiárido promovidas  pela  ASA/PE também   foram apresentados , como a  construção das cisternas  de placas  que  hoje  já  totalizam 500 mil  em todo  semiárido.

Segundo a  coordenadora  a  juventude  tem uma parcela importante nesses resultados. “A  presença dos  jovens  agricultores, agricultoras  que  participam dos cursos de formação,  é  fundamental. Eles  fazem os cursos , voltam  para suas comunidades apresentam e dicutem com suas  famílias,  uma nova  forma de conviver  como semiárido”, enfatiza.
Para  finalizar motivou os  jovens  a  promover a ação, e  sair da  linha do dircurso e  promessas  prontas.Declarou  que é  nas  comunidades  que  a ação acontece  e  as políticas  públicas devem chegar,e  que  a juventude camponesa tem um papel  fundamental  nestas  ações.   

 A  mesa  ainda  contou com espaço para rodadas de  perguntas e  proposições  dos jovens.

Ministro de Emergência Nacional do Paraguai visita experiências de convivência com o semiárido


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

História de parcerias que deram certo


Texto e fotos por Fabiana Francelino , Comunicadora Popular Cáritas  Diocesana de Pesqueira
                                  EMPRABA BNH


2014 não poderia ter começado  de melhor  forma  para a Cáritas  Diocesana de  Pesqueira. Uma parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), e  apoio financeiro do  BNB (Banco do Nordeste do Brasil),  vem dando certo e só tem colhido  frutos  e  lindas histórias de  vida, através  de uma solução simples   que  tem ajudado os agricultores do semiárido. Barragem subterrânea . Uma construção rápida e barata que mantém perfeitamente a umidade do solo favorecendo o plantio durante, praticamente, o ano  todo. 
                                  Barragem em Buíque - PE
Estes exemplos comprovados nos municípios de Pedra, Buíque e Caetés. No  Assentamento  Pedra D’água, no sítio de  Dona Marilu Bispo, esta  tecnologia   instalada desde 2009,  comprova que  com baixo custo é  possível  conviver  e melhorar de  vida  em pleno semiárido .    barragens  de  diversos  tamanhos ,as de  maior potencial    alcançam profundidade de 10m,podendo acumular cerca de 80.000 m3, ou ainda  irrigar  até  15 hectares.
Em Pedra  a  barragem  subterrânea , com   profundidade de 3.5m  possui o   objetivo final  produção de  um banco de proteína. Uma área  que se  destina ao cultivo de  leguminosa como guandu (arbustiva), leucena (arbórea) ,para produção de forragem que servirá  de  alimentação aos  animais,  em especial na época  de  seca.
  no município de Buíque  no Sítio Guaribas, a  barragem subterrânea  também possui  três  anos,tem como objetivo a subsistência da  família. Dona Damiana   Ferreira e Seu Zé Carvoeiro,  contam que a seca  de  anos atrás acabou com a produção de leite e plantação de milho que  havia no local, mas após a  construção da barragem   subterrânea, tudo  melhorou. “ A  parceira da Cáritas  ajudou e muito. Foi uma benção. Primeiro veio a cisterna, onde  aprendemos a guardar água. Depois a barragem, que nos ajudou a plantar da maneira correta, para  aproveitar a água  que fica armazenada  embaixo da terra”, declarou Dona Damiana.
                               Barragem Pedra - PE


Segundo seu Zé Carvoeiro, a  seca  tem castigado a região  nos   últimos anos, mas ele conta  que  não vai desistir. “Nos  últimos  anos  a seca tem  castigado muito  nossa  região, choveu  pouco  e não encheu a barragem por isso  não há muito capim pro gado, mas eu não desisto. Tá tudo plantado capim, leucena só esperando a chuva cair”, declara.   
                               Gado Buíque-PE 


Segundo Maria Sônia, pesquisadora de manejo do solo da Embrapa ,ter a  infraestrutura é  o que  importa. “ Fizemos o  nosso trabalho   fornecendo a infraestrutura , agora  é esperar que a natureza faça sua parte, enviando chuva para que a  barragem cumpra  sua função  de armazenar a água, aqui a tecnologia tem 4,20m de profundidade, o que garante  conter muita água”, enfatiza.
                                Zé Simão - Cisterna Calçadão - Caetés - PE


Um exemplo de aproveitamento bem sucedido de barragem subterrânea, e outras  tecnologias como cisternas de placa e calçadão, está no sítio do seu Simão, no  município de Caetés. Com 33 hectares muito bem aproveitados, vemos  de  tudo no sítio. Plantação de laranja cravo, pinha, maracujá, limão , mamão, uma pequena  criação de galinhas e  cabras , garante ao seu Simão  e  sua  propriedade  títulos de  referência  no  quesito  manejo  das  tecnologias .
                               Zé Simão - Cisterna de placas - Caetés - PE


 “ Minha parceria com a Cáritas  já tem oito anos. E depois da  construção da  cisterna de  placas, calçadão  e barragem subterrânea, minha vida mudou. Aproveito a  água da  chuva, minha  plantação está verdinha, meus animais não morrem de  fome  nem  sede, mesmo com esta seca.  Minha barragem subterrânea  está pronta, aguardando a  chuva, que  este  ano não chegou ,mas com  a  ajuda  da  Cáritas  e Embrapa, consigo  aproveitar  as tecnologias  da melhor forma”, declara.
                               Barragem Caetés - PE


Para o agente  de desenvolvimento do BNB, Agnaldo Honório, o bom uso da tecnologia gera excelentes frutos.” A tecnologia tipo barragem subterrânea seja para subsistência  familiar ou  banco de proteína, comprova que bem aplicada e acompanhada como tem sido feito, é  possível  conviver  no semiárido pernambucano e  ainda  gerar lucros. Não importando  o período de estiagem. A  nossa instituição fomenta e  acredita  neste  tipo ação”, afirma.
Quem também reforça  o sucesso da  parceira é o também pesquisador de manejo de solo, Manoel Neto  da Embrapa. “ A  parceria tem dado  certo. O trabalho da  Cáritas de  identificar quem deve ser beneficiado, está  excelente. Vocês identificam, nós  instruímos e os benefícios  são os que  você  está vendo. Famílias  inteiras  vivendo e convivendo bem não importa  o quão longa  seja o período de  estiagem”, revela.
O coordenador  de projetos  da Cáritas  Diocesana , Itamar  de  Carvalho ,declara  que o resultado  é fruto  de  uma  parceira  de  sucesso. “  A  parceria  fortalece a  agricultura familiar. E a  Cáritas sempre  busca  os  melhores  parceiros para assessorar os agricultores. Esse tem sido nosso  papel enquanto Cáritas  e  Diocese de  Pesqueira”, finaliza.