segunda-feira, 28 de julho de 2014

2000 agricultores e agricultoras celebraram seu dia caminhando pelas ruas de Pesqueira

Com o lema “Se o campo não planta, a cidade não janta” o Dia do Agricultor foi repleto de celebração e alegria
Por Núcleo de Comunicação, Cáritas Diocesana de Pesqueira

“A terra é a minha vida. Cavar, jogar as sementes, aguar, ver crescer e me alimentar desse fruto, me faz o homem mais feliz do mundo. Não saio do meu campo por nada. Nasci e vou morrer agricultor”. É com esse depoimento de seu João de Zeza, agricultor do município da Pedra, que a Cáritas Diocesana de Pesqueira reuniu cerca de 2.000 agricultores e agricultoras de 32 municípios, em caminhada pelas ruas da cidade de Pesqueira para celebrar o Dia do Agricultor.
Sensibilizar a população e despertar o interesse para que o trabalho do agricultor e  agricultora seja sempre valorizado, pois a agricultura familiar é responsável por 70% da alimentação que vai à nossa mesa. E foi nesse contexto que a Cáritas planejou  um dia de muita celebração e festa, para os nossos agricultores/as do Agreste  ao Sertão Pernambucano. Pesqueira, Sanharó, Belo jardim, Caruaru, Arcoverde, Buíque, Tupanatinga, Poção, Pedra, Caétes, Alagoinha, Venturosa, São João, Saloá, Garanhuns e São Bento, foram alguns  dos  municípios que participaram do evento.
O dia começou com muita alegria, com a chegada das caravanas na Praça  da Catedral de Santa Águeda. Os agricultores/as trouxeram faixas, bandeiras, alimentos e sementes, e  junto a outras  caravanas a  animação contagiou a todos e a praça virou uma grande festa. “A agricultura na minha vida vem desde meus 12 anos e plantar e colher, se tornou a minha vida, quando fiquei sabendo dessa festa de hoje, fiquei muito feliz, pois a gente que é agricultor sabe que a gente trabalha muito e ter um dia só nosso foi muito bom, e eu já estou fazendo novas amizades por aqui, quero que esse evento tenha mais vezes pra eu poder ver de novo gente de toda parte”, falou  emocionada  Dona Jacira de Oliveira,  agricultora do município de Pesqueira.
Ainda na concentração os agricultores/as assistiram a apresentações culturais como a Capoeira Nego do Osso, e o tradicional  Toré do povo indígena Xukuru de Ororubá, de Pesqueira.  E foram recepcionados por Seu Nelson Barros, agricultor e presidente da Associação do Sítio Carrapicho, de Pesqueira. “Estou aqui com muita alegria e feliz, primeira vez que a nossa agricultura está em praça pública comemorando o seu dia. Queremos agradecer a Cáritas, foi ela que deu esse grande empurrão para esse dia acontecer .Esperamos que o dia seja muito bonito e cheio de festa”, relatou o agricultor.
 O  Bispo da Diocese de Pesqueira,Dom José Luíz, acolheu  os agricultores /as e  falou da força do agricultor para  o país , e  da importância em celebrar a data . “O evento é muito importante para as famílias agricultoras, primeiro para reanimar, pois vivemos em um tempo onde a agricultura familiar é vista com uma certa desconfiança,  é muito importante o agricultor mostrar a sua força para o nosso país. É também é um momento para refortalecer a fé, pois os agricultores/as ficam na expectativa de chegar chuva através da Graça de Deus para poder ter alimento em sua mesa. Então, é o primeiro evento, mas esperamos fazer todos os anos, marcando no calendário o dia 25 de julho, como o dia do agricultor ” completou o Bispo.
Os agricultores/as   participativos queriam  falar e  contar suas  histórias. Uma delas é a  agricultora  do Sítio Canga, em Alagoinha , Lucia  Galindo  que falou da  importância  em  celebrar a data.“Eu sou agricultora, mulher, e índia e  tenho o maior orgulho  disso. A  terra  dá de tudo,nós e  que não sabemos como cuidar  dela”, declarou  emocionada. 
Com o grito de  luta “Se o campo não planta, a cidade não janta”, chapéus em mãos ,a caminhada partiu da Catedral pelas ruas da  cidade , onde  dois mil  agricultores/as, balançaram as bandeiras e faixas, chamando atenção dos pesqueirenses. Por onde a caminhada passou, a população parou para prestigiar e entoar gritos de força junto aos agricultores/as, tudo sob o comando do representante  da Pastoral da Juventude  Rural(PJR), Luiz Filho.   
A caminhada   fez  uma  parada   em frente a Sede Cáritas Diocesana de Pesqueira, onde o  presidente da Cáritas e também agricultor, Aparecido Libório fez a sua palavra de acolhimento para a multidão. “É uma alegria muito grande poder comemorar esse dia junto com todos os agricultores familiares da região. Esse evento é um marco para a Cáritas Diocesana de Pesqueira e será o primeiro de muitos ”, afirmou o presidente.
Seguindo  animada com músicas, e gritos de força a  caminhada  chega ao Espaço Ford, onde os agricultores/as tiveram uma recepção muito especial. Ao som de  Asa  Branca, do  grande  Luiz Gonzaga  a Banda Superação  da  Associação PODE, formada por crianças especiais  deu às boas  vindas  a  todos.
E para acolher a  todos  a secretária executiva da Cáritas Diocesana de Pesqueira, Neilda Pereira, saudou a multidão e  falou da  importância  em celebrar a  data . “Esse evento tem uma importância grande para a nossa região. Ele celebra o dia do agricultor e agricultora, mas também mostra a importância desse segmento para a nossa sociedade, tendo em vista também que este ano a ONU estabeleceu que o mundo inteiro deveria vivenciar a agricultura familiar, não como uma temática, mas como uma questão fundamental para a nossa vida. É o dia onde os agricultores e as agricultoras dividem conosco os seus desafios, e suas conquistas, é dia de partilha e onde  reafirmamos que agricultura familiar é fundamental para a nossa sociedade”, afirmou a secretária.
Em seguida o primeiro momento emocionante  da  culminância foi quando  Neilda Pereira pediu para que os agricultores/as que trouxeram sementes, alimentos, levassem até o palco para que  juntos realizarem a  grande  partilha. Em poucos instantes, frutas, verduras, bolos e sementes variadas estavam expostos de forma simbólica e humilde.

O prefeito do município,Evandro Chacon, também saudou e parabenizou a  todos pela  data.
A  partir  daí  tudo  foi  celebração e reflexão  sobre  as  conquistas do homem do campo. O povo indígena Xukuru de Ororubá dançou o Toré para abençoar as  sementes  e  alimentos  doados na partilha, em seguida  o Movimento Levante Popular de Caruaru, trouxe jovens para animar com músicas  alusivas às desigualdades e  injustiças sociais. As  agricultoras de  São Bento do  Una , Djanira  e Janice, recitaram  toadas sobre  a Cáritas  Diocesana e  agricultura   familiar.  
Em seguida o Bispo Dom  José , iniciou a  celebração da  palavra, onde agricultores   como Seu Simão do município de Caetés, Santina Tereza  do  município de  Buíque, o representante do PJR, Luiz  Filho expressaram  suas opiniões  sobre ser a importância da  agricultura familiar, e algumas  agricultoras  aspergiram água  benta  na  multidão , e   como gesto concreto da celebração o  Bispo assinou o  abaixo  assinado  pelas  Eleições  Limpas, um projeto de  reforma  política que pretende coletar 1,6 milhão de assinaturas com finalidade  de desencadear uma campanha cívica, unificada e solidária, pela efetivação de imediata da Reforma Política Democrática e Eleições Limpas.
A  camisa  celebrativa ao Dia do  Agricultor , vendida durante a caminhada  teve  a renda revertida  para a reforma da sede do Projeto  Crescendo com Cidadania, da Cáritas Paroquial Santa  Clara de Assis em Tupantinga. 

Após a benção  final, os  2 mil  agricultores/as  encerraram  a manhã  com  um almoço fraterno  ao som dos sanfoneiros, Coroas do Forró, de  Garanhuns.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Cáritas Diocesana de Pesqueira realiza oficina de SISMA para facilitadores

Núcleo de  Comunicação Cáritas Diocesana de Pesqueira
 A Caritas Diocesana de Pesqueira realizou na tarde desta segunda (21), a oficina de Sistema Simplificado de Manejo de Água (SISMA) para facilitadores. O objetivo foi discutir toda a parte metodológica das capacitações nas comunidades.
“Hoje fizemos um debate do que já estava sendo realizado e também saímos com uma proposta mais concreta dos conteúdos que serão trabalhados nas comunidades”, disse Arley Gomes, coordenador do Projeto Uma  Terra , Duas Águas (P1+2),parceria Diocese de  Pesqueira  e Articulação do Semiárido Pernambucano( ASA-PE).
O Sisma constitui uma  segunda etapa de formação para as famílias beneficiárias dos Programas   P1+2,  e  Pernambuco Mais Produtivo  (PMP). A primeira capacitação foi em Gestão de Água para Produção (GAPA), que foi realizada no mês de maio.
“O curso de GAPA é a parte inicial da nossa ação na comunidade. No curso de GAPA é discutida a parte de gestão da água e como a família usará a água na sua propriedade. Já na de SISMA, o curso é mais técnico, que visa aperfeiçoar as técnicas que as famílias adotam na sua comunidade”, completou  o coordenador.
Participaram dessa capacitação os coordenadores e técnicos dos projetos acompanhados pela Cáritas Diocesana de Pesqueira, e também facilitadores dos municípios de Garanhuns, Venturosa e também da cidade de Pesqueira.
“Essa oficina é importante para que nós facilitadores possamos alinhar o material, dinâmica e todo o roteiro que utilizaremos nas comunidades”, contou o facilitador   no   município de  Pesqueira, Sávio Brito.




segunda-feira, 21 de julho de 2014

Caridade: Amor em Movimento

"Uma Igreja sem Caridade não existe"
Papa Francisco

Maria Cristina dos Anjos*

No Brasil, a caridade tem um dia especial: 19 de julho. Apesar de pouco conhecida, essa data virou lei em 1966, em plena ditadura militar, pelo então presidente Humberto Castelo Branco. Para instituições como a Cáritas Brasileira, um dia especial para a Caridade possibilita a todos/as refletir e resignificar o sentido e valor da caridade nos dias atuais, bem como sensibilizar a sociedade para a sua importância.
Na história da humanidade, a caridade sempre se fez presente sendo evidenciada não apenas pelas igrejas, mas por diferentes grupos, famílias, pessoas que, de inúmeras formas, se sentiam chamadas à prática do bem. Infelizmente, a caridade também serviu, ao longo da história, como instrumento de manipulação, de negação de direitos de pessoas e grupos.
Se buscarmos no dicionário o significado da palavra Caridade, encontraremos: sentimento ou ação altruísta de ajuda a alguém sem buscar qualquer recompensa.  No cristianismo, o princípio da caridade é o amor ao próximo; no judaísmo a caridade está relacionada com a justiça. Assim, Caridade é amor, é doação, é justiça, é sair de si mesmo e ir ao encontro do outro, da outra. É amor em movimento.
Nos anos 90, a Cáritas Brasileira, desafiada pelo XI Congresso Latino Americano de Caritas em Santo Domingos, Colômbia, fez um amplo diálogo em sua Rede resultando em um documento intitulado “Mística e metodologia da Caridade Libertadora”. Na compreensão da instituição era necessário refletir sobre a caridade, enfocando, sobretudo, o seu aspecto libertador, enquanto exigência de uma nova evangelização.
Numa releitura de metodologias que orientam a vivência da caridade cristã (assistencial, promocional, libertadora), foi possível afirmar, a partir desse estudo, que vivenciar a metodologia da caridade libertadora não significava excluir ou contrapor às práticas assistenciais ou promocionais. Estas podem e devem ser parte do processo libertador. A caridade libertadora busca ter em conta a opção pela causa e prática dos empobrecidos, a compreensão e atuação a partir de uma leitura crítica da realidade; opta pela ação coletiva; pelo protagonismo e defesa de direitos das pessoas excluídas.
Hoje, o termo solidariedade é mais utilizado pela sociedade. É percebido como um conceito mais abrangente, mas, que em sua origem, está a caridade. A Caridade libertadora é solidária, é comprometida, é transformadora, é exigente. Exige estarmos comprometidos e comprometidas com ações que garantam o fortalecimento dos grupos e comunidades, da participação popular, em vistas da construção de novas sociedades, pautadas num desenvolvimento solidário e sustentável, que inclui todas as pessoas.
É preciso afirmar que a vivência da solidariedade se torna cada vez mais desafiadora na sociedade atual. Uma sociedade que privilegia um modelo de desenvolvimento onde o ter e não o ser está em primeiro lugar. Esse modelo de sociedade exige de nós a retomada e afirmação de valores, onde o ser e a vida estejam em primeiro lugar. Onde as novas gerações incorporem nas suas dinâmicas de vida valores como partilha e solidariedade, evidenciando os mesmos em suas práticas cotidianas.
Na Rede Cáritas e também em outras inúmeras organizações, a prática da solidariedade tem sido assumida por inúmeros voluntários que colocam suas vidas e energias a serviço de pessoas e comunidades, contribuindo na transformação de suas vidas.
 Nesse sentido, no Dia Nacional da Caridade, abraçamos todas as pessoas que colocam suas vidas em favor das pessoas empobrecidas. Que o testemunho de vida dos/as mesmos/as possam nos animar a todos/as a tomar parte nesse grande mutirão de solidariedade, que nos faz sairmos de nós mesmos e ir ao encontro do outro/a, colocando o amor em movimento.


*Socióloga, Diretora Nacional da Cáritas Brasileira.


terça-feira, 8 de julho de 2014

AÇÕES DAS CÁRITAS PAROQUIAIS

É com alegria que a Cáritas Diocesana de Pesqueira percebe o interesse das Paróquias São Félix de Cantalice (Buíque) e Nossa Senhora da Conceição (Sertânia) para a formação das Cáritas Paroquiais.
Na Paróquia São Félix de Cantalice a Cáritas Paroquial Santana de Buíque precisa ser restaurado. Ela foi criada em 2009 e atuou até o ano 2010. Recebeu este nome em homenagem a uma leiga muito dedicada a paróquia.
Pe. Luiz Benevaldo convidou algumas lideranças paroquiais para uma primeira conversa e foi marcado um momento formativo para julho de 2014.
Em Sertânia, o Pe. Adjailson dos Santos e o líder comunitário Geovane Feitosa estão articulando uma reunião, também, para o mês de julho. Em Sertânia ainda não temos atividade enquanto Cáritas Paroquial, mas foi expressa a necessidade de uma atuação, visto que na última assembleia paroquial os leigos acalentaram esta ideia.

Em novembro de 2013 foi constituída, na cidade da Pedra – PE, a Cáritas Paroquial Cônego Emanuel Vasconcelos. Hoje, os líderes estão estudando como colocar em prática as atividades pautadas em experiências lúdicas, culturais e esportivas, no intuito de beneficiar crianças da periferia do Bairro Jose Campelo Salviano, conforme explicou Valdirene Silva, vice-secretária:
_ Essa necessidade está acontecendo desde que fizemos um intercâmbio na Cáritas Paroquial Santa Clara de Assis, em Tupanatinga – PE. Ficamos apaixonados pelo desafio do Projeto Crescendo com Cidadania e gostaríamos de o exemplo deles, implantar uma ação solidária parecida com a deles, aqui na cidade da Pedra.