Texto por: Daniel Ferreira
e Fabiana Francelino/Comunicadores Cáritas Diocesana
de Pesqueira
Fotos: Daniel Ferreira e Prorural
O ministro de Emergência
Nacional do Paraguai, Joaquim Roa, acompanhado de uma delegação do ministério paraguaio,
visitou e trocou experiências de convivência com o
Semiárido. A iniciativa do intercâmbio foi fruto da Articulação no Semiárido
Brasileiro (ASA), Diocese de Pesqueira e Fundação AVINA.
O ministro e a delegação do
Paraguai conheceram algumas ações estratégicas de convivência desenvolvidas
pela ASA, como as cisternas de placas de 16 mil litros d’água, cisterna
calçadão de 52 mli litros, barragem subterrânea e bomba d’água popular. Essas tecnologias
garantem a captação d’água da chuva o ano todo para as famílias agriculturas
beberem, cozinharem e plantarem. São essas tecnologias que têm ajudado e
amenizado a população do Semiárido a atravessar essa estiagem prolongada.
No Paraguai, há uma região muito
similar com o Semiárido brasileiro, que é o Grande Chaco. Uma área de clima
seco com diversidade biológica e muito populosa. Possui um milhão de quilômetros
quadrados localizados no centro do continente Sul-americano, além da República
Paraguaia faz fronteira com Argentina e Bolívia. É nesse espaço geográfico que
e se apresenta, ao mesmo tempo, a diversidade e as urgências sociais gritantes
e uma forte pressão sobre o ambiente. Um lugar com fome de desenvolvimento
equitativo e sustentável em benefício da humanidade.
Por três dias a delegação conheceu e trocou experiências
sobre as ações e tecnologias de
convivência. No Sítio Cafundó em Buíque, foram recebidos pelo agricultor Manoel
Silva, onde conheceram as cisternas de 16 mil litros e 52 mil de placas. Entenderam como funciona a bomba d’água popular e como
essa tecnologia salvou a vida de toda a comunidade, que chegava a caminhar,
mais de 10 km para conseguir água
para consumo humano.
Ainda em Buíque, conheceram outras ações
na linha de acesso à água, e formas de organização comunitária e de
comercialização como a barragem subterrânea e barraginha. A comitiva foi recebida na associação de moradores onde ouviram
depoimentos sobre mudança de vida , após a
implementação das tecnologias.
Depoimentos como de Dona Lourdes, que fala
emocionada o quanto a sua vida
mudou após as implementações. “ Antes eu não tinha água para beber,
plantar ou cozinhar. Hoje eu negocio o que planto na feira. E ainda sobre
para alimentar minha família”.
Para a secretária executiva da Cáritas
Diocesana de Pesqueira e coordenadora da ASA em Pernambuco, Neilda Pereira, a visita
do ministro, com sua equipe, consolida a caminhada de construção de um novo
Semiárido. “O conjunto de ações desenvolvidas pela ASA mostra que estamos
contribuindo e fazendo políticas públicas. Esse intercâmbio do governo
paraguaio reforça que estamos também no caminho de iniciativas estruturantes e
transformadoras para a região”, disse.
No segundo dia a delegação foi recebida
pelo Secretário de
Agricultura e Reforma
Agrária do Estado, Aldo Santos,
na sede do IPA( Instituto Agronômico de Pernambuco). Na ocasião o secretário, apresentou à comitiva o
trabalho que tem sido
feito pelo Estado e o sucesso
na parceria com a ASA em Pernambuco.
Para
Celso Ayala, diretor do
Serviço Nacional de
Saneamento Ambiental as instituições estão de parabéns pelo trabalho desenvolvido.“ Estou surpreso e
encantado como todo o que vi e
ouvi. Levo para o Paraguai , uma outra visão sobre seca e falta d’água”,
finaliza.
Para finalizar foram recebidos na sede da
Ap1MC ( Associação Programa Um Milhão de Cisternas), onde
conheceram a fundo todo o
funcionamento da rede. Suas atividades,
projetos, organograma operacional, atribuições e programas
executados como o P1MC( Programa Um milhão de cisternas). Em seguida foram recebidos pelo
gerente geral do Prorural ( Programa Estadual de Apoio ao Pequeno
Produtor Rural), Walmar
Jucá, na sede da
instituição, onde foram apresentados os projetos
de desenvolvimento integrado e sustentável, voltados para a
melhoria da qualidade de vida e geração de renda das comunidades rurais.
O ministro declarou estar satisfeito com o
intercâmbio, o que viu e aprendeu . “Saímos muitos felizes, eu e
minha equipe, com tudo que vimos e vivenciamos aqui. Aprendemos muito com as
famílias agricultoras desde a hora que chegamos. A ideia é replicarmos essas
estratégicas e metodologias de convivência da ASA e transformá-las em políticas
públicas”, falou orgulhoso Joaquim Roa.